A Greenwich Students’ Union (GSU) desempenha um papel central na vida académica da Universidade de Greenwich, uma instituição de ensino superior com uma história rica, profundamente ligada à inovação e à inclusão. Fundada em 1890 como Woolwich Polytechnic, a universidade evoluiu ao longo do século XX, tornando-se um dos principais centros de ensino e investigação do Reino Unido. Com campus distribuídos por locais emblemáticos como o Old Royal Naval College, em Greenwich, e Medway, a universidade atrai estudantes de diversas origens e nacionalidades, refletindo o seu compromisso com a diversidade e a acessibilidade ao ensino superior.
Neste contexto, a GSU tem a missão de representar, apoiar e empoderar a sua comunidade estudantil, garantindo que a experiência universitária vai além das salas de aula. Segundo os representantes da GSU, isto passa pela “integração nas operações do dia a dia da universidade, incluindo a revisão contínua do currículo e da avaliação que a instituição está a levar a cabo”. Como uma associação gerida por estudantes e para estudantes, a GSU trabalha para criar um ambiente inclusivo e dinâmico, onde a voz dos estudantes é ouvida tanto dentro da universidade como junto das entidades políticas que moldam o ensino superior no Reino Unido.
Os representantes afirmam querer “incorporar as competências e o desenvolvimento profissional que os estudantes adquirem através do envolvimento nas várias formas de aprendizagem” e ainda, acrescentam, que estão numa posição privilegiada, graças ao trabalho sólido desenvolvido ao longo dos anos, destacando o impacto da sua associação e da investigação aprofundada sobre métricas essenciais para a universidade.

Greenwich Students’ Union na elite do ensino superior
A ET AL. entrevistou Emma Pleasant, Head of Student Voice and Representation da Greenwich Students’ Union, instituição que está no topo das dez melhores estruturas estudantis do Reino Unido.

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No entanto, a sua atuação enfrenta desafios significativos. As políticas governamentais de financiamento do ensino superior, a crise do custo de vida e a crescente pressão sobre o bem-estar mental dos estudantes são apenas algumas das batalhas que a GSU tem de travar. Internamente, os desafios prendem-se sobretudo com a consistência das ações do staff em toda a universidade. “Alguns membros estão envolvidos e são recetivos, o que facilita a defesa dos nossos interesses, enquanto outros demonstram resistência, o que afeta o nosso sucesso”, referem os representantes. Ainda assim, garantem que, “devido às prioridades estratégicas da universidade”, mantêm uma relação sólida com os líderes do executivo.
Na GSU, os mandatos dos representantes são de um ano, o que cria desafios adicionais. Os estudantes eleitos, designados de officers, sentem a necessidade de capacitar-se rapidamente para agir com confiança e eficácia, garantindo sempre uma boa avaliação e resposta adequada a qualquer situação. Sendo um processo complexo, esta gestão e evolução tornam-se morosas, um ponto que tem sido trabalhado pelos officers da GSU.
O papel da GSU estende-se, contudo, para além do campus e dos órgãos universitários, envolvendo-se ativamente na discussão de políticas governamentais. Os seus representantes demonstram firmeza na comunicação, criticando a falta de atenção ao ensino superior britânico e à voz dos estudantes, e lamentando que os pedidos da comunidade estudantil sejam frequentemente despriorizados. A GSU tem insistido na necessidade de uma auscultação mais ativa e de uma revisão das políticas existentes, de modo a garantir que os estudantes têm um papel mais relevante na tomada de decisões sobre a academia universitária britânica.

East London Students’ Union recebe dirigentes da Madeira
A equipa da East London Students’ Union, no campus da região de Docklands, próximo do Royal Albert Dock, receberam a ACADÉMICA DA MADEIRA para uma visita e uma reunião de trabalho.

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A reunião entre a GSU e a ACADÉMICA DA MADEIRA representou um marco importante para ambas as instituições, proporcionando uma troca de impressões, experiências e ideias. O objetivo foi criar um ambiente de aprendizagem mais equitativo, inclusivo e assertivo. Segundo o Vice-Presidente da ACADÉMICA DA MADEIRA, Vítor Sebastião Silva, “é a partir deste tipo de ações que podemos melhorar enquanto estudantes, dirigentes associativos e cidadãos interessados numa melhor política educativa, percebendo os problemas que ambos os lados enfrentam e encontrando métodos de resolução em conjunto, através de boas práticas de análise e discussão”.
Ricardo Freitas Bonifácio
ET AL.
Com fotografia de Dorian Bogdańska.