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praxe

Na praxe da Universidade da Madeira, “as tradições dos outros não importam, o importante é aquela que vocês vão criar”

Hélder Maurício e Branca de Almeida são dois nomes emblemáticos da História, pouco conhecida ou difundida, da nossa Academia. Quando a Universidade da Madeira celebra o seu 35.º aniversário, por enquanto sem eventos que assinalem essa efeméride atingida no passado mês de setembro, a ET AL. publica uma entrevista com os dois antigos estudantes sobre uma componente da tradição académica, a praxe.

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A Praxe já não é o que era?

Há um saudosismo que pode atingir quem passou pela Praxe. A Universidade da Madeira, ao contrário de outras instituições, apenas atravessou cinco décadas desde a sua fundação, no final do anos 80 do século passado. Esta juventude, que desvanece, também pode ajudar a fixar tradições que, mesmo assim, não são estanques. Em 2023, estarão os estudantes a perpetuar as tradições que foram plantadas na fundação da Academia madeirense? Como era a praxe nos primórdios da Instituição? A ET AL. conversou com dois antigos estudantes, figuras emblemáticas da nossa História.

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Centenas de estudantes presentes no batismo

“In nomine solenissimae et semper potentissimae praxis”, no sábado, 8 de outubro, centenas de estudantes da Universidade da Madeira reuniram-se para celebrar a praxe e a tradição académica. As buzinas que centenas de estudantes ouviram durante o percurso entre o Campus Universitário da Penteada e a praia do Almirante Reis eram o sinal de que a tradição académica não diverte apenas os estudantes da academia madeirense, mas também envolve várias pessoas. Além dos colegas, dos amigos e dos familiares que se reuniram para partilhar o Batismo do Caloiro com a comunidade praxista da UMa, muitos curiosos, nacionais e estrangeiros, acompanharam o evento. As atividades tiveram início com o juramento, feito por Hugo Pestana, caloiro do curso de Medicina. Segundo Tiago Camacho, vilão do curso de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações, o evento foi “foi incrível” e “todos os estudantes deram o máximo que podiam”. A envolvência com a cidade foi um ponto de destaque para o estudante, além da passagem pelo túnel da avenida Calouste Gulbenkian, que continua a fazer “arrepiar de emoção” vários participantes. A preparação dos cursos de engenharia e matemática era visível na madrugada de sábado, com dezenas de estudantes a realizar faixas e bandeiras no exterior do Campus. Logo na manhã desse dia, vários cursos marcavam presença no campus para continuar os trabalhos de preparação do Juramento, do Cortejo e do Batismo. Carolina Rodrigues Silva, veterana do curso de Educação Física de Desporto, explica que adquiriram “material durante a semana para confecionar a bandeira para o cortejo, com os caloiros vestidos de guerreiros”. Um desfile até ao centro do Funchal, com muita música e guerras entre os cursos, tornou o evento inesquecível para os participantes com quem a ET AL. conversou. No calhau da praia, “bandeiras, o grito académico e o anúncio que iriam passar a caloiros” ditaram o início do batismo, o culminar de um “mês que correu muito bem; os caloiros participaram e gostaram bastante”. Da licenciatura em Gestão, João Pedro Freitas, doutor e representante de curso, descreveu o evento “muito bem organizado, a polícia esteve sempre a acompanhar o cortejo”, com um “ambiente espetacular”. Durante anos, salvo algumas exceções, foi eleito um curso do ano, um rei e uma rainha dos caloiros. Se há expetativas sobre o curso do ano? “Há cursos fortes como Desporto, Enfermagem ou Gestão”, segundo João Pedro Freitas. No domingo, ao fim do dia, desenrolou-se a tradicional Procissão das Velas, com centenas de estudantes, amigos e familiares, pelas ruas do centro da cidade. A noite terminou com a atuação dos FATUM, o grupo de fados da ACADÉMICA DA MADEIRA. Carlos Diogo Pereira, como solista, e Carlos Abreu, na guitarra clássica, antigos membros do Conselho de Veteranos, juntaram-se a David Freitas, decano dessa estrutura, na guitarra de Coimbra. Com eles tocaram Gonçalo Direito, na guitarra de Coimbra, e Júlia Dória, na guitarra clássica. Na atuação, os FATUM interpretaram a “Canção das Lágrimas”, o “Vira de Coimbra” e a “Balada da Despedida de 1988-1989”. Segundo Carlos Abreu, “foi uma oportunidade para que os caloiros tivessem contacto com uma parte importante da tradição académica, através da Canção de Coimbra”. Luís Eduardo Nicolau ET AL. Com fotografia de Salvador Freitas. Na imagem, os estudantes da UMa na praia do Almirante Reis, no Funchal.

