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Estudo revela desafios dos universitários a estudar do em Lisboa e no Porto

Estudo revela desafios dos universitários a estudar do em Lisboa e no Porto

Um estudo recente conduzido pelo EDULOG, entidade da Fundação Belmiro de Azevedo, trouxe à luz desafios enfrentados por estudantes das duas áreas metropolitanas portuguesas, no alojamento, mobilidade e financiamento, evidenciando a forte dependência da família. Os estudantes madeirenses, porém, são dos mais beneficiam de bolsas de estudo.

Cartografia e dinâmicas socioeconómicas dos estudantes do ensino superior do Grande Porto e da Grande Lisboa foi publicado, este mês de novembro, pela EDULOG, da Fundação Belmiro de Azevedo. Segundo o estudo, os universitários a estudar nas duas grandes áreas metropolitanas de Portugal têm dificuldades em áreas como alojamento, mobilidade e apoio financeiro, e têm uma forte dependência do suporte familiar para garantir a continuidade dos seus estudos.

O estudo também analisou os padrões de estudantes oriundos dos diferentes distritos e regiões autónomas. Em Lisboa, onde totalizam 7,11% da comunidade estudantil deslocada, todos os estudantes madeirenses incluídos no estudo frequentam o ensino universitário, enquanto no Porto, onde são 4,68% dos estudantes deslocados do ensino superior, há uma presença significativa no ensino politécnico. Em qualquer das regiões ou tipo de ensino considerados, encontramos madeirenses a frequentar instituições públicas como privadas.

66% dos estudantes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto dependem financeiramente da família para despesas com alojamento, alimentação e transporte. Apenas 18% tem bolsas de estudo, percentagem insuficiente para atender à população deslocada, revelando a vulnerabilidade de quem estuda, especialmente os 38% de estudantes deslocados que enfrentam as pressões imobiliárias de Lisboa e Porto.

50% dos estudantes madeirenses, na Grande Lisboa, também conta com o apoio da família, mas 13,33% indica depender de fundos próprios. No Grande Porto, a distribuição destas fontes de financiamento é de 54,90% (da família) e 1,96% (fundos próprios). Porém, ao contrário de Lisboa, há outra fonte de financiamento registada na comunidade madeirense do norte do país, o empréstimo bancário (1,96% dos estudantes).

Quase metade (48%) dos estudantes deslocados nestas áreas metropolitanas não possui contrato formal de arrendamento e 51% afirmam que os senhorios não emitem recibos, o que dificulta o acesso a apoios específicos. A oferta das residências universitárias é limitada, alojando apenas 3% dos 15,14% dos estudantes deslocados que se candidataram a vagas, aos quais se juntam 17,80% dos estudantes internacionais que fizeram o mesmo. As residências do Grande Porto recolhem boas avaliações dos estudantes, pelas suas condições, contrariamente às da Grande Lisboa, cujos níveis de satisfação são mais baixos, devido a falhas na qualidade das instalações.

Na mobilidade, a maioria dos estudantes utiliza transporte público para deslocações diárias: 75% em Lisboa e 59% no Porto. O metro destaca-se como o meio preferido, sendo utilizado por 48% dos estudantes na Grande Lisboa e 40% no Grande Porto. O Porto volta a ser avaliado como tendo os melhores serviços, quando comparado a Lisboa, destacando os estudantes a eficiência do metro e dos autocarros urbanos.

As boas notícias estão nos apoios sociais, com os madeirenses a serem relativamente mais beneficiados quando comparados o geral dos estudantes universitários em cada uma das grandes regiões, revelando que a percentagem relativa de bolseiros de origem madeirense supera, em mais do dobro, a percentagem total dos bolseiros tanto a norte como no centro. Na Grande Lisboa, onde só 14,51% dos estudantes são bolseiros, a percentagem de madeirenses com bolsa de estudos chega aos 36,67%. Já no Grande Porto, os mesmos valores são de 19,25% no total dos estudantes e de 41,18% só entre os madeirenses.

Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Jakub Żerdzicki.

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