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Universidade da Madeira aposta no Mar

Ciências e Tecnologias do Mar é uma das licenciaturas apresentadas pela Universidade à A3ES para avaliação. Se for aprovada, passará a integrar a oferta formativa do Ensino Superior na Madeira no ano letivo 2025-2026.

Em março, Manfred Kaufmann, docente da Faculdade de Ciências da Vida da Universidade da Madeira (UMa), apresentou a proposta de licenciatura em Ciências Tecnologias do Mar que a Universidade ambiciona abrir.

A proposta, uma vez aprovada pela UMa, foi submetida à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), estando a aguardar o resultado da sua avaliação.

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“Caso for aprovado, abre em 2026, antes disso, não. Portanto, não é no próximo ano, mas daqui a um ano e meio”, explica Manfred Kaufmann, “temos várias hipóteses: pode ser recusado, pode ser aprovado condicionalmente ou podem sugerir também introduzir alterações. Todos estes cenários”. Desta aprovação está dependente a integração desta licenciatura na oferta formativa da UMa e poucas informações são conhecidas sobre ela, “obviamente aí penso que […] só a partir desse momento é que conseguimos depois publicitar”, completa.

Ciências e Tecnologias do Mar foi criada como um curso para ser “algo um pouco ambicioso”, uma vez “que não é só biologia marinha”, a área de lecionação do professor, Ciências e Tecnologias do Mar resulta de uma mistura em biologia marinha e oceanografia. “Tem obviamente um foco maior em assuntos e aspetos da biologia. Temos cerca de mais de metade das disciplinas, dos créditos, virados para a biologia. Mas depois uns quase 50 também para a Oceanografia, […] em tecnologias que, enfim, é um aspeto também muito importante que entre nessa sequência das tecnologias”.

Tendo em consideração a empregabilidade dos seus futuros graduados, esta licenciatura não se foca somente nas áreas científicas. “Eu penso que é mais tecnológica, daí o próprio nome ser Ciências e Tecnologias do Mar” referindo o professor ao envolvimento da formação oceanográfica, afastando-se um “um pouco da visão clássica de cursos de biologia” visto “que envolvem também tecnologias”, implicando o estudo de técnicas, materiais e equipamentos e a compreensão e interpretação de dados recolhidos.

“Obviamente o tecido empresarial aqui na região e não é assim tão forte”, diz Manfred Kaufmann, salientando que a par de uma formação complementar na tecnologia do mar  também irá “tentar atrair alunos também de fora”, que levando à internacionalização do curso e do seu nicho de emprego. Nessa ótica “pretendemos que o curso seja lecionado em inglês […], para aumentar a atratividade também para alunos internacionais e para evitar, de certa forma, […] concorrência, concursos semelhantes que existem. Um é da Universidade de Aveiro em biologia marinha”.

Sobre a dificuldade em alojar estudantes deslocados no Funchal, o professor tem esperança de que essa questão tenha solução nas obras de “construção de uma residência nova, a remodelação da antiga e também a conversão de um edifício que existe no centro do Funchal, para […] colmatar um pouco”.

A licenciatura em Ciências e Tecnologias do Mar funcionará em estreita parceria da UMa com a ARDITI, que mantém o projeto MARE – Centro de Ciência do Mar e do Ambiente na Região. Na ausência de docentes suficientes nas áreas de biologia marinha e oceanografia na UMa, a lecionação será partilhada com investigadores desta unidade de investigação.

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Para conseguir docentes “especializados nessa área do mar” foram estabelecidos protocolos de cooperação. “Acho que são nove ou dez envolvidos [nesta área que] têm origem ou têm vínculo na ARDITI, como investigadores”, como explica Manfred Kaufmann, numa cooperação permitirá trazer uma maior dinâmica prática de laboratório e até de trabalho de campo à licenciatura.

No terceiro ano, o plano de curso integra uma unidade curricular com 12 créditos que, explica o docente, “envolve depois a investigação” nas áreas de conhecimento de maior interesse para a licenciatura. Havendo também um “plano de aquisição, pela Região de um navio de investigação, que isso seria, obviamente, uma coisa fantástica, pois poria este curso ao nível dos de muitos outros países […] com mais recursos financeiros e meios”.

Entrevista conduzida por Carlos Diogo Pereira.
ET AL.
Com fotografia de Christoffer Engström.

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