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Sábado é dia de batismo para os caloiros

Centenas de caloiros da Universidade da Madeira (UMa) são esperados para as tradicionais atividades do Batismo dos Caloiros. No sábado, 8 de outubro, centenas de estudantes da UMa percorrem a estrada da Universidade, desde o Campus Universitário da Penteada até à avenida do Mar, num desfile que junta colegas e familiares e que acontece há décadas. Apenas em 2020, por força da pandemia, foi interrompido, apesar as condicionantes também experimentadas em 2021. Na tarde de sábado, após a noite de festa organizada pela ACADÉMICA DA MADEIRA na discoteca Copacabana, começa a organização dos cursos de licenciatura para o juramento do caloiro que antecede o desfile. Organizados por cursos, os caloiros e os praxistas rumam até ao centro da cidade onde, junto ao mar, decorrerá o batismo dos caloiros. Na tradição de praxe que existe na UMa, cada caloiro escolhe um padrinho ou madrinha para batizá-lo e guiar o seu percurso académico. Segundo Alex Faria, Presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA, “as atividades lúdicas promovidas pelos estudantes são uma oportunidade para experimentar parte da tradição que é promovida na UMa”. Os estudantes que organizam as atividades informais de praxe têm reuniões com a reitoria da UMa para informação sobre as iniciativas cujos limites temporais são acordados com a universidade. O batismo dos caloiros é uma das exceções do calendário de praxe que acontece fora do Campus Universitário da Penteada. Carlos Diogo Pereira ET AL. Com fotografia de Pedro Pessoa. Na fotografia, uma imagem do batismo dos caloiros de 2015.

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O repúdio sem vergonha

Vera Duarte, ‘alumni’ da Universidade da Madeira e voluntária da ACADÉMICA DA MADEIRA, escreve um artigo de opinião sobre a nota que o ministério que tutela o Ensino Superior fez repudiando as praxes académicas.

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Praxe Académica

Os rituais de recepção dos alunos novos ao ensino superior são já tradições de longa data. A Praxe, do grego Praxis, numa das suas definições dicionarizadas, consiste num “conjunto de regras, costumes e práticas que governam as relações académicas entre alunos de uma instituição de ensino superior, baseado numa relação hierárquica”. Desde o seu início, este hábito tem vindo a provocar, tanto naqueles que nele participam, como naqueles que assistem, reacções diversas. Até há algumas décadas, entrar na Universidade era notável. Num artigo de opinião publicado no Expresso, Daniel Oliveira refere que só este feito bastaria para que um indivíduo passasse a ser ‘senhor doutor’, sem que tal reflectisse qualquer mérito académico. Com o passar do tempo, entrar na Faculdade tornou-se mais habitual. A maior abertura do ensino superior deve-se ao estabelecimento de oportunidades às quais os nossos antepassados não tiveram acesso, tais como bolsas de estudo e outros géneros de apoio social. Este processo provocou também uma mudança do papel social do próprio ensino superior, que deixa se tornar cada vez menos elitista ou exclusivo, para se aproximar no nível de escolaridade mínimo exigido ao cidadão do futuro. É aqui que a praxe entra – tenta atribuir novamente esse significado àquela que é uma das etapas mais importantes da vida de um estudante. A praxe tem como missão, acima de tudo, inserir os novos alunos neste grande meio que é o ensino superior. Porém, se o ensino superior se parece querer para a democratização do conhecimento, qual será o espaço de uma tradição que se baseia numa hierarquia estabelecida, como a Praxe? Haverá risco de, na procura pela união dos estudantes, recorrer-se a uma obediência cega por intimidação, ameaças e humilhações consentidas? Valerá a opinião de um estudante “caloiro” tanto quanto a de um estudante mais velho? O Código de Praxe da UMa declara, no seu artigo n.º 39: “O praxista não deve (…) sobrestimar-se”. Já o seu artigo n.º 42 diz: “Os caloiros podem recusar fazer determinada atividade no âmbito da PRAXE a que aderiram.” À primeira vista, estes e outros artigos do documento pretendem estabelecer limites à acção dos praxistas, valorizando a opinião dos caloiros, evitando que sejam forçados a fazerem coisas com as quais não se sentem confortáveis, como a imitação de actos sexuais, estarem em posições incómodas, entre outros. Serão esses artigos lidos, entendidos e assimilados num verdadeiro espírito de camaradagem ou conforme a vontade de cada um? Cada qual tem que fazer a sua análise e perceber o que pretende com a Praxe, sabendo que a sua liberdade não é a única que está em jogo. Pessoalmente, apesar de criticar a Praxe, a minha experiência não foi de todo tão má. Creio que a Praxe ajuda na inserção dos recém-chegados, apesar das confusões que pode haver pelo caminho. Tive momentos difíceis, mas também tenho muitas boas memórias dos dias em que, fritos pelo sol, andámos a correr de um lado para o outro, ou da marcha, da bênção, dos risos. Ainda tenho nódoas negras nos joelhos esfolados pelo chão crespo. Tal como a farinha e o molho no cabelo passaram com água e detergente (sim, o de loiça), a dor dos joelhos também passou. Mas ficaram as memórias. Acredito não ser a única a pensar que a Praxe tem aspectos bons e maus. Não creio que a eliminação desta tradição seja a acção mais correcta a tomar, mas sim a alteração maneira como é feita e o controlo daqueles que a fazem. Qualquer um pode vestir o traje, mas nem todos são praxistas de verdade. Podes querer fugir ou podes ter saudades. A verdade é que, ao fim do dia, a Praxe deixa sempre marcas. Liseta Pereira Estudante da UMa

