Com cerca de 1.400 espécies distintas, representando um quarto de todas as espécies de mamíferos, os morcegos estão no centro das atenções por más razões. Cerca de 25% das espécies de morcegos enfrentam um estatuto de conservação desfavorável, situação que se agrava pelo aumento global da poluição luminosa. Nos arquipélagos da Madeira, Açores e Canárias, esta ameaça interfere nos seus padrões de comportamento alimentar e reprodutivo.
O projeto LIFE Natura@night surge como uma esperança para estes animais noturnos da Macaronésia. Com ações voltadas para mitigar os efeitos da poluição luminosa, este pretende preencher lacunas no conhecimento científico sobre o efeito desta ameaça nos morcegos.
Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves
Desde a sua criação na ilha da Madeira, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves tem contado com a preciosa ajuda de voluntários e estagiários. Estes jovens, muitas vezes
IV Jornada Insularidades: lugares, cruzamentos e desafios
As jornadas, promovidas pela Universidade da Madeira, acontecem amanhã, 9 de dezembro, no Anfiteatro 1 do Campus da Penteada. O evento
As principais abordagens metodológicas deste estudo envolvem uma extensa pesquisa e revisão de literatura sobre estes mamíferos, como são afetados pela poluição luminosa e que medidas específicas podem ser utilizadas para mitigar estes efeitos.
Nas regiões dos Açores e Madeira, os estudos no terreno incluíram a amostragem de morcegos em áreas designadas da Rede Natura 2000, nomeadamente detecção acústica dos morcegos por gravadores, captura através de redes e seguida análise dos dados recolhidos. Nas Canárias, a abordagem é mais voltada para análises de dados georreferenciados previamente recolhidos por outros estudos.
Este estudo, ainda, incluirá uma ação de monitorização para avaliar o impacto das mudanças na iluminação pública na atração de morcegos, coordenado pelo Instituto das Florestas e da Conservação da Natureza, IP-RAM.
Centro de Química da Madeira promove a Winter School
O Centro de Química da Madeira (CQM) vai organizar, entre os dias 5 e 9 dezembro, a primeira edição da sua Escola de Inverno, dedicada ao tema “Building the future of drug discovery: Selected therapeutic approach breakthroughs. Why and how?”.
CLEPULando. Como se Clepula?
O CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), criado pelo professor
Os estudos mostraram que o morcego-da-madeira (Pipistrellus maderensis) é a única espécie comum nos três arquipélagos: Madeira, Açores e Canárias. Na ilha da Madeira, o morcego-da-madeira é mais frequentemente avistado na densa floresta Laurissilva, enquanto o morcego-arborícola-pequeno (Nyctalus leisleri) tende a preferir áreas abertas. O morcego-da-madeira é a espécie mais comum na região, enquanto que o morcego orelhudo cinzento (Plecotus austriacus), não chegou a ser detetado.
Na Graciosa, especialmente nas zonas costeiras designadas como Rede Natura 2000, a população de morcegos é escassa. Registou-se o morcego-da-madeira e o morcego-dos-açores (Nyctalus azoreum), sendo este último mais prevalente e notável por seus hábitos diurnos.
Nas Canárias, há oito espécies de morcegos. Em Gran Canaria, foram identificadas o morcego-rabudo (Tadarida teniotis), morcego-de-kuhl (Pipistrellus kuhli) e morcego-de-savi (Hypsugo savii). Por outro lado, em Tenerife, o morcego-da-madeira, morcego-rabudo, morcego-orelhudo-de-canárias (Plecotus teneriffae), morcego-de-kuhl, morcego-arborícola-pequeno, morcego-negro (Barbastella barbastellus) e morcego-de-savi foram encontrados.
8 razões para ser membro da OET
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A ciência enfrenta desafios de inventividade nas últimas décadas
A ciência está a tornar-se menos inventiva, com uma redução significativa em trabalhos disruptivos devido à especialização crescente e à pressão
Com estes resultados tornou-se evidente, uma vez mais, que permanecem lacunas de conhecimento significativas no conhecimento da biologia dos morcegos da Macaronésia, sendo informações cruciais para o desenvolvimento de planos de conservação destas espécies. A informação sobre os tipos ideais de luzes para a conservação dos morcegos ainda é incerta, mas, as luzes vermelhas de menor intensidade parecem ser a melhor opção atualmente.
O projeto LIFE Natura@night, cofinanciado pelo programa LIFE da União Europeia e coordenado pela SPEA, visa reduzir a poluição luminosa que afeta as áreas protegidas dos arquipélagos da Madeira, Açores e Canárias, e mitigar seus impactos sobre as espécies protegidas nas áreas da Rede Natura 2000. Mais informação em www.naturaatnight.spea.pt
Elisa Teixeira
Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves
Com fotografias de Yasmin Redolosis e Luís Berimbau.