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CLEPULando. Como se Clepula?

O CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), criado pelo professor Jacinto Prado Coelho, em 1975, une países, culturas e pessoas na reflexão do universo da Lusofonia. Em 2012, tivemos a oportunidade de ver nascer o polo CLEPUL Madeira na Universidade da Madeira e, com esse protocolo de cooperação entre academias, beneficiar do dinamismo que um centro de investigação fomenta. O CLEPUL Madeira passou a ser um dos quartos da grande segunda casa que é a Universidade.

As grandes ideias nascem, indubitavelmente, de boas equipas. Por conseguinte, o CLEPUL fomenta e apoia a produção intelectual, a troca de ideias e de conhecimento multidisciplinares. Apesar da conjuntura económica, social e política, a investigação é, para mim e para os meus colegas, um caminho que permite estreitar laços colaborativos com novas casas e novos elementos da família CLEPUL e conceber, sobretudo, novos espaços de reflexão. Dado ser um centro de investigação inovador, ter o polo CLEPUL na Universidade é, incontestavelmente, uma mais-valia para a Região, na medida em que movimenta e une investigadores numa comunhão e numa partilha de conhecimento cultural.

Como jovem investigadora, vejo na investigação um caminho claro e necessário para o preenchimento de alguns lapsos e algumas lacunas do conhecimento, para além de ser uma ótima via contra a inércia e melancolia próprias do desemprego que é imposto de livre e espancada vontade. A investigação permite encontrar e lapidar pequenas e grandes preciosidades enclausuradas nos arquivos, à espera de serem encontradas, estudadas e expostas ao público geral, nessa demanda que é a partilha do conhecimento, porque para Blaise Pascal, “pensar faz a grandeza do homem”.

Gaspar Frutuoso em as Saudades da Terra, escreveu“ […] pelo alto e basto arvoredo de que lhe diceram era cheia […] estava coberto de hum nevoeiro muito negro; e lhe parecia que deviam de hir demandar aquelle negrume, e ver o que aquillo podia ser.” Contra o medo do negrume, caminharam valorosos marinheiros para descobrirem tão formosa terra, para edificarem um povo que começou a talhar o seu próprio destino e a sua história por entre vales e serras. Criando uma nova alma de ser português.

Passados 594 anos, precisamos de marinheiros para nos ajudar a compreender os negrumes que ainda pairam sobre a nossa história. Para compreender o passado e iluminar caminhos para o futuro.

Desta forma, integrado no projeto Aprender Madeira, coordenado pelo CLEPUL e apoiado pela APCA, Agência de Promoção para a Cultura Atlântica, nasce o projeto do Dicionário Enciclopédico da Madeira, que visa atualizar, compreender e divulgar o saber acumulado sobre a Madeira. O projeto contará com um equipa multidisciplinar, internacional e intergeracional de investigadores e especialistas do país e do estrangeiro. Englobará as mais diversas áreas do saber, tais como a Matemática, Engenharia, História, Literatura, Biologia, etc., para assim concretizar a plena luz do conhecimento, honrar os homens e mulheres que edificaram a nossa história. Pretende concretizar-se desta forma o desejo utópico, de reduzir o universo a um livro, e o próprio livro ao universo.

Fernanda Castro e Carlos Barradas
CLEPUL

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