Se Isabel II visitou o refeitório da Universidade de Évora, em 1985, na sua segunda visita de Estado a Portugal, os estudantes residentes da Universidade da Madeira (UMa) não experimentavam uma vida de rei ou rainha com a anterior administração da residência universitária de Santa Maria Maior. Há poucos anos, um grupo de residentes relatava as suas más experiências na residência universitária localizada na Baixa do Funchal. Faltavam equipamentos de apoio, de limpeza e de organização.
Em 2020, a ET AL. relatava uma situação de forte carência quando “fogão do primeiro andar deixou de funcionar durante meses, juntando-se o fogão do piso térreo que tinha apenas duas bocas operacionais que eram partilhadas por mais de 100 residentes”. Residentes entrevistados afirmavam que, “por mais que a Universidade e o curso possam ter sido uma boa experiência, numa ilha que é certamente paradisíaca, a vida na residência foi um verdadeiro inferno”.

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Elvira Fortunato participa, no Colégio dos Jesuítas do Funchal, da Sessão de Apresentação do Contrato-Programa que foi oficializado no passado dia 7 de dezembro. O documento, de acordo com a Universidade, pretende apoiar a instituição “nos seus projetos estratégicos e a contribuir para que ultrapasse os seus atuais constrangimentos e se posicione no quadro de desenvolvimento estratégico” da Madeira. Há, contudo, constrangimentos que nem as verbas do Estado conseguem ultrapassar. Em 2023, a ET AL. entrevistou Ricardo Gonçalves, Administrador da UMa, sobre as obras nas residências universitárias.

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No início de 2024, Elvira Fortunato, que tutela as áreas da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior, visitou a região para a sessão de apresentação do Contrato-Programa que dotará a UMa de um reforço anual de 1,5 milhões de euros. Como foi noticiado pela ET AL., a 3 de janeiro de 2024, as obras de remodelação da residência ainda não haviam avançado.
Sem que fosse necessário o envelope financeiro de 10 milhões de euros do PRR, a residência universitária está dotada de uma nova lavandaria que “trouxe inovação, qualidade e simplicidade”, conforme explicou o Coordenador do Gabinete de Apoio Social, Nuno Rebolo. Através de uma aplicação móvel, a “utilização das máquinas de lavar e de secar é gerida pelo residente”, permitindo “a reserva de um equipamento ou verificação no momento quais os que estão disponíveis e ainda, aviso de término de lavagem/secagem para que o utilizador possa controlar a recolha da sua roupa”.

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Se há esperança que o novo governo possa executar obras por realizar, também existe a exigência que as Universidades e os Institutos Politécnicos possam aplicar verbas para melhoria de aspectos básicos do quotidiano dos estudantes. Depois de 2022, os estudantes voltaram às ruas.

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A Universidade de Coimbra investe um milhão de euros na requalificação da residência da Alegria, integrando-a num plano mais amplo de
Apesar da renovação dos equipamentos e da introdução da aplicação móvel para gestão do processo, o preço, tanto para a lavagem como para secagem, foi mantido em 5 euros. Há, contudo, outras melhorias que os Serviços de Ação Social esperam implementar em breve curso. Segundo Nuno Rebolo, “após o término das renovações, a residência vai dispor de espaço exterior para secagem de roupa, visto que, neste momento, já existe um espaço interno na nova lavandaria”.
Em junho de 2023, o OBSERVATÓRIO DA VIDA ESTUDANTIL, uma estrutura de estudo da ACADÉMICA DA MADEIRA, divulgou que 93% dos finalistas inquiridos recomendam a UMa. A experiência relatada pelos estudantes que concluíram o curso em 2022-2023 comprovava que as suas boas expetativas correspondiam ao experimentado durante o seu percurso académico, sendo que as amizades foi o aspecto destacado pelos inquiridos, seguido dos conhecimentos adquiridos e do ambiente entre colegas e funcionários.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Félix Prado.