Dia na Universidade assinalado na RTP

Dia na Universidade assinalado na RTP

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A partir dos estúdios da RTP-Madeira, no Funchal, o programa Atlântida, apresentado por Duarte Rebolo, foi dedicado à Universidade da Madeira, por ocasião da celebração do seu dia, a 6 de maio.
Ricardo Freitas Bonifácio, Presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA, em entrevista no programa "Atlântida", da RTP-Madeira. O programa, emitido a 6 de maio de 2023, teve como tema os 35 anos da Universidade da Madeira.

Numa emissão conjunta com a RTP-Açores e a RTP-Internacional, a RTP-Madeira realizou o décimo episódio da temporada de 2023 do Atlântida no sábado, 6 de maio, Dia da Universidade da Madeira, instituição que este ano comemora 35 anos da sua fundação.

O primeiro convidado de Duarte Rebolo foi Sílvio Fernandes, reitor da Universidade, para quem os 35 anos “são poucos anos, […] passaram rapidamente e fizemos muito”, num balanço positivo. “O primeiro curso da Universidade da Madeira foi o curso de Educação Física e Desporto e os primeiros alunos a serem licenciados por esse curso saíram há 27 anos”. Em “apenas um quarto de século […], a Universidade da Madeira já diplomou cerca de 14 mil alunos, o que corresponde praticamente a 5% da população da Madeira”, sublinhou o Reitor.

“Para que uma universidade possa mostrar aquilo que é numa região ou numa sociedade, ela precisa, pelo menos, de duas gerações. Nós estamos a completar apenas uma e já notamos em vários níveis na nossa sociedade aquilo que é o impacto positivo da Universidade da Madeira.”

Sobre o futuro, o Reitor falou sobre o hospital universitário em construção, em que a parceria que existe entre a Universidade da Madeira e o Governo Regional é de que “Medicina venha a atingir paulatinamente a sua formação inteira”, num “novo hospital, com centros de investigação associados.” Para além da saúde, o digital é outra das áreas de aposta para o Reitor, “É uma espécie de nova linguagem que abarca todas as áreas. E a Universidade além da saúde, tem que apostar fortemente nessa área.”

Sobre o financiamento, Sílvio Fernandes recordou a indicação do Conselho de Reitores, há dias, de “que nós precisaríamos, ao nível nacional, de mais 60 milhões de euros […] para distribuir pelas universidades todas”. A UMa necessitaria de “pelo menos de quatro milhões de euros a somar ao nosso orçamento, que são 13 milhões e poucos” para “apostar em áreas diferenciadoras, estratégicas, sem deixar de lado o financiamento e o investimento nas áreas que nós temos e que são fundamentais”.

Mais de 2 milhões de euros em bolsas para apoiar 39,5% dos estudantes da UMa

Em entrevista a Dinarte Viveiros, no Campus da Penteada, Ricardo Gonçalves, administrador da UMa e dos SASUMa, salientou o apoio social dado aos estudantes da Universidade. “Para o ano 2022/23, temos cerca de 1375 estudantes que são bolseiros. Estamos a falar de um valor em bolsas de cerca de 2.2 milhões de euros. Estamos a falar de uma soma considerável para apoiar as famílias para que consigam o objetivo de adquirirem a formação superior e, com isso, façam diferença nos seus agregados familiares e impactam na comunidade em que se vão inserir.”

Ricardo Gonçalves situa a taxa de estudantes que beneficiam de apoio em 39,5%. É o número de estudantes “com carência e com bolsa de estudo, que é representativo da necessidade e do impacto que tem para estes estudantes ter meios para conseguirem frequentar” o Ensino Superior.

O Administrador falou ainda da ambição de começar em breve as intervenções na Residência Universitária e noutro edifício da Universidade, bem como a construção da nova residência na Quinta de São Roque que irão permitir “dar mais 200 camas de alojamento estudantil”, numa universidade que acolhe atualmente estudantes de quinze nacionalidades diferentes.

“Temos um centro de investigação com a classificação de Excelente. Temos dois polos com a classificação Excelente, também. Pólos da FCT. Vamos ter mais três polos de investigação, brevemente, que também têm a classificação de Excelente. Isso quer dizer que fazemos investigação de qualidade na Universidade da Madeira”, refere Elsa Fernandes, vice-reitora que tutela a área, sublinhando que recentemente na “área da Química foi distinguida, estando no TOP 10 das universidades portuguesas”.

