HISTÓRIA DA MADEIRA de Rui Carita resulta do esforço de consolidação num volume único que nasceu da vontade de facilitar o acesso a esta obra monumental, proporcionando aos leitores uma visão contínua e integrada da evolução histórica da Madeira, num formato mais acessível e compacto, sem comprometer a profundidade e o rigor da obra original.
Embora algumas supressões tenham sido feitas para a adaptação ao formato único, como as extensas notas de rodapé, o conteúdo principal foi mantido, garantindo que a essência e a riqueza informativa da obra não fossem comprometidas.
Na opinião do autor, este processo de adaptação para atingir o grande público, é inerente à historiografia: “A História, ela mesma e por definição, é também uma construção ideológica e social, dependendo de quem a escreve, onde se escreve e para quem se escreve. E aqui há ainda que acrescentar de quem a revê e de quem a edita, pois que há que procurar atingir um público que a venha a adquirir e consumir, o que nos tempos que correm, de globalização e desmaterialização, acrescente-se, não é tarefa fácil”.
Do século XV, tempo do povoamento da Madeira, ao final do século XX, época da conquista da liberdade democrática e da autonomia política, a obra agora editada em volume único procura cobrir os vários temas da história da Madeira e do Porto Santo.

Santa Cruz recebe A MENINA QUE DESAPRENDEU A SORRIR de Andreia Baptista e Teresa Vieira
Lançamento no dia 27 de abril, sábado, na 3.ª Feira do Livro de Santa Cruz, na Praia dos Reis Magos, pelas 16:00. Depois de LUNA! OUTRA VEZ NA LUA! e AI SE EU FOSSE ZEUS…, Andreia Baptista lança A MENINA QUE DESAPRENDEU A SORRIR.

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A HISTÓRIA DA MADEIRA, da autoria de Rui Carita, começou a ser publicada em 1989, com a chancela da então Secretaria Regional da Educação, Juventude e Emprego. Os sete volumes desta edição original saíram ao longo dos anos até 2008. O autor explica a motivação que esteve na sua génese: “A primeira versão da nossa [obra], por exemplo, nasceu da implantação da Autonomia e da necessidade da então Secretaria Regional da Educação, em 1989, quando dirigida pelo Dr. Eduardo Brasão de Castro, de fornecer às escolas da Região este tipo de informação”.
Em 2014, a Imprensa Académica republicou a obra, optando por estabelecer uma ordem cronológica dos volumes, organizada pelos vários séculos, por entender que esta organização seria a mais adequada à generalidade dos leitores.
Este volume único está organizado por seis capítulos que, na generalidade, seguem os seis volumes da edição de 2014: inicia-se com o século XV, com o início da Expansão Portuguesa; segue-se o século XVI, em que Portugal e a Madeira foram uma porta para o mundo; o século XVII traz a volta da centralidade do Atlântico após os desaires no oriente; o século XVIII é o do apogeu das novas hierarquias de poderes; o século XIX marca o advento do liberalismo; e o século XX trilha o caminho para a autonomia político-administrativa.
A obra de Rui Carita é a primeira a fazer uma síntese do passado da Madeira e do Porto Santo e continua a ser a única, podendo ser comparável a algumas das grandes “Histórias de Portugal”, obras clássicas da historiografia portuguesa, de Joaquim Veríssimo Serrão, de A. H. de Oliveira Marques, de José Mattoso, de Rui Ramos, Nuno Gonçalo Monteiro e Bernardo Vasconcelos e Sousa, e mesmo do Dicionário de História de Portugal, do madeirense Joel Serrão. Como lembra o autor: “Todas as “Histórias”, passe-se o termo, são filhas umas das outras e das condições em que foram escritas, sendo, assim, todas devedoras umas das outras”.

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Não tendo havido outras tentativas monumentais de síntese da história da Madeira e do Porto Santo, esta obra ainda tem a sua atualidade no contexto da historiografia madeirense e da pluralidade de enfoques possíveis. É convicção do autor que: “A Imprensa Académica, a Associação de Estudantes e a Universidade da Madeira representam toda uma forma de pensar plural e globalizante, como é sua função, onde este tipo de trabalhos ainda têm cabimento, num esforço de mostrar que há sempre outros caminhos e outras formas de pensar, mesmo que aparentemente contracorrentes, pois a vida e a realidade não têm só uma cor, não sendo só preto ou branco, mas tendo todas as cores e variantes possíveis, todas tendo o seu lugar naquilo que se procura como final e que, com o tempo, vamos aprendendo, também, que tal é só um caminho”.
Rui Carita (1946) é professor catedrático aposentado de Arte e Design da Universidade da Madeira, onde foi vice-reitor e pró-reitor para a área de Projetos Científicos, continuando a lecionar como docente convidado pro-bono. O seu vasto currículo, inclui a lecionação, como professor convidado, e a assessoria cultural de universidades em Itália e no Brasil. Na área do património, destaque-se a sua integração num programa de arqueologia nas antigas fortalezas portuguesas do Golfo da Arábia, no sultanato de Sarjah, nos Emirados Árabes Unidos.
Assina centenas de artigos e comunicações científicos e é autor de cerca 500 roteiros, 50 livros e catálogos, alguns dos quais editados pela Imprensa Académica. Aliás a primeira obra chancelada pela ACADÉMICA DA MADEIRA é Colégio dos Jesuítas do Funchal – Memória Histórica, que constituiu o primeiro passo para a abertura do antigo Colégio dos Jesuítas do Funchal, que aloja a reitoria da Universidade da Madeira, ao público.
Timóteo Ferreira
ET AL.