O rei D. Sebastião não estava especialmente interessado em casamentos. Muitas foram as tentativas e as negociações realizadas com vista a arranjar-lhe um matrimónio, mas nenhuma chegou a bom termo. A Corte dividia-se, os seus vassalos desesperavam por não ver uma sucessão assegurada. A maioria dos grandes senhores do reino estava interessada em garantir a descendência dinástica de qualquer maneira. Mas havia também quem trabalhasse para a estorvar. Os jesuítas, mestres e confessores, moldando a mente do jovem rei, incutiram-lhe uma mística em que a castidade era qualidade soberana, misturada com o sonho da cruzada contra os infiéis. Crescendo neste meio, D. Sebastião passou a ver-se no papel dos desaparecidos monges-guerreiros da extinta Ordem do Templo. O casamento era para ele uma maçada e andavam todos à volta dele, sempre com o mesmo assunto.

Xavier Miguel, prefaciador de A JUSTIÇA DE DEUS, em entrevista
Lançamento a 31 de março de 2025, no Museu de Imprensa da Madeira, Câmara de Lobos, às 10:00, A JUSTIÇA DE DEUS de João Augusto de Ornelas conta com prefácio do ator e encenador Xavier Miguel.

Xavier Miguel lança a obra BRUXAS E DIABOS
O Colégio dos Jesuítas do Funchal recebe, às 18:30 do 13 de setembro, o lançamento de BRUXAS E DIABOS: FIGURAS DO
O cativante livro de António Brehm, OS CASAMENTOS DO REI. PROJECTOS MATRIMONIAIS PARA DOM SEBASTIÃO, convida o leitor a mergulhar nos meandros da história de um dos mais notórios monarcas dinastia de Avis, tragicamente desaparecido na batalha de Alcácer Quibir, no norte de África. Os leitores são desafiados pela trama de eventos provocados pela necessidade de casar o príncipe D. Sebastião devido aos perigos da falta de sucessão e da consequente perda da independência, como de facto acabou por acontecer. A obra suscita também uma reflexão sobre o sentido das decisões e os objetivos das grandes casas senhoriais da Europa no início da época moderna, ou seja, no conturbado século XVI. Como refere o autor: «Não se pode falar de D. Sebastião sem falar do mito que rodeia a sua morte. E porque a sua morte deu origem a uma nova dinastia com três reis, o século 16 é, sem dúvida, um século importante e interessante».
Esta é, sem dúvida, uma obra historiográfica de grande qualidade que tem a virtualidade e a singularidade de ter sido escrita por um cientista da área das chamadas “ciências da vida”. De facto, como explica o autor, estas áreas acabaram por se interlaçar: «A ideia de me voltar para a história pareceu natural depois de tantos anos a trabalhar na história dos portugueses do ponto de vista da genética».

Rui Nepomuceno, o advogado dos pobres
HISTÓRIA DE VIDA DO COMENDADOR RUI NEPOMUCENO, de Alexandra Nepomuceno, é o novo lançamento da IMPRENSA ACADÉMICA no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril da ACADÉMICA. Uma homenagem a uma influente figura da história recente da Madeira, a decorrer no Palácio de São Lourenço, no dia 11 de julho.

Irene Lucília recorda a Penteada antes da construção do Campus Universitário
A PENTEADA E O FIM DO CAMINHO de Irene Lucília Andrade é o novo número da coleção ILUSTRES (DES)CONHECIDOS. Já muito
António Brehm é professor catedrático de genética na Universidade da Madeira. Ao longo de duas décadas, abordou a complexa história dos portugueses a partir do uso de marcadores moleculares. O objetivo desta investigação era fazer uma análise do DNA dos portugueses atuais para ajudar a compreender o seu passado. De onde viemos? Que grupos étnicos participaram na construção deste pequeno país? Que migrações contribuíram para o que é hoje Portugal? Desde as populações pré-históricas do paleolítico e do neolítico, passando pela importante influência que a presença árabe e berbere deixou entre nós, até aos séculos de escravatura que trouxeram para Portugal diversas etnias de tantas regiões de África, a maior parte destes povos deixou aquilo a que se pode chamar de uma impressão digital no nosso DNA, que permite revelar uma nova perspetiva do passado dos portugueses. O autor é membro do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta e possui algumas incursões na área dos estudos culturais, de que a edição, pela Imprensa Académica, em 2018, de uma crónica inédita de D. Sebastião, Chronica de El Rey D. Sebastião, comentada e anotada pelo autor, é exemplo.
Timóteo Ferreira
ET AL.
Com fotografia da capa da obra idealizada pela IMPRENSA ACADÉMICA.