Os enfermeiros da Região Autónoma da Madeira estão a enfrentar condições de trabalho extremamente desgastantes, “com horários rotativos e uma sobrecarga de horas que têm deixado os profissionais de saúde mentalmente esgotados”, de acordo com uma notícia do JM, de 16 de janeiro. Esta realidade não é isolada, visto que um estudo recente revelou que, em todo o País, 1.894 enfermeiros tiveram de recorrer a baixas médicas devido a problemas relacionados com saúde mental.
A Ordem dos Enfermeiros alertou para as implicações da falta de profissionais e para o impacto negativo de “práticas laborais exaustivas, sem folgas ou apoio suficiente nos hospitais”. Durante a cerimónia que celebrou os 25 anos de inscrição na Ordem, o secretário regional de Saúde, Pedro Ramos, reconheceu os desafios, justificando que “o Orçamento Regional apenas permite a contratação de 200 enfermeiros, quando a necessidade é muito maior”.

Em enfermagem, desde o Reino Unido
Após o término do curso, tirei uns meses para reflectir sobre o meu futuro profissional, devido a toda uma conjuntura socioeconómica que vivíamos. Na Madeira, nascido e criado, encontro-me agora

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Segundo o JM, a Madeira acompanha os dados nacionais do “Nurses’ Health Survey 2024”, que indicam que 87,4% dos enfermeiros sofrem de ansiedade e insónia, enquanto 74,4% apresentam sinais de esgotamento emocional. Estas condições têm sido agravadas pela dificuldade em conciliar as exigências profissionais com a vida pessoal.
Além disso, as queixas contra condições de trabalho levaram a Secção Regional da Ordem dos Enfermeiros a agendar uma reunião com sindicatos em fevereiro de 2024, na tentativa de “encontrar soluções para um sistema que continua a funcionar à custa do sacrifício dos seus profissionais”.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Hush Naidoo.