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Imprensa Académica publica 600 anos de história da Madeira

Imprensa Académica publica 600 anos de história da Madeira

Num único volume, apresentam-se seis séculos de história do arquipélago da Madeira, recolhida e analisada por Rui Carita.
HISTÓRIA DA MADEIRA, de Rui Carita, numa edição da IMPRENSA ACADÉMICA, uma editora da ACADÉMICA DA MADEIRA.

A HISTÓRIA DA MADEIRA de Rui Carita reúne os seis volumes já publicados, entre 2014 e 2020, pela Imprensa Académica, chancela editorial da ACADÉMICA DA MADEIRA.

Este esforço de consolidação num volume único nasceu da vontade de facilitar o acesso a esta obra monumental, proporcionando aos leitores uma visão contínua e integrada da evolução histórica da Madeira, num formato mais acessível e compacto, sem comprometer a profundidade e o rigor da obra original.

Embora algumas supressões tenham sido feitas para a adaptação ao formato único, como as extensas notas de rodapé, o conteúdo principal foi mantido, garantindo que a essência e a riqueza informativa da obra não fossem comprometidas.

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Na opinião do autor, este processo de adaptação para atingir o grande público, é inerente à historiografia: «A História, ela mesma e por definição, é também uma construção ideológica e social, dependendo de quem a escreve, onde se escreve e para quem se escreve. E aqui há ainda que acrescentar de quem a revê e de quem a edita, pois que há que procurar atingir um público que a venha a adquirir e consumir, o que nos tempos que correm, de globalização e desmaterialização, acrescente-se, não é tarefa fácil.»

Do século XV, tempo do povoamento da Madeira, ao final do século XX, época da conquista da liberdade democrática e da autonomia política, a obra agora editada em volume único procura cobrir os vários temas da história da Madeira e do Porto Santo.

A coleção HISTÓRIA DA MADEIRA, de Rui Carita, começou a ser publicada em 1989, com a chancela da então Secretaria Regional da Educação, Juventude e Emprego. Os sete volumes desta edição original saíram ao longo dos anos até 2008. O autor explica a motivação que esteve na sua génese: «A primeira versão da nossa [obra], por exemplo, nasceu da implantação da Autonomia e da necessidade da então Secretaria Regional da Educação, em 1989, quando dirigida pelo Dr. Eduardo Brasão de Castro, de fornecer às escolas da Região este tipo de informação.»

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Em 2014, a Imprensa Académica republicou a obra, optando por estabelecer uma ordem cronológica dos volumes, organizada pelos vários séculos, por entender que esta organização seria a mais adequada à generalidade dos leitores.

Este volume único está organizado por seis capítulos que, na generalidade, seguem os seis volumes da edição de 2014: inicia-se com o século XV, com o início da Expansão Portuguesa; segue-se o século XVI, em que Portugal e a Madeira foram uma porta para o mundo; o século XVII traz a volta da centralidade do Atlântico após os desaires no oriente; o século XVIII é o do apogeu das novas hierarquias de poderes; o século XIX marca o advento do liberalismo; e o século XX trilha o caminho para a autonomia político-administrativa.

A obra de Rui Carita é a primeira a fazer uma síntese do passado da Madeira e do Porto Santo e continua a ser a única, podendo ser comparável a algumas das grandes «Histórias de Portugal», obras clássicas da historiografia portuguesa, de Joaquim Veríssimo Serrão, de A. H. de Oliveira Marques, de José Mattoso, de Rui Ramos, Nuno Gonçalo Monteiro e Bernardo Vasconcelos e Sousa, e mesmo do Dicionário de História de Portugal, do madeirense Joel Serrão. Como lembra o autor: «Todas as “Histórias”, passe-se o termo, são filhas umas das outras e das condições em que foram escritas, sendo, assim, todas devedoras umas das outras.»

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Não tendo havido outras tentativas monumentais de síntese da história da Madeira e do Porto Santo, esta obra ainda tem a sua atualidade no contexto da historiografia madeirense e da pluralidade de enfoques possíveis. É convicção do autor que: «A Imprensa Académica, a Associação de Estudantes e a Universidade da Madeira representam toda uma forma de pensar plural e globalizante, como é sua função, onde este tipo de trabalhos ainda têm cabimento, num esforço de mostrar que há sempre outros caminhos e outras formas de pensar, mesmo que aparentemente contracorrentes, pois a vida e a realidade não têm só uma cor, não sendo só preto ou branco, mas tendo todas as cores e variantes possíveis, todas tendo o seu lugar naquilo que se procura como final e que, com o tempo, vamos aprendendo, também, que tal é só um caminho.»

Timóteo Ferreira
ET AL.

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