O programa do IX Fórum da Empregabilidade inclui visitas a stands de empresas participantes para conhecer ofertas de emprego e de estágios profissionais ou académicos e várias palestras de preparação para o acesso ao mercado de trabalho e de procura do primeiro emprego. O último dia está reservado à realização de entrevistas preparatórias aos candidatos.
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O evento é organizado pelo Observatório de Emprego e Formação Profissional da UMa, presidido pelo investigador Paulo Silva Lobo A entrada livre, mas a inscrição é obrigatória, através do formulário de candidatura.
A maior parte das ofertas das empresas associadas ao Fórum centra-se nos concelhos do Funchal e da Ribeira Brava. Que desafios são colocados ao Observatório para incluir empresas de outros concelhos da Madeira no Fórum de Empregabilidade?
O espaço disponível para a realização do Fórum da Empregabilidade, que é naturalmente limitado, em conjunto com o objetivo de termos um número significativo de ofertas de emprego e estágio, que foi alcançado com mais de 200 ofertas registadas, levou a que procurássemos ter grandes empresas a participar. É por isso natural que grande parte das ofertas tenham como localização indicada o Funchal, em conjunto com a Ribeira Brava, dadas as ofertas associadas ao centro tecnológico da Altice Labs. Há, ainda, ofertas com indicação da localização no Porto Santo e em Machico.
Isto não implica, no entanto, que a atividade a desenvolver se restrinja necessariamente a esses concelhos. Por exemplo, a ANA – Aeroportos de Portugal indica o Funchal como localização das suas ofertas, mas na descrição das ofertas diz que a atividade será desenvolvida nos aeroportos da Região Autónoma da Madeira. Portanto, em Santa Cruz e no Porto Santo. Outro exemplo: a Socicorreia, apesar de indicar Machico como localização das suas ofertas, onde tem sede, terá atividade a desenvolver em toda a Região.
Importa também dizer que, tendo em conta as tendências atuais do mercado de trabalho, nomeadamente com o crescente recurso ao trabalho remoto, particularmente em áreas com utilização intensiva de conhecimento e tecnologia, estas questões vão se tornando menos rígidas.
De qualquer forma, as empresas estarão presentes no Campus da Penteada ao longo de todo o evento, podendo os interessados esclarecer qualquer aspeto relacionado com as ofertas através de contactos diretos. Estão também abertas inscrições, no site do evento (forumempregabilidadeuma.pt), para entrevistas de seleção, altura que os interessados poderão aproveitar para obter algum último esclarecimento.
Dito isto, dado o elevado interesse neste evento por parte das empresas, o Observatório planeia avaliar formas de ultrapassar as limitações que já referi, de forma a ser possível realizar os próximos Fóruns com um número maior de empresas participantes, o que deverá conduzir a uma maior dispersão da localização das ofertas.
Além de ofertas de emprego, algumas empresas oferecem estágios profissionais e até académicos. Que vertente é mais procurada pelos estudantes nos Fóruns de Empregabilidade?
Nas anteriores edições deste evento, era promovido um conceito denominado “Bolsa de Contactos”, que consistia, essencialmente, de um registo, pelas entidades que participavam no Fórum, de eventuais candidatos a futuras vagas de trabalho e de estágio.
Este ano, decidimos desenvolver um site, também para divulgar o evento, mas principalmente para termos uma plataforma onde as empresas registam as suas ofertas, e os interessados, após criarem uma conta à qual associam o seu currículo, candidatam-se às vagas disponibilizadas.
Este novo formato permitirá, após a conclusão do evento, ter a resposta à sua pergunta, mas, pela razão que referi, não temos essa informação dos anteriores Fóruns da Empregabilidade.
As tecnologias e a gestão constituem a maior parte das ofertas de emprego e estágio anunciadas. Que aceitação o Observatório tem registado para diplomados de outras áreas, como as Artes, Humanidades e as Ciências Sociais na Universidade da Madeira?
As áreas das tecnologias digitais e da gestão constituem, de facto, grande parte das ofertas, mas gostaria de dar nota de que o Fórum conta com ofertas em diversas áreas, como psicologia, hotelaria, engenharia mecânica, engenharia civil, matemática, marketing, comunicação, design, comércio ou línguas.
Relativamente ao sucesso no mercado de trabalho de diplomados das áreas que referiu, podemos encontrar nos relatórios anuais do OE-UMa indicações a esse respeito.
Os relatórios são elaborados anualmente e apresentam a análise do Observatório aos dados do desemprego, entre outros. Estando nós a iniciar a preparação do Relatório Anual 2022, dispomos, neste momento, apenas dos dados referentes a dezembro de 2021.
Da análise dessa informação, podemos concluir que a empregabilidade associada às licenciaturas nas áreas da saúde, das engenharias e em algumas áreas da educação era, naquela data, particularmente elevada, mas os indicadores de empregabilidade analisados para as licenciaturas apresentam, para a generalidade das áreas, resultados que consideramos positivos e que não se desviam muito dos das áreas que destaquei. Quando se passa para os mestrados, os resultados são ainda um pouco melhores, destacando-se, por exemplo, porque não havia desempregados registados, os cursos de Ciências da Educação.
Devo no entanto referir que, tendo em conta que naquela altura o número de desempregados registados pelo Instituto de Emprego da Madeira era superior a catorze mil e que no final de 2022 o desemprego registado corresponde a menos de dez mil pessoas, é razoável esperar que os dados a constar do próximo relatório, relativos a dezembro de 2022, sejam transversalmente melhores do que os anteriores.
Numa Universidade que tem estado a lutar no sentido da internacionalização, que expressão têm os mercados de trabalho estrangeiros na busca do primeiro emprego dos diplomados pela UMa?
Apenas os inquéritos aos antigos alunos podem dar alguma indicação a esse respeito, mas a fiabilidade dessa informação em particular será sempre questionável.
O inquérito online, que estamos nesta altura a realizar, foi divulgado através de todos meios a que temos acesso, como jornais, redes sociais e listas de e-mails de antigos alunos, entre outros, e o número de participantes já é neste momento muito significativo, superior ao do inquérito realizado anteriormente, mas será impossível afirmar que os diplomados pela UMa que procuraram trabalho no estrangeiro estão proporcionalmente representados no conjunto de respostas obtidas.
Se admitíssemos essa hipótese, a percentagem de antigos alunos da Universidade da Madeira que trabalham noutros países seria de cerca de 3%.
Os inquéritos realizados pelo OE-UMa apontam, consistentemente, o Reino Unido como o destino mais procurado pelos diplomados pela UMa para trabalhar fora de Portugal.
Entrevista conduzida por Carlos Diogo Pereira.
ET AL.
Com fotografia de Alvaro Reyes.