Um estudo recente realizado pela Associação Nacional de Estudantes de Psicologia (ANEP), em parceria com a Ordem dos Psicólogos Portugueses e divulgado no Público, revelou que “um em cada quatro estudantes recorre a algum tipo de medicação psiquiátrica”, enquanto quase metade apresenta sintomas depressivos. Segundo o Público, estes dados expõem os estudantes do ensino superior como “grupo vulnerável no que toca a saúde mental”, exigindo atenção urgente.
Recorde-se que na UMa, os resultados do inquérito promovido pelo OBSERVATÓRIO DA VIDA ESTUDANTIL da ACADÉMICA DA MADEIRA indicam que a maioria dos estudantes já sentiu a necessidade de apoio psicológico.
O estudo da ANEP, que abrangeu 1174 estudantes de 53 instituições de ensino superior, identificou que “46% dos estudantes apresentaram resultados significativos para sintomatologias de depressão (46%), ansiedade (39%) e stress (31%)”. Os níveis mais elevados de sintomas foram encontrados entre estudantes de universidades que não dispõem de serviços de saúde mental, evidenciando a importância destes apoios na mitigação dos problemas.

Metodologia de Trabalho é tema de formação
O psicólogo Tiago Moderno realiza uma formação que ajudará os estudantes a melhorar o seu desempenho escolar, no âmbito do programa MENTES BRILHANTES. Aberta a todos os estudantes da UMa, a inscrição é gratuita.

Stress, ansiedade e fraldas. Há de tudo no exame de acesso à especialidade médica
A preparação para a Prova Nacional de Acesso (PNA), realizada ontem, mergulha estudantes de Medicina em stress e ansiedade, com relatos
Os inquiridos, na sua maioria mulheres e estudantes de licenciatura, relataram dificuldades significativas em lidar com o dia a dia. O Público indica que “83% dos alunos afirmaram ter dificuldade em relaxar”, e cerca de 42% confessaram ter sentido, em momentos específicos, que a vida não fazia sentido.
A investigação também salienta que o apoio psicológico institucional tem impacto direto no desempenho académico e na autoeficácia. “Os serviços de saúde mental e bem-estar foram fundamentais para ultrapassar problemas pessoais emocionais que afetavam toda a minha vida, nomeadamente, a académica”, declarou um estudante citado no relatório. No entanto, o estudo critica a falta de profissionais e a dificuldade de acesso a estes serviços, especialmente em universidades com milhares de estudantes.
A divulgação deficiente e os recursos limitados constituem entraves ao apoio necessário. De acordo com o Público, “30% dos estudantes não sabiam se a sua universidade oferece este tipo de serviços”. Esta lacuna, aliada às longas listas de espera e aos horários restritos, realça a urgência de reforçar a saúde mental no ensino superior, garantindo uma resposta adequada às necessidades dos estudantes.
Luís Eduardo Nicolau
Com Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Emily Underworld.