Um estudo recente realizado pela Associação Nacional de Estudantes de Psicologia (ANEP), em parceria com a Ordem dos Psicólogos Portugueses e divulgado no Público, revelou que “um em cada quatro estudantes recorre a algum tipo de medicação psiquiátrica”, enquanto quase metade apresenta sintomas depressivos. Segundo o Público, estes dados expõem os estudantes do ensino superior como “grupo vulnerável no que toca a saúde mental”, exigindo atenção urgente.
Recorde-se que na UMa, os resultados do inquérito promovido pelo OBSERVATÓRIO DA VIDA ESTUDANTIL da ACADÉMICA DA MADEIRA indicam que a maioria dos estudantes já sentiu a necessidade de apoio psicológico.
O estudo da ANEP, que abrangeu 1174 estudantes de 53 instituições de ensino superior, identificou que “46% dos estudantes apresentaram resultados significativos para sintomatologias de depressão (46%), ansiedade (39%) e stress (31%)”. Os níveis mais elevados de sintomas foram encontrados entre estudantes de universidades que não dispõem de serviços de saúde mental, evidenciando a importância destes apoios na mitigação dos problemas.
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No verão, Deodato Rodrigues lançou o seu primeiro romance, O INTENSO LABOR DOS TENTILHÕES, editado pela CADMUS, chancela da ACADÉMICA DA MADEIRA. Na terça-feira, 28 de novembro, às 18:00, os leitores são convidados para um momento de partilha no Colégio dos Jesuítas do Funchal.
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O Ministro da Educação, Ciência e Inovação sublinhou a necessidade de “reduzir” as taxas de abandono escolar após o primeiro ano
Os inquiridos, na sua maioria mulheres e estudantes de licenciatura, relataram dificuldades significativas em lidar com o dia a dia. O Público indica que “83% dos alunos afirmaram ter dificuldade em relaxar”, e cerca de 42% confessaram ter sentido, em momentos específicos, que a vida não fazia sentido.
A investigação também salienta que o apoio psicológico institucional tem impacto direto no desempenho académico e na autoeficácia. “Os serviços de saúde mental e bem-estar foram fundamentais para ultrapassar problemas pessoais emocionais que afetavam toda a minha vida, nomeadamente, a académica”, declarou um estudante citado no relatório. No entanto, o estudo critica a falta de profissionais e a dificuldade de acesso a estes serviços, especialmente em universidades com milhares de estudantes.
A divulgação deficiente e os recursos limitados constituem entraves ao apoio necessário. De acordo com o Público, “30% dos estudantes não sabiam se a sua universidade oferece este tipo de serviços”. Esta lacuna, aliada às longas listas de espera e aos horários restritos, realça a urgência de reforçar a saúde mental no ensino superior, garantindo uma resposta adequada às necessidades dos estudantes.
Luís Eduardo Nicolau
Com Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Emily Underworld.