Estudantes exigem respeito pela Universidade da Madeira. Manifestação aconteceu no Colégio dos Jesuítas

Estudantes exigem respeito pela Universidade da Madeira. Manifestação aconteceu no Colégio dos Jesuítas

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A 10 de maio de 2023, o Colégio dos Jesuítas acolheu as comemorações do Dia da Universidade da Madeira. Numa tarde em que se recordaram 35 anos de história da instituição, houve uma manifestação no Pátio dos Estudantes, abordam-se os desafios que a UMa e os seus estudantes enfrentam e prestou-se homenagem aos membros da Academia.
Estudantes da Universidade da Madeira durante a manifestação de 6 de maio de 2023, no Pátio dos Estudantes do Colégio dos Jesuítas do Funchal.

Foi um dia para recordar pois, pelo menos neste século, não há registo de uma manifestação estudantil no Colégio dos Jesuítas do Funchal. Cerca de trinta estudantes estiveram no Dia da Universidade da Madeira (UMa) com cartazes sobre o Ensino Superior.

Segundo Ricardo Freitas Bonifácio, Presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA, tratou-se de uma manifestação em prol do respeito pela Universidade. O líder estudantil refere que os pontos de reivindicação, junto do ministério, passam por “um financiamento digno que permita que a UMa combata o abandono escolar e tenha mais mecanismos para apoiar a saúde mental e física e combater o assédio e a violência”. Além disso, o alojamento estudantil e a precariedade dos professores e investigadores foram outros pontos que constavam nas mensagens.

Na sessão solene do Dia da UMa, interveio o Presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA, que iniciou o seu discurso indicando que “Celebrar o Dia da Universidade é recordar a nossa História e prestar homenagem a toda a nossa comunidade.”

“Enquanto a Universidade da Madeira possuir uma comunidade interessada e participativa, estamos no bom caminho”, Ricardo Freitas Bonifácio.

Em 1570, a 6 de maio, abriam-se as aulas do Colégio dos Jesuítas do Funchal, de que “D. Sebastião determina a criação e o seu financiamento […] à custa do erário régio”, com “600 mil réis de renda cada um ano”, citou o Presidente, explicando, que “já no século XVI não aceitavam educação sem financiamento”.

Apontando o alojamento estudantil como problema crónico do Ensino Superior, devido ao estado deteriorado ou à falta de capacidade das instalações face à procura, Ricardo Freitas Bonifácio, explica que o problema “não está tanto no comportamento do mercado imobiliário, mas sim na falta de investimento adequado no alojamento estudantil, que dura há décadas.”

Há “falta de investimento adequado no alojamento estudantil, que dura há décadas”, Ricardo Freitas Bonifácio.

O líder estudantil alertou para o facto de, na UMa, “cerca de três centenas de estudantes abandonaram ou desistiram dos seus estudos”, desde o início do ano letivo, destacando certas medidas que a ACADÉMICA tem proposto a bem do sucesso escolar. Entre elas, “a criação de um plano de acesso gratuito à Internet para os estudantes do Ensino Superior nas suas habitações, durante a frequência dos cursos”; melhores bolsas de estudo para os estudantes; e “redução do valor das propinas”, através da “diminuição gradual […] até à sua eliminação”.

Em quase 600 estudantes participantes de um inquérito promovido pelo Observatório de Saúde Mental da ACADÉMICA, “40% dos inquiridos indicou já ter pensado em desistir do seu curso”, quase metade indicou já ter sentido necessidade de apoio psicológico ao longo do seu percurso académico e deles “metade não procurou ajuda, 42% procurou apoio fora da Universidade da Madeira e 8% procurou apoio dentro. Continuamos a viver uma pandemia silenciosa, mas não menos preocupante”, concluiu o Presidente.

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Além do acompanhamento dos desafios da comunidade estudantil e da luta por melhores condições de ensino, Ricardo Freitas Bonifácio destacou as ações da ACADÉMICA em prol dos estudantes, como o programa Embaixadores que visa “a promoção de atividades e programas de acolhimento, de acompanhamento”, a dinamização de “visitas escolares a todos os nossos colegas e a qualquer jovem” a partir do Colégio dos Jesuítas e de forma gratuita, além da promoção de “variados programas de apoio social e voluntariado, aplicando dezenas de milhares de euros em apoios.”

“Temos que nos afastar do medo, da indiferença e do conformismo e honrar todos os que lutaram e lutam por um Portugal mais justo, por um Estado ao serviço dos seus cidadãos.”, deixou o aviso o Presidente da ACADÉMICA.

Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Fotografia de Pedro Pessoa.

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