A IMPRENSA ACADÉMICA promove mais uma edição que se enquadra perfeitamente nas comemorações dos 50 anos da Revolução de 25 de Abril de 1974: depois da publicação do primeiro trabalho científico sobre o 25 de Abril na Madeira, O “25 de Abril” na Madeira: Tensões sociais e políticas em 1974-75, à luz da imprensa regional, de Lino Bernardo Calaça Martins, é lançada uma obra biográfica sobre Rui Firmino Faria Nepomuceno, HISTÓRIA DE VIDA DO COMENDADOR RUI NEPOMUCENO, de Alexandra Nepomuceno.
A obra será apresentada no Funchal, a dia 11 de julho, pelas 18:00.
Rui Nepomuceno (1936-2024) foi uma personalidade marcante da política e da cultura madeirenses. Histórico militante do Partido Comunista e combatente antifascista, Rui Nepomuceno foi uma figura multifacetada, conhecido como o «advogado dos pobres» e como historiador. Como refere Alberto João Jardim, num dos vários depoimentos presentes na obra, Rui Nepomuceno foi um «advogado notável, homem de cultura e investigador empenhado na história social, a sua opção nestes caminhos trouxe importantes contributos ao bem comum do povo madeirense».
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O Centro Scalabrini é um principais locais de realização de evento da comunidades portuguesa de Londres. Pelo Scalabrini já passaram vários conhecidos madeirenses, o humorista Compadre Jodé (2022), a cozinheira A Biqueira (2023), entre outros. Em 2024, o centro acolhe os FATUM para celebrar Portugal e a Madeira com os nossos emigrantes no Reino Unido.
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A sua ligação aos desenvolvimentos ocorridos após o 25 de Abril de 1974 na Madeira foi sempre fundamental e só agora revelada nos seus aspetos mais biográficos. Quando a autora, Alexandra Nepomuceno, sua neta, perguntou-lhe «Qual o dia com mais significado para si?», a resposta foi inequívoca e imediata: «O 25 de Abril de 1974!».
A obra nasceu do desejo de registar e de salvaguardar as vivências, as memórias e a ação de Rui Nepomuceno e traduziu-se num projeto de investigação da sua neta, Alexandra Nepomuceno, iniciado em 2017, e que teve também o objetivo de o homenagear. Como refere a autora: «Um livro que relatasse as fases mais marcantes da sua vida, como a sua vida estudantil em Coimbra, a sua vivência na Guerra Colonial, o seu ingresso no Partido Comunista, o seu interesse pela escrita – em particular pela História da Madeira –, o seu percurso profissional enquanto advogado, o seu lado familiar e até afetivo, o seu papel na defesa da autonomia da Madeira, entre outros».
Na génese da obra esteve uma profunda e criteriosa recolha de dados de diversas proveniências: documentação em bibliotecas e arquivo, jornais da época, fotografias, vídeos e, sobretudo, testemunhos orais. Os relatos orais do protagonista, Rui Nepomuceno, e da sua esposa, Aida Nepomuceno, foram uma parte considerável da recolha. «Tive o privilégio de ter horas de conversa com o meu avô e com a minha avó, que foram bastante elucidativas, educativas e esclarecedoras relativamente a vários temas», lembra a autora.
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Lançada em março deste ano, na 50.ª Feira do Livro do Funchal, VÍCIO IMPUNE, de Leonor Martins Coelho, foi editada pela IMPRENSA ACADÉMICA, uma das chancelas editoriais da ACADÉMICA DA MADEIRA.
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Entre 31 de agosto e 3 de setembro, com entrada livre, a residência oficial do Presidente da República, o Palácio Nacional
A obra aborda o nascimento de Rui Nepomuceno no seio de uma família ligada à indústria dos bordados, a sua juventude feliz e despreocupada, até à chegada à Universidade e, depois, a sua incorporação na guerra colonial. Foi nos tempos de uma Coimbra revolucionária que Rui Nepomuceno construiu o ideário que o fez lutar por tantas causas. Nas palavras da sua neta: «Rui Nepomuceno teve um papel marcante, nomeadamente na reestruturação do Partido Comunista da Madeira, na extinção da colonia, nos combates aos terroristas da FLAMA, e na conquista da autonomia da Madeira».
Alexandra Nepomuceno, ao longo do texto, vai seguindo esta ordem cronológica, da infância à maturidade, com muitas transcrições das entrevistas com o seu avô, passando pela Universidade, pela guerra colonial, pelo 25 de Abril de 1974, pelo seu trabalho como advogado, pela sua militância no Partido Comunista, mas também pela sua dedicação ao associativismo desportista no Clube União. Construir um tal texto foi um grande desafio, pois revela que uma das suas maiores dificuldades foi «conseguir “distanciar-me” do “objeto de estudo”. Enquanto neta, foi difícil manter uma certa distância e afastamento do biografado». No entanto, o desafio foi superado porque a proximidade do protagonista permitiu-lhe o acesso a informação privilegiada.
O livro fornece ainda um exaustivo levantamento bibliográfico de Rui Nepomuceno: os seus livros, artigos, textos em blogues e vídeos no seu canal do YouTube, bem como da sua participação em numerosos eventos políticos e culturais. A obra fecha com os depoimentos de várias personalidades madeirenses e continentais.
TRIBUTO AO FADO, TRIBUTO À LIBERDADE celebra 50 anos de Democracia
A ACADÉMICA DA MADEIRA assinala o 50.º Aniversário do 25 de Abril com quatro eventos. A 13 de abril, a apresentação do primeiro “o primeiro trabalho, cientificamente realizado no âmbito da História, sobre a Revolução do 25 de Abril na Madeira”, de Lino Bernardo Calaça Martins. A 24 de abril, os Fatum participam do “Concerto Monumental dos 50 anos do 25 de Abril de 1974”, promovido pela autarquia do Funchal. No sábado, 27 de abril, o grupo de fados sobre o palco do Centro Cultural e de Investigação do Funchal para o espetáculo “Tributo ao Fado, Tributo à Liberdade”. A exposição “É Proibido Proibir” encerra a programação no final de abril, promovida na Universidade da Madeira.
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MADEIRA MAR DE NUVENS, da autoria de Carlos Martins, é o n.º 12 da coleção ILUSTRES (DES)CONHECIDOS, editada pela IMPRENSA ACADÉMICA
Infelizmente, Rui Nepomuceno não viveu para ver esta obra concluída e para testemunhar os 50 anos do 25 de Abril. Faleceu no dia 18. Esta obra é naturalmente uma homenagem ao homem e um marco, ainda que triste pela sua ausência, das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos na Madeira.
A autora, Alexandra Nepomuceno, é licenciada em Antropologia pelo Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa e exerce funções na Unidade de Apoio ao Reitor da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou em museologia no Núcleo Museológico do Solar do Ribeirinho e também lecionou Língua Portuguesa ao 2.º ciclo na Escola Básica e Secundária de Machico. Na área de investigação, coordenou o projeto de investigação «Toponímia de Machico – Recolher e Conhecer», apoiado pela Junta de Freguesia de Machico, pelo Centro de Estudos de Arqueologia Moderna e Contemporânea e subsidiado pelo Programa Juventude em Ação. Foi bolseira de investigação no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e é investigadora afiliada com o Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão (Santarém), com o Centro de Investigação em Estudos Regionais e Locais da Universidade da Madeira e com o Centro de Estudos Comparatistas (Lisboa).
Timóteo Ferreira
ET AL.
Com a fotografia da obra editada pela IMPRENSA ACADÉMICA.