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Praxe solidária

“Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem tomam em consideração as condições dos animais.” (Abraham Lincoln)

Promover a integração dos novos alunos no mundo académico nunca foi o único objetivo da praxe académica na Universidade da Madeira. Esta prática de receção a novos estudantes tem vindo, ao longo dos anos, a incluir atividades com características solidárias.

No dia 4 de outubro, Dia do Animal, teve início uma campanha solidária de apoio a instituições que acolhem animais abandonados. Surgiu a partir de um desafio lançado pela Comissão de Praxe e que foi muito bem acolhido pela Associação Académica e pelo Conselho de Veteranos, que tiveram um papel fundamental para o sucesso do projeto.

Com o principal objetivo de ajudar a Associação Animad e a Associação O Nosso Refúgio, que se dedicam constantemente a auxiliar e amparar animais abandonados, em risco e negligenciados pela nossa sociedade, os estudantes uniram-se por cursos e organizaram entre si uma recolha de donativos, desde dinheiro a jornais e toalhas. A angariação de fundos por caloiros e praxistas permitiu ainda a compra de vários quilos de alimento para cães e gatos bem como, de produtos de limpeza e desinfeção. Tentámos diminuir as principais necessidades que as associações encaram diariamente devido à sua sobrelotação, pelo aumento do número de animais abandonados.

Para além do sucesso que se verificou no final da campanha, outro grande aspeto positivo a realçar foi o facto da comunidade académica conseguir mudar mentalidades, demonstrando que a praxe não é um mecanismo de maldade do Ensino Superior. Esta pode ser uma forma de aliar a solidariedade a todo o processo de integração dos alunos, com o propósito de dinamizar e desvincular o rótulo negativo que por vezes a ela é associado.

Gratificante foi confirmar que, apesar das dificuldades que muitos de nós enfrentamos nestes momentos de crise, muitos foram aqueles que contribuíram e que valorizaram este tipo de iniciativa. Estes princípios são transmitidos de ano para ano durante a praxe académica. Mais do que uma transmissão de valores como cooperação, respeito e auxílio àqueles que precisam, estas ações deixam um enorme sentido de dever comprido.

As duas associações que receberam este apoio mostraram-se muito agradecidas e satisfeitas com a iniciativa, recompensando todo o esforço que foi dedicado a esta causa. Os seus responsáveis transmitiram que ações como a que se viveu no seio da comunidade académica são de louvar, pois refletem uma imagem positiva dos jovens, da verdadeira capacidade de auxiliar os que mais precisam, seja através da ajuda a causas de cariz animalista, humanitária, cívica ou ecológica.

Mais uma vez se demonstrou o sucesso e a eficácia da união da solidariedade social e da vida académica. Transmitir estes valores foi e sempre será um dos costumes incutidos aos caloiros naquela que é a verdadeira tradição da praxe da Universidade da Madeira.

Nadine Santos
Vice-Presidente da Comissão de Praxe

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