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A educação “deve ser um compromisso conjunto”. Rui Oliveira esteve na cimeira da ONU

Rui Oliveira é presidente da Direção do Conselho Nacional de Juventude (CNJ). Em setembro de 2022, participou na Cimeira da Transformação da Educação das Nações Unidas, em Nova Iorque. Recentemente, foi entrevistado pela ET AL. sobre a sua passagem pelo encontro que reuniu vários líderes mundiais.

Com um longo percurso enquanto dirigente associativo, passando pela Presidência da Associação Académica da Universidade do Minho, o jovem líder assumiu a direção do CNJ em janeiro deste ano. Rui Oliveira foi escolhido pelo Corpo Nacional de Escutas para se candidatar à presidência do CNJ e, com a vitória, foi a segunda vez que o Escutismo Católico Português teve um representante eleito para liderança desse Conselho.

A cimeira da ONU, que teve a participação do líder do CNJ, foi realizada em Nova Iorque, nos dias 16, 17 e 19 de setembro, reunindo vários governantes, como o primeiro-ministro português, António Costa.

António Guterres, secretário-geral da ONU e anfitrião, destacou que a educação deve ser o “investimento mais importante que qualquer país pode fazer”.

Num momento que o mundo ainda enfrenta os problemas da pandemia, assiste a uma crise em vários países e a Europa é um cenário de guerra, conversámos com Rui Oliveira para saber como a educação deve continuar a ser uma prioridade em todas as nações para superação desses desafios.

Quais foram os principais compromissos que assistiu na Cimeira da Transformação da Educação das Nações Unidas?

As Nações Unidas são uma organização com muita diversidade. Em grande parte dos países a realidade é conseguir massificar a educação e o desafio principal é fazer isso, sem ter de passar pelos erros do que os que vão mais na frente fizeram. É claro que esse deve ser um compromisso conjunto e que só através da educação podemos resolver problemas como a Guerra e os desafios climáticos. Ao mesmo tempo, é necessário evoluir na área da educação, avançar para as exigências dos nossos dias. Para isso é inequívoca a necessidade de o fazermos envolvendo a comunidade no contexto escolar e incluindo no dia a dia da sala de aula as preocupações do mundo global.

Perante uma diversidade tão grande de realidades presente num encontro da ONU, os desafios particulares que Portugal enfrenta estão ao nível das nações mais desenvolvidas?

Sim, Portugal tem uma ótima posição ao nível da educação. No entanto, temos um percurso para fazer, principalmente no de inovar os nossos métodos educativos e em conseguir na escola formar cidadãos completos e conscientes para a ação que têm de ter na resposta aos desafios da sua comunidade e da comunidade global.

Como foi a sua participação na Semana de Alto Nível da ONU?

A semana de alto nível é um momento de grande azáfama da discussão política internacional. As delegações dos líderes de todo o mundo estão em Nova Iorque e, por isso, as reuniões multi- e bilaterais para parcerias e para encontrar pontos comuns de trabalho são muitas. Tal permite conseguir partilhar aprendizagens e articular os compromissos. Foi por isso, um momento para dialogar com muitos dos outros delegados jovens e perceber quais são desafios globais e que experiências que podemos trazer para resolver os nossos.

A guerra na Ucrânia acaba por secundarizar as discussões sobre a educação e a juventude?

Dado o contexto económico mundial, a guerra da Ucrânia ocupou naturalmente uma grande parte da agenda, mas acho que a juventude e educação tiveram igualmente uma importância elevada. Vimos muitos líderes mundiais reforçar os desafios que são precisos responder e os compromissos que levavam para os seus países para serem parte dessa resposta. A presença de delegados jovens ajuda a manter a atenção nos temas da juventude e no desenvolvimento de um maior trabalho nessa área também.

Entrevista conduzida por Luís Eduardo Nicolau
Com fotografia de Rui Oliveira, no General Assembly Hall da ONU, em Nova Iorque (EUA).

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