A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) delegou a avaliação das parcerias com universidades norte-americanas a uma consultora externa, decisão que tem gerado controvérsia na comunidade académica portuguesa. Estas colaborações, estabelecidas com instituições como o Massachusetts Institute of Technology (MIT), Carnegie Mellon University (CMU) e University of Texas at Austin (UTA), têm sido fundamentais para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.
A FCT justificou a contratação da consultora com a necessidade de uma “avaliação independente e imparcial” das parcerias, visando “identificar áreas de melhoria e maximizar os benefícios para o sistema científico nacional”. No entanto, alguns investigadores manifestaram preocupação quanto à transparência e aos critérios utilizados no processo de avaliação. “É essencial que os parâmetros de avaliação sejam claros e que a comunidade científica seja envolvida neste processo”, afirmou um docente universitário que preferiu manter o anonimato, em notícia da jornal Público.

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As parcerias com as universidades norte-americanas têm permitido a realização de projetos de investigação conjuntos, intercâmbio de estudantes e docentes, bem como o acesso a infraestruturas de ponta. “Estas colaborações têm sido cruciais para a internacionalização da ciência portuguesa e para a formação de recursos humanos altamente qualificados”, destacou um investigador envolvido num dos programas.
A FCT assegurou que os resultados da avaliação serão partilhados com a comunidade académica e que eventuais recomendações serão implementadas para fortalecer as parcerias existentes. “O objetivo é garantir que estas colaborações continuem a contribuir de forma significativa para o avanço científico e tecnológico de Portugal”, declarou um porta-voz da fundação.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Bee Naturalles.