A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) confirmou que os resultados do novo concurso de estímulo ao emprego científico serão divulgados em setembro de 2025. A informação surge após a publicação do calendário da FCT, que inicialmente não incluía este concurso específico. O programa prevê a atribuição de 400 contratos de três anos para investigadores nas categorias de investigador júnior e investigador auxiliar, marcando uma mudança em relação às edições anteriores, que contemplavam períodos contratuais mais longos e um maior número de níveis da carreira científica.
A alteração no modelo do concurso reflete uma estratégia da FCT para incentivar a contratação permanente de investigadores por parte das instituições científicas. O objetivo é que estes contratos sirvam como uma etapa inicial na carreira académica, promovendo a integração dos cientistas em estruturas de investigação de forma mais estável. No entanto, esta mudança levanta preocupações sobre a continuidade dos apoios à investigação, numa altura em que a comunidade científica portuguesa enfrenta desafios de financiamento e precariedade laboral.

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A edição anterior do concurso registou uma taxa de aprovação de 14,6%, com 400 candidaturas selecionadas entre mais de 2700 propostas submetidas. Estes concursos representam uma das principais vias de contratação de investigadores em Portugal, sendo frequentemente alvo de críticas pela sua elevada competitividade e pelas incertezas associadas ao calendário de divulgação dos resultados. A FCT tem procurado dar mais previsibilidade ao processo, mas a falta de cumprimento de prazos em edições anteriores gerou apreensão na comunidade científica.
Além deste concurso, a FCT anunciou que a abertura de novos concursos para projetos científicos apenas ocorrerá em outubro de 2025, após sucessivos atrasos na publicação de resultados. Investigadores e associações do setor têm alertado para o impacto negativo destas demoras, que dificultam o planeamento de projetos e comprometem a estabilidade das equipas de investigação. A falta de garantias quanto ao financiamento contínuo da ciência em Portugal mantém-se como uma das principais preocupações do setor.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de NCI.