Na mensagem de correio eletrónico a que a ET AL. teve acesso, enviada na tarde do dia 14 de agosto, Karolina Baras refere que, “à semelhança do ano letivo passado e, por restrições financeiras, a reitoria da UMa está a impor que Unidades Curriculares (UCs) opcionais que não tenham um número mínimo de alunos inscritos sejam fechadas”.
A diretora de curso indicou que os estudantes devem selecionar as UC “opcionais que estão realmente a considerar frequentar, sendo que será disponibilizado material complementar informativo para facilitar esta decisão”, acrescentando que “será possível, ainda, os alunos influenciarem a decisão sobre que UCs opcionais terão de fechar, com indicação de preferências”.
Não foi um Dia da UMa fácil. Enquanto o reitor se enganou, o ministro não se comprometeu com aumentos
Se houve algum incómodo nas declarações do ministro Fernando Alexandre, o reitor da UMa parece não ter tido um dia fácil. Enquanto o governante não trouxe nenhuma solução, o reitor acabou sendo confrontado com um decréscimo de estudantes e justificou a realidade com informações que contrariam os números oficiais.
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Karolina Baras escreveu que “este processo não correu da melhor forma no ano letivo transato” pois “vários alunos estavam a contar poder mudar as inscrições para UCs da sua preferência, após assistirem às aulas de apresentação das mesmas (pois os prazos oficiais assim o permitiam), mas as UCs tiveram de ser fechadas antes das aulas iniciarem e com base nos números oficiais de inscritos”.
Referindo que a Direção de Curso foi contactada “muito em cima da hora pela reitoria para tomar a decisão do fecho e tivemos que agir rapidamente e conforme solicitado”, acabando por gerar várias reclamações, “com razão”, pela “situação inesperada e indicaram que teriam preferido poder mudar a sua inscrição”.
foi contactada “muito em cima da hora pela reitoria”
Para “possibilitar dois momentos de escolha informada aos alunos sobre as UCs opcionais disponíveis, o Departamento de Engenharia Informática e Design de Media Interativos (DEIDMI)” informou que até ao dia 18 de agosto ocorrem as inscrições em UCs por parte dos estudantes, “sendo que, depois desta data, a possibilidade de mudanças nas inscrições ficará suspensa”. Até ao dia 1 de setembro, terá que ficar “decidido quais as UCs opcionais que fecham” e entre 4 e 8 de setembro os estudantes “podem mudar as inscrições nas UCs”. Entre 9 e 15 de setembro, haverá “um período adicional em que ainda é possível mudança, mas com lugar a multa”.
Para que os estudantes, até ao dia 18 de agosto, possam “tomar uma decisão inicial das UCs opcionais que gostariam de frequentar o mais informada possível” foi proposto aos “regentes de UCs opcionais lecionadas na licenciatura e mestrado em engenharia informática e também mestrado em design de media interativos e licenciatura em engenharia de computadores” que, até ao final do dia 16 de agosto, “disponibilizassem aos alunos algum material informativo sobre as UCs a seu cargo”.
Ministro da Educação destaca que “a Madeira é um caso de sucesso de desenvolvimento regional”
O Colégio dos Jesuítas do Funchal acolheu, a 6 de maio, uma reunião do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. Além dos membros do CRUP, a reunião contou igualmente com a presença do Ministro da Educação, Ciência e Inovação, da Secretária de Estado da Ciência, do Diretor-Geral do Ensino Superior, e do Secretário-Geral do Ensino Superior. No mesmo dia, na parte da manhã, o ministro Fernando Alexandre discursou no Dia da Universidade.
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A diretora de curso refere que até ao dia 28 de agosto, “os estudantes inscritos em UCs que correm o risco de fechar serão alertados, e será solicitado o preenchimento até dia 30 de agosto de um formulário” onde poderão indicar as disciplinas opcionais que se inscreveram, se “gostariam de mudar a inscrição para alguma outra UC que corre risco de fechar” ou se “preferem mudar a inscrição para outra UC que não faça parte da lista das UCs que corre risco de fechar”.
Por fim, a diretora escreve que os “diretores de curso e coordenador do departamento irão reunir e, com base nas respostas submetidas, verificar se é possível otimizar as inscrições/preferências indicadas pelos alunos, de forma a minimizar o fecho de UCs opcionais”. Após o envio da mensagem, no dia 16 de agosto, os diretores de curso da licenciatura em Engenharia Informática e da licenciatura em Engenharia de Computadores remeteram mensagens aos estudantes sobre o mesmo tema.
haverá “um período adicional em que ainda é possível mudança, mas com lugar a multa”
Contactada para esclarecimentos, Custódia Drumond, Vice-Reitora com a tutela dos Assuntos Académicos, indica que “restrições não têm necessariamente a ver com um curso em especial mas apenas com o número de inscrições, daí que sem sabermos o número de interessados em cada UC não se pode decidir se a UC reúne condições de funcionamento”. A dirigente reforça que a universidade “não pode suportar o funcionamento de UC opcionais com poucos estudantes inscritos, pois essas situações muitas vezes estão associadas a novas contratações”, indicando que, “quando existem criadas diversas UC opcionais procura-se dar a oportunidade aos estudantes de as frequentarem, mas com a conjugação da necessidade de controle do processo em termos de recursos humanos e financeiros”.
Nos últimos dias a ET AL. tem noticiado sobre o novo modelo de financiamento, anunciado pela tutela, e que conta com a “criação dos contratos-programa de desenvolvimento, que têm um pendor regional”, segundo noticiado pela imprensa.
O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), através de um parecer enviado ao MCTES em julho, citado pelo Público, tem uma “opinião negativa” quanto à “exequibilidade da proposta”.
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No final de maio, o Conselho de Ministros, reunido em Braga, aprovou um conjunto de medidas para a Juventude. Alojamento e bolsas para estudantes, apoios na habitação e benefícios nos impostos são algumas das áreas em que o executivo apostou.
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O ministério anunciou o “maior aumento da dotação das universidades”, o que pode evitar, caso se confirme, limitações de abertura de UC “por restrições financeiras”.
Em maio, a ET AL. publicou uma entrevista a Karolina Baras que referia as desistências que se verificam no mestrado, “maioritariamente ocorrem no segundo ano e têm muito a ver com a enorme procura de licenciados em engenharia informática por parte das empresas”. De acordo com os dados publicados, havia 58 estudantes inscritos no mestrado em Engenharia Informática, no ano letivo 2020-2021 (eram 41 inscritos no ano letivo 2017-2018).
Luís Eduardo Nicolau
ET AL.
Com fotografia de Desola Lanre-Ologun.
Artigo atualizado às 19:45 com as declarações de Custódia Drumond.