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O artista contemporâneo favorito do público britânico é de origem madeirense

Rodrigues Gonçalves, artista lusobritânico radicado no Reino Unido, foi o vencedor do People’s Choice Award com a série Briton, na edição de 2022 do Robert Walters Group UK New Artist of the Year Award, em colaboração com a Saatchi Gallery.

A Robert Walters Group, uma consultoria global de recrutamento, com o apoio da UK New Artists, instituição de solidariedade social, e da Saatchi Gallery, uma renomada plataforma de arte contemporânea, promovem um concurso de arte contemporânea, que visa descobrir e defender artistas excecionais que representem o Reino Unido nos tempos modernos, o Robert Walters Group UK New Artist of the Year.

Em 2022, subordinado ao tema O futuro inimaginável, dez artistas foram selecionados para exibir seus trabalhos na Saatchi Gallery a 10 de novembro. As obras foram apresentadas remotamente numa galeria virtual, até 10 de janeiro, para que o público votasse no seu artista preferido.

André Moniz Vieira no IT’S OKAY

O IT’S OKAY, um programa quinzenal criado e produzido pela ACADÉMICA DA MADEIRA e dinamizado pelos estudantes da Universidade da Madeira, convidou André Moniz Vieira, para o 3.º episódio da 2.ª temporada.

O galardão People’s Choice Award, dado ao artista mais votado pelo público e que abre portas para uma das apresentações internacionais do UK New Artists, foi atribuído ao artista madeirense Rodrigues Gonçalves.

Em Portugal, o Orçamento do Estado tem 0,3% da sua despesa em Cultura. Ainda somos um país que gasta pouco nessa área e que também atrai pouco investimento privado. No Reino Unido, o governo gastou cerca de 4,55 mil milhões em Cultura, em 2021-22. Sentes que existe mais interesse? Mais oportunidades? Mais investimento, também com maior competição?

Há definitivamente um maior investimento na preservação e na promoção da cultura e do património. Existe uma presença capitalista forte, que resulta em maior quantidade de oportunidades. Existe também maior quantidade de associações e galerias que oferecem uma maior oportunidade para artistas.

É complexo falar em competitividade nesta área das Artes pois o árbitro passa a ser o sistema de gosto, que é legitimado pelas entidades de referências na área: Museus, críticos e Galerias.

Optar por uma carreira nas Artes, em Portugal, está cercado de um forte estigma e receio pela capacidade do artista sobreviver apenas com a sua arte. A opção de sair de Portugal foi motivada pelo crescimento, intercâmbio e outros fatores?

Ao longo da história existem vários artistas conhecidos que se caracterizam comummente por uma vida miserável. Acho que esse estigma ficou associado muitas vezes quando falamos em carreira nas Artes. Mas, desde o século passado, temos artistas como o Andy Warhol, Damien Hirst, Jeff Koons que provam que esse estigma é do passado. Hoje em dia, os Artistas passam a ser um pouco como celebridades.

O tipo de trabalho/pesquisa em que estou interessado está ligado ao capitalismo e ao ready-made por isso acho que mover-me para fora de Portugal foi o essencial para o desenvolvimento conceptual e técnico do meu trabalho a nível profissional.

O meu objetivo é desafiar aquilo que conhecemos e acrescentar algo ao diálogo da Arte. Para fazer parte desse diálogo é essencial a participação por isso é crucial estar localizado nos focos de referência internacional.

Adicionalmente, a permanência em Portugal impõe muitas delimitações a nível técnico e material na fabricação dos trabalhos.

Uma carreira pelas Artes não pode ser delimitada por fronteiras.

Entrevista realizada por Luís Eduardo Nicolau.
ET AL.
Fotografia de Rodrigues Gonçalves (2022).

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