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Estudantes da Faculdade de Direito protestam contra mudanças na avaliação

Estudantes da Faculdade de Direito protestam contra mudanças na avaliação

Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa bloquearam as entradas em protesto contra a substituição das frequências por um único exame final, alegando prejuízos ao seu desempenho académico.

Na semana passada, 6 de março, estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa bloquearam as entradas principais do edifício em protesto contra a aprovação de um novo regulamento de avaliação. O documento, votado na véspera pelo Conselho Pedagógico, prevê o fim das frequências e a substituição por um único exame final por disciplina. A medida gerou forte oposição estudantil, que considera a alteração prejudicial ao seu desempenho académico.

Apesar da mobilização, algumas aulas decorreram normalmente, uma vez que as entradas laterais permaneceram acessíveis. No entanto, o protesto simbolizou a insatisfação generalizada dos alunos, que reivindicam mais oportunidades de avaliação ao longo do semestre. Baltazar Oliveira, presidente da Associação Académica da Faculdade de Direito, sublinhou que a mudança representa a retirada de um direito adquirido, defendendo que a avaliação contínua permite um melhor aproveitamento das matérias.

A decisão do Conselho Pedagógico resultou num impasse entre estudantes e professores. O regulamento foi aprovado com o voto de desempate do presidente do órgão, Pedro Caridade Freitas, contrariando a prática anterior de não utilizar esse mecanismo contra a unanimidade dos estudantes. A contestação também se estendeu ao debate sobre a paridade entre estudantes e docentes nos órgãos de gestão das universidades, inserido na revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), atualmente em discussão no Parlamento.

O diretor da faculdade, Eduardo Vera-Cruz Pinto, apelou ao diálogo entre as partes, sublinhando a importância do equilíbrio nas decisões institucionais. Reconheceu a legitimidade da contestação estudantil, mas alertou para a necessidade de respeitar o compromisso legal de horas letivas. Enquanto o impasse persiste, os estudantes garantem que continuarão a lutar pelos seus direitos, reforçando que não aceitarão a nova regulamentação.

Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Tingey Injury.

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