A administração Trump lançou “ordens para obter mais controlo sobre as universidades”, o que deixou as instituições “atónitas”, segundo relata o The New York Times (NYT). Temendo represálias de “um presidente conhecido por retaliar contra os seus inimigos”, a maioria dos líderes do ensino superior permaneceu inicialmente em silêncio. No entanto, após semanas a assistir ao congelamento de “milhares de milhões em financiamento federal” e a exigências de mudanças políticas, formou-se uma “ampla coligação de líderes universitários” para se opor às ações da Casa Branca.
A declaração pública, assinada por mais de 400 dirigentes, representou “uma demonstração incomum de unidade” entre universidades da Ivy League, faculdades comunitárias e instituições historicamente negras, segundo o jornal. Embora o texto não apresentasse “nenhuma ação concreta” e o futuro fosse incerto, Richard K. Lyons, chanceler da Universidade da Califórnia, Berkeley, declarou ao The New York Times: “Encontrar um grupo tão amplo e diverso de universidades que subscreve a mensagem é algo que considero bastante animador.”

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O artigo refere ainda que, animados pelo exemplo de Harvard e por processos judiciais já movidos contra cortes de financiamento, os líderes universitários “estão a reunir-se e a comunicar mais frequentemente do que desde a pandemia de Covid-19”. A Association of American Universities, segundo o NYT, estava a realizar em Washington a sua “primeira reunião desde a tomada de posse do presidente Trump”, numa altura em que o governo conduzia “investigações sobre o antissemitismo nos campi, programas de diversidade e práticas de admissões”.
Apesar do surgimento desta resistência coletiva, o medo de represálias continua a dominar muitos dirigentes. O presidente da Wesleyan University, Michael S. Roth, afirmou ao The New York Times que “esta administração está muito pronta para se vingar dos seus inimigos”, revelando que vários colegas recusaram assinar o manifesto “por medo”. Lynn C. Pasquerella, responsável pela iniciativa, explicou que a declaração nasceu da perceção de que “os líderes não estavam a pronunciar-se contra a Casa Branca”, acrescentando que “decidimos ver se existia vontade de ação coletiva”.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Natilyn Hicks Photography.