Será o supercomputador mais rápido em Portugal, capaz de executar 10 milhões de biliões (dez petaflops) de cálculo por segundo. Instalado na Universidade do Minho, em Guimarães, o Deucalion é inaugurado esta quarta-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, e pela ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e vem multiplicar por dez a disponibilização de capacidade de computação de alto desempenho no país.
Rápido e sustentável
Capaz de realizar simulações e modelação nos mais variados domínios científicos, da medicina personalizada ao design de fármacos e novos materiais, da observação da Terra e oceanos ao combate às alterações climáticas e fogos, passando pela criação de smart cities ou pelos veículos autónomos, o novo supercomputador contribuirá também para acelerar a análise de grandes volumes de dados no domínio dos mais recentes algoritmos da Inteligência Artificial.
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Para isso, este agregado computacional ocupa duas filas de 26 armários de dois metros de altura, pelo menos 1900 metros de fibra ótica e 2359 cabos de alta velocidade, que garantem a rapidez de processamento e um sistema de armazenamento de dados de alto desempenho, a par de uma alta eficiência energética.
Atualmente, em Portugal existem computadores com menor capacidade nas instituições de ensino superior e investigação, para uso interno. Mas supercomputador nacional, central e partilhado, há apenas o Deucalion. Até recentemente houve o BOB, de menor capacidade, mas que foi recentemente desligado, uma vez que o Deucalion iria entrar em operação, sendo mais poderoso e eficiente.
Apoio à comunidade científica
O Deucalion – que entrará para o Top500 dos supercomputadores mundiais – chega a Portugal ao abrigo da rede europeia EuroHPC (Empresa Comum para a Computação Europeia de Alto Desempenho), uma iniciativa da União Europeia criada em 2018 e que tem como objetivo tornar a Europa líder mundial na área da supercomputação. Representa um investimento de 20 milhões de euros, 35% com origem nos fundos comunitários da EuroHPC e 65% oriundos de outros fundos, como o Orçamento do Estado, através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
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O supercomputador que será hoje inaugurado ficará acessível à comunidade de investigação através de concursos de acesso lançados pela FCT, estando previsto o apoio a mais de 200 projetos, a cada ano. Será também possível desenvolver parcerias específicas nas áreas da Inovação e Administração Pública.
Supercomputador vai a concurso
A 4.ª edição do Concurso de Projetos de Computação Avançada abre a 19 de outubro, já com o Deucalion, juntamente com outros recursos computacionais afetos à FCT. Desde 2020 realizaram-se cinco concursos, que levaram à aprovação de 384 projetos de investigação. As áreas que mais acedem a estes recursos são as Engenharias, Física e Química, mas é também evidente uma procura crescente em áreas como o Ambiente, a Bioinformática ou as ciências sociais.
Texto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Com fotografia de Markus Spiske.