Portugal garante apenas 32% dos alojamentos necessários para acolher os universitários

Portugal garante apenas 32% dos alojamentos necessários para acolher os universitários

A crise de alojamento estudantil no nosso país continua a agravar-se. Apenas 32% das necessidades de camas estão asseguradas para o próximo ano letivo, conforme deram conta, em julho, o DN de Lisboa e o Público.
Placa na Quinta de São Roque, no verão de 2025, a aguardar o início das obras na futura residência universitária do Campus Universitário da Quinta de São Roque.

A situação não é a melhor. O Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) dispõe de aproximadamente 35 mil camas para um universo de 110 mil estudantes deslocados. Os casos mais preocupantes são os dos estudantes carenciados das universidades públicas. O Diário de Notícias noticiou que mais de 40 mil estudantes nesta situação têm acesso limitado às residências estudantis públicas, que oferecem somente 15.939 camas.

O PNAES foi lançado em 2018, pelo executivo de António Costa, com a promessa de disponibilizar 18 mil camas adicionais, num investimento de 445,7 milhões de euros, porém tem enfrentado vários atrasos. A Federação Académica do Porto (FAP) alertou em fevereiro último que apenas 3% das camas tinham obras em curso.

Em maio, o Governo de Luís Montenegro anunciou, entre outras medidas, a criação de 709 novas camas para estudantes em pousadas do INATEL e da Juventude, com a maior parte das ofertas em Lisboa e Porto, adicionando 208 e 130 camas respetivamente. Uma decisão que ainda está longe de resolver a escassez de alojamento.

Como forma de mitigar a crise, a partir do próximo ano letivo, estudantes deslocados que não são bolseiros poderão receber 50% do valor do alojamento, desde que o rendimento anual per capita do agregado familiar não ultrapasse os 14.259,28 euros. Esta medida visa aliviar o fardo financeiro dos estudantes e suas famílias, mas a efetividade desta ajuda ainda está por ser avaliada.

A falta de camas para estudantes continua a ser um problema sério no ensino superior português. As iniciativas governamentais e os investimentos anunciados até agora não têm sido suficientes para acompanhar a crescente demanda, deixando milhares de estudantes em situação precária. A necessidade de soluções rápidas e eficazes é imperativa para garantir que todos os alunos tenham condições adequadas de alojamento para prosseguir os seus estudos.

Na Madeira, a situação perspetiva um futuro pouco risonho. No último episódio do PEÇO A PALAVRA, iniciativa da ACADÉMICA DA MADEIRA com a TSF MADEIRA 100 FM, Ricardo Gonçalves, administrador da Universidade da Madeira e da sua Ação Social, confirmou o início, há muitos meses aguardado, das obras de renovação da residência na rua de Santa Maria.  Não há, porém, certezas sobre o início das obras para a criação das futuras residências na rua da Carreira e no Campus Universitário da Quinta de São Roque.

A ET AL. tem conhecimento que a residência de Santa Maria, por causa das obras em desenvolvimento, tem uma capacidade de alojamento limitada e as residências das Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny e do Instituto Superior de Administração e Línguas, que também costumam receber estudantes da UMa, além dos seus,  não dispõem de vagas, de momento.

Entretanto, o administrador sublinhou que a Ação Social da UMa tem conseguido satisfazer os pedidos de alojamento de estudantes.

Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Pedro Pessoa.

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