O Instituto Politécnico do Porto (IPP) pretende dar um passo histórico ao submeter uma proposta ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação para se converter em universidade. A decisão, aprovada por unanimidade pelo Conselho Geral, reflete uma visão estratégica que visa alinhar a instituição com os desafios do ensino superior e ampliar a sua oferta formativa. Com esta mudança, o IPP tornaria-se a primeira instituição politécnica a solicitar oficialmente esta transição, beneficiando da legislação que permite aos politécnicos atribuírem doutoramentos e evoluírem para universidades politécnicas.
O presidente do IPP, Paulo Pereira, justifica esta ambição com a realidade académica e científica da instituição, que, segundo ele, já opera num nível equivalente ao das universidades. A instituição conta com mais de 22 mil estudantes distribuídos por licenciaturas, mestrados e doutoramentos, cumprindo todos os requisitos estabelecidos pelo regime jurídico das instituições de ensino superior. Além disso, destaca-se pelo número de centros de investigação e pela relevância dos seus programas na formação para a empregabilidade e inovação.

Subsídio de mobilidade é mantido até março de 2025
O Governo anunciou a prorrogação do regime atual do subsídio social de mobilidade para viagens entre a Madeira e o continente, enquanto aguarda as conclusões de um grupo de trabalho que irá propor um novo modelo de apoio.

Exaustão e falta de pertença são razões que levam ao abandono da formação superior
Relatório apresentado em julho, pela Fundação “La Caixa”, indica que a exaustão académica, um reduzido sentimento de pertença e fracos resultados
A proposta surge num contexto em que a Área Metropolitana do Porto apresenta uma oferta universitária pública inferior à procura existente. De acordo com Paulo Pereira, apenas 40% dos estudantes do ensino superior da região frequentam instituições universitárias públicas, o que justifica a necessidade de reforçar essa oferta. A transformação do IPP em universidade permitiria equilibrar essa distribuição e fortalecer a capacidade de resposta do sistema educativo à crescente procura por ensino superior qualificado.
Apesar da confiança da instituição na aprovação da proposta, o processo ainda terá de passar pelo crivo do ministério e cumprir eventuais exigências adicionais. Caso seja aprovada, esta mudança poderá abrir caminho para outras instituições politécnicas seguirem o mesmo percurso, contribuindo, na visão dos seus defensores, para a modernização do ensino superior em Portugal e reforçando o seu papel na formação de profissionais altamente qualificados para o mercado de trabalho.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Med Badr Chemmaoui.