Vicente Jorge Lopes Gomes da Silva (Funchal, 1945-2020) foi um jornalista, cineasta e político madeirense. Pertencente a uma das mais prestigiadas famílias de fotógrafos nacionais, a casa onde cresceu é atualmente o Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s, que mantém o estúdio dos seus antepassados, fotógrafos oficiais da imperatriz Isabel de Áustria e da Casa Real Portuguesa.
AI! SE EU FOSSE ZEUS… é o novo lançamento infanto-juvenil da CADMUS
O lançamento na Feira do Livro do Funchal foi no passado domingo, 26 de março. O novo livro foi editado pela CADMUS, uma das editoras da ACADÉMICA DA MADEIRA, da autoria de Andreia Baptista (texto) e Teresa Vieira (ilustração).
Rúben Castro é o autor do novo volume da coleção VIDAS (DES)CONHECIDAS
O Teatro Municipal de Baltazar Dias acolheu o lançamento do livro VIDAS (DES)CONHECIDAS: VICENTE JORGE SILVA, perante dezenas de familiares e
Chamado “Vicente” como os avós e “Jorge” como o pai, o jovem cedo desenvolveu uma paixão pelo cinema, começando por escrever críticas para o Jornal da Madeira nos tempos do Liceu. Pelos modos irreverentes e até por se mostrar contra a ditadura, no fim da adolescência foi enviado pelos pais para fora de Portugal, evitando perseguição política. Viveu e trabalhou no Reino Unido e em França e foi, aliás, em Paris que travou amizade com a escritora e ativista política Maria Lamas, ela própria perseguida pelo Regime.
Em 1966, de regresso à Madeira, tornou-se redator-chefe do Comércio do Funchal, a quem chamavam “o cor-de-rosa”, devido à cor do papel de impressão, ligado à oposição à ditadura. Esta publicação chegou a ter uma tiragem de 15.000 exemplares sob a sua liderança, estando presente nas bancas de várias cidades portuguesas, muito além do território madeirense. Em 2017, o Museu de Imprensa da Madeira realizou uma exposição, inaugurada a 20 de janeiro pelo próprio jornalista.
O menino Vicente tornou-se jovem e foi correr mundo. O jovem tornou-se adulto e fez-se jornalista
Integrou várias outras publicações portuguesas, mas foi a sua passagem pelo Expresso e pelo Público que o tornaram conhecido da maior parte dos portugueses. No primeiro, Vicente Jorge Silva liderou a redação e foi um dos responsáveis pela criação da sua Revista. Esteve, posteriormente, envolvido na fundação do Público de que foi o primeiro diretor e onde, em 1994, cunhou a expressão “geração rasca” a propósito do comportamento de alguns estudantes em manifestação contra as medidas tomadas pelo governo de Aníbal Cavaco Silva.
A par do jornalismo, dedicou-se à sua paixão de juventude, assinando alguns filmes, curtas e longas-metragens, entre os quais Porto Santo (1997), com Ana Zanatti, Beatriz Batarda, José Eduardo e João Didelet, entre outros. Esta longa-metragem filmada na ilha dourada integrou o Festival Internacional de Genebra.
CONTINHOS POPULARES MADEIRENSES chegam às livrarias a tempo do Natal
A CADMUS apresenta, nesta quadra, um clássico do património literário da Madeira, CONTINHOS POPULARES MADEIRENSES, do padre Alfredo Vieira de Freitas. Esta edição de capa dura é ilustrada pelo antigo estudante da UMa, Tiago Pinto, que este ano foi distinguido com o prémio Novos Talentos FNAC.
Cadmus apresentou novo trabalho de Andreia Baptista e Teresa Vieira
Chama-se A MENINA QUE DESAPRENDEU A SORRIR. Um livro para crianças que é uma lição de superação psicológica de uma situação
As eleições legislativas, de 2002, iniciariam o governo de Durão Barroso. Vicente Jorge Silva foi, então, eleito pelo Partido Socialista, como 9.º deputado pelo círculo de Lisboa na Assembleia da República, acabando por renunciar a meio do mandato.
Após uma vida dedicada à comunicação e à luta pela liberdade de expressão, Vicente Jorge Silva faleceu com 74 anos de idade na cidade que o viu nascer.
A obra pode ser adquirida nas principais livrarias do país.
Timóteo Ferreira
ET AL.
Com fotografia DR.