Os dados publicado no portal Infocursos, da DGEEC, mostram que, em 2022-2023, mais de 6 mil cursos foram lecionados em 282 estabelecimentos de ensino superior no nosso país.
A taxa de abandono dos estudantes de licenciatura em Portugal, nesse ano, subiu para 11,10%, o valor mais alto dos últimos oito anos, segundo a DGEEC e representa uma tendência preocupante que tem sido observada consecutivamente desde 2019-2020.
Nos cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP), a situação é ainda mais alarmante, com a taxa de desistência a atingir 26,9% no mesmo ano letivo.
Novas medidas de apoio ao Ensino Superior
Mensalmente, a ACADÉMICA DA MADEIRA tem um espaço de opinião no JM Madeira. Ricardo Freitas Bonifácio, Presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA, escreveu sobre as recentes medidas do governo.
Mais de 20% dos estudantes de cursos profissionais não terminam o curso
Cerca de 22 mil jovens deixaram de estudar ao concluir o curso profissional em 2022, segundo dados da DGEEC. Apenas seis
Enquanto a taxa de abandono escolar aumentou 1,5 pontos percentuais em 2023, quebrando uma tendência de diminuição desde 2017, a taxa de desistência nos mestrados integrados, após o primeiro ano, recuou para 3,6% em 2022-2023. Nos mestrados de 2.º ciclo, a taxa de desistência está a diminuir há dois anos consecutivos.
Entre os fatores que têm contribuído para esta tendência, estão a crise pandémica e a inflação que pressionam os orçamentos familiares e a sua capacidade em apoiar os estudantes a prosseguir os seus estudos. A estes, junta a crise na habitação, que se reflete também no alojamento estudantil.
Paralelamente, a mudança de curso ou estabelecimento de ensino tem vindo a aumentar. Em 2022-2023, a taxa de alunos que mudaram de licenciatura ou mestrado integrado foi de 10%, o nível mais elevado desde 2015-2016 e 2019-2020, respetivamente. Esta tendência é semelhante nos cursos técnicos superiores profissionais, que registaram uma queda em 2021-2022, mas voltaram a subir no último ano.
Com centenas de docentes na UMa, apenas cinco se tinham inscrito para formação sobre inovação pedagógica
O Programa de Promoção de Sucesso e Redução do Abandono no Ensino Superior financia várias instituições portuguesas. Segundo o ministério, “em fevereiro, 6,6 milhões de euros beneficiaram projetos em 24 instituições de ensino superior públicas e privadas”.
Estudantes não-bolseiros com subsídio de alojamento alargado
A Assembleia da República aprovou quinta-feira um novo regime para o alojamento estudantil. A medida irá ampliar o subsídio a estudantes
Nos mestrados de 2.º ciclo, a taxa de mudança de curso ou faculdade diminuiu ligeiramente para 3,2% em 2022-2023, uma redução de 0,1 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Os dados oficiais também revelam que quatro em cada dez alunos (40,1%) ingressam na primeira opção do concurso nacional de acesso ao ensino superior público. Cerca de 14,2% entram através da segunda opção e 17,3% por outras modalidades do regime geral de acesso. Apenas 5,5% dos estudantes entram através de provas específicas para maiores de 23 anos.
Para o ano letivo de 2024-2025, serão disponibilizadas 55.166 vagas para universidades e politécnicos do Estado, um aumento de 158 vagas (0,29%) em relação ao ano anterior, estabelecendo um novo recorde no âmbito do concurso nacional de acesso ao ensino superior. O ISCTE, em Lisboa, lidera o aumento de vagas, com mais 138 lugares disponíveis em comparação com 2023.
Esta situação desafiante sublinha a necessidade de políticas eficazes para apoiar os estudantes, combater a desistência e facilitar a continuidade dos estudos no ensino superior em Portugal.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Bernard Hermant.