A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) anunciou um novo concurso para financiar a contratação de doutorados fora das instituições académicas tradicionais. Segundo um artigo publicado no jornal Público, esta iniciativa, ainda sem vagas ou datas definidas, permitirá que doutorados sejam contratados por empresas, museus ou administrações públicas, com o apoio financeiro da FCT para o pagamento dos ordenados. Trata-se de uma medida inicialmente anunciada em julho de 2023, durante o mandato do Governo anterior.
O regulamento desta medida, publicado recentemente em Diário da República, destaca o objetivo de fortalecer “a articulação entre percursos desenvolvidos em ambiente académico e o tecido empresarial e social”. Este enfoque pretende refletir o esforço para integrar doutorados no mercado de trabalho fora do meio académico, algo defendido pelo atual Governo da Aliança Democrática e também pelo anterior executivo socialista.

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Apesar das expectativas iniciais de contratos de seis anos, a duração foi reduzida para três anos, em consonância com mudanças recentes noutros programas de emprego científico. O financiamento dependerá do tipo de investigação: 100% para investigação fundamental, 50% para investigação industrial e apenas 25% para desenvolvimento experimental. No entanto, a FCT admitiu que ainda não é possível prever os custos globais desta iniciativa, justificando que “os benefícios são claramente superiores aos custos implicados”.
A implementação ainda depende de uma consulta pública e da apresentação de contributos por parte de interessados, o que poderá levar a alterações no regulamento final. Como sublinha o artigo do Público, a FCT afirmou que “a informação sobre vagas e prazos do concurso será divulgada após conclusão deste procedimento que hoje se inicia”. Assim, ainda não existem datas concretas para a abertura do concurso.

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Esta aposta no financiamento de investigadores em contextos não académicos reflete uma tendência crescente da FCT em diversificar o apoio científico. Nos últimos anos, a organização tem aumentado as bolsas de doutoramento fora do ambiente académico, consolidando esta política como uma prioridade do seu atual mandato, que terminará em julho deste ano.
Com esta medida, a FCT pretende continuar a promover a empregabilidade de doutorados em Portugal, incentivando uma maior colaboração entre o meio académico e outros setores da sociedade. Resta aguardar pelas conclusões do processo de consulta pública para saber como esta iniciativa será implementada na prática.
Carlos Diogo Pereira
Com Luís Eduardo Nicolau
ET AL.
Com fotografia de Drew Hays.