Em entrevista ao Diário de Notícias da Madeira, Ricardo Freitas Bonifácio, Presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA, delineou os principais desafios que enfrentará no seu mandato. Reeleito recentemente, o dirigente associativo afirmou que a prioridade da Associação é apoiar a construção de um sistema de ensino superior inclusivo e acessível. “Queremos garantir que todos os estudantes alcancem um bem-estar e sucesso pessoal e académico, diminuindo as desistências e elevando a empregabilidade”, referiu. Entre os desafios enumerados, o líder estudantil destacou a necessidade de melhorar a intervenção da Associação nas políticas de ensino superior e de fortalecer atividades culturais, desportivas e sociais para os estudantes.
Para o Presidente recém empossado, a promoção de uma cultura participativa e a criação de espaços de debate são fundamentais para garantir que a ACADÉMICA DA MADEIRA representa e serve as necessidades da comunidade. Apontou, no entanto, para os problemas de abstenção, que apesar de comuns em todo o país, obrigam um trabalho para promoção da participação ativa dos estudantes.
Questionado sobre o aumento do número de estudantes no ensino superior, Ricardo Freitas Bonifácio mostrou-se otimista. “É um sinal positivo de que mais cidadãos estão a investir na sua formação”, disse o dirigente associativo. Este aumento, na sua opinião, não só fortalece a economia e promove a inovação e a ciência, como também ajuda a combater desigualdades sociais, permitindo que jovens de diferentes contextos tenham acesso a melhores oportunidades laborais. Sublinhou, ainda, que este crescimento contribui para uma sociedade mais consciente e participativa, essencial para a democracia.
Aumento de estudantes dos PALOP em Portugal exige medidas de apoio à integração
Um relatório do ISCTE, de março último, sugere a criação de um semestre preparatório para estudantes dos PALOP que queiram estudar em Portugal. A medida visa facilitar a integração desses alunos no sistema de ensino superior português, que tem registado um aumento significativo de estudantes provenientes da África Lusófona, nos últimos anos.
Depois do risco das propinas, o alojamento estudantil e os cheques-psicólogo e cheques-nutricionista
Ainda com a polémica sobre o descongelamento de propinas, o executivo promove, em Lisboa, um evento sobre medidas de apoio aos
O líder estudantil acredita que o aumento de estudantes resulta de várias políticas nacionais e apoios europeus ao longo dos anos, como o investimento na criação de novas instituições de ensino. “Desde os anos 90, o país expandiu consideravelmente a oferta de ensino superior, o que facilitou o acesso de jovens em várias regiões”, disse. No entanto, aponta para desafios, como o valor médio das bolsas, que tem vindo a diminuir, afetando o apoio necessário aos jovens de contextos menos favorecidos.
Na área da ação social, Ricardo Freitas Bonifácio defende um aumento dos apoios para estudantes carenciados da UMa. “Decidimos aumentar em 47% a dotação do programa Bolsa de Alimentação”, exemplificou. O dirigente associativo enfatizou a necessidade de maior financiamento estatal para apoiar valências essenciais como o alojamento e a alimentação. Referiu a importância de um apoio orçamental adicional para cobrir custos como a manutenção de infraestruturas, fundamentais para garantir condições adequadas de estudo e de vida aos estudantes.
Ao falar da saúde mental, tema de destaque na abertura do ano letivo, o líder estudantil alertou para a insuficiência de psicólogos nas universidades. Segundo Ricardo Freitas Bonifácio, “é essencial criar um ambiente educativo que promova o bem-estar dos alunos”. A UMa tem promovido oficinas sobre gestão de stress e atividades de apoio emocional, reforçando que as universidades devem incentivar os estudantes a procurar ajuda, contribuindo para uma experiência universitária mais equilibrada.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Pedro Pessoa.