Está a decorrer a segunda fase de candidatura para estudantes internacionais para o próximo ano letivo. “Na primeira fase, recebemos 270 candidatos. Desses, 130 passaram para o concurso […] e 68 fizeram, de facto, a sua matrícula na Universidade da Madeira”, refere a Vice-Reitora, sublinhando o trabalho de proximidade que o Gabinete do Estudante Internacional tem desenvolvido na fidelização dos candidatos. São na maioria oriundos de países de Língua Portuguesa, sublinhando Elsa Fernandes tratar-se de “um fator determinante”.

Também responsável pelo Empreendedorismo, a Vice-Reitora indicou que a criação do Gabinete de Transferência de Conhecimento permite à UMa estar mais atenta “às teses de doutoramento que estão a ser feitas, com o propósito de registar ideias, registar patentes, tirar mais proveito do trabalho dos nossos alunos”.

Questionada sobre o programa ERASMUS+, Elsa Fernandes explicou ser uma oportunidade de estudar um semestre ou um ano numa universidade noutro país europeu, sublinhando que “os alunos da Universidade da Madeira e da Universidade dos Açores vão com mais do dobro do financiamento do que um aluno de uma instituição do ensino superior português, porque a União Europeia já percebeu que a Madeira e os Açores são regiões ultraperiféricas.”

Estudantes da UMa têm bolsa ERASMUS+ duas vezes superior aos de outras universidades nacionais

Custódia Drummond, vice-reitora para a área dos académicos, falou da oferta formativa da UMa, com “mais de 70 cursos, a maioria deles conferentes de grau: licenciaturas, mestrados e doutoramentos”, além de 17 cursos superiores técnicos profissionais, algumas pós-graduações e “cursos de formação ao longo da vida, que são mais breves”.

Custódia Drummond destacou a importância que representa a UMa para os estudantes e para as suas famílias, com apoio que estes podem ter dos seus agregados familiares ao realizarem a licenciatura na sua região, podendo seguir para mestrado noutras universidades. Nem sempre os novos estudantes estão bem cientes da licenciatura que desejam, levando a que “ao nível da Universidade da Madeira em mudanças de curso, ocorrem mais de 50 ao ano” disse a Vice-Reitora, entre jovens que foram estudar para a UMa, além dos que “foram estudar para fora e que querem uma mudança de curso para um dos nossos cursos de 1.º ciclo”.

O último convidado do programa foi Ricardo Freitas Bonifácio, presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA, instituição que representa todos os estudantes da UMa, constituída por “mais de 100 estudantes, antigos estudantes” e estudantes do Corpo Europeu de Solidariedade, que ajudam “a fazer as nossas atividades, os nossos programas para todo um ano letivo”.

“O nosso trabalho passa por muito, seja pelo Desporto, seja pela Cultura, seja pelo Apoio Social aos estudantes, seja pela Música […] nós temos inúmeros programas e vários projetos”. Entre eles, estão as visitas guiadas promovidas por jovens, ao abrigo do Corpo Europeu de Solidariedade, “a vários pontos históricos do Funchal e no Colégio dos Jesuítas” para estudantes da UMa e de outros ciclos de ensino e outros tipos de público.

A ACADÉMICA DA MADEIRA, conforme o Presidente, já editou quase 100 livros através das suas chancelas Imprensa Académica e Cadmus, entre “divulgação científica, obras infantojuvenis” e outros. O objetivo é “propagar a cultura madeirense no nosso contexto e no nosso meio universitário. E isso é importante para nós, porque se nós tivermos mais estudantes a ler, mais estudantes preocupados em adquirir conhecimento, são estudantes com um caminho muito mais propício para atingir o sucesso académico.”

“temos programas de apoio […] isto mitiga um pouco as despesas.”

Ricardo Freitas Bonifácio falou também do acompanhamento e identificação das dificuldades sentidas pelos estudantes. “Nós tentamos mitigar esses problemas. Com a Universidade da Madeira temos programas de apoio que é a Bolsa de Alimentação e a Bolsa Escolar, em que nós fornecemos […] vales-refeição aos estudantes e […] quantias, no nosso serviço, de cópias e impressões. Isto mitiga um pouco as despesas.”

No âmbito do Desporto, o Presidente destacou que este ano a ACADÉMICA organizou o Campeonato Nacional Universitário de Basquetebol 3X3, na Região, com aposta na participação noutros campeonatos. “Pretendemos implementar cada vez mais estas boas práticas desportivas aos estudantes […] Isto não só melhora a nossa saúde física, como a nossa saúde mental.”

O programa contou ainda com a animação musical do Fatum, com Carlos Diogo Pereira (voz), Gonçalo Direito (guitarra de Coimbra) e Diogo Freitas (guitarra clássica), interpretando três fados de Coimbra e a canção-dança Ó ai, menina, ó ai, do repertório do artista madeirense Max.

Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Fotografia de Pedro Pessoa.

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