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Reis dos caloiros

No início de Setembro estava longe de sequer imaginar-me na posição de Rei dos Caloiros, principalmente por ser um pouco introvertido. Confesso que, antes da matrícula, ponderei não aderir à Praxe. Contudo, hoje afirmo, com convicção, que a Praxe foi uma das melhores experiências da minha vida, exactamente por me ter ajudado em relação à minha timidez, mas também por me ter proporcionado bons e divertidos momentos, não só com as manadas das Engenharias, mas também com outros cursos, onde fiz algumas amizades. Desde o início da Praxe que reparei que todos os cursos ficavam mais unidos a cada dia que se passava, porém sem nunca se isolarem uns dos outros. O que muitos se esquecem, infelizmente, é que os recentes incidentes não demonstram a verdadeira natureza da praxe académica, que, na minha opinião, assenta nos valores da amizade, da integração e da fraternidade. Estou muito feliz por me ter sido atribuído este título, mas também estou ciente de que existiam outros que o mereciam tanto ou mais do que eu. Por este motivo, queria referir que este título não é apenas meu, mas sim de todos os que contribuíram e participaram activamente na praxe académica durante todo este inesquecível mês. Para concluir, queria agradecer a todos os que me apoiaram, nomeadamente aos praxistas e aos caloiros dos cursos de Engenharia, à minha madrinha de Praxe, Stefani Barradas, e a todos aqueles que, directa ou indirectamente, me ajudaram durante esta fase da minha vida. Miguel Andrade Estudante da UMa Quando soube que tinha entrado na Universidade da Madeira, em Biologia, fiquei em êxtase. Era o que eu queria. Aí fiquei a pensar: entro na Praxe ou não? Nunca quis fazê-lo, mas amigos e família, estavam a tentar convencer-me de que tinha sido a melhor altura da vida deles e que também seria a minha. Só decidi participar quando fiz a minha matrícula, pois, duas raparigas de Bioquímica falaram comigo para saberem se eu queria participar na Praxe. Fui a única de Biologia a querer ser praxada. Estive durante semanas a tentar convencer os meus colegas, sem efeito. Conclusão, tive que fazer tudo sozinha. Não vou mentir, custou imenso. Não costumo ser uma pessoa envergonhada, mas quando nos vemos à frente de uma multidão que está à espera de que façamos alguma coisa, é algo extremamente embaraçoso. Estive quase a desistir da Praxe, digamos que estar sozinha e andar a “pular” de curso em curso sem conhecer ninguém não é fácil. Tive sorte porque a minha Veterana, a minha Doutora e a minha Vilhoa eram pessoas excelentes, que sempre me apoiaram e ajudaram em tudo o que eu precisava. Fiquei tão contente quando anunciaram o Rei e a Rainha dos Caloiros. Nem estava a acreditar que era o meu nome que estava a ser pronunciado, ali, naquele momento. Vi que realmente todo o meu esforço compensou e que tive o privilégio de ser a Rainha dos Caloiros. Muito obrigada ao Conselho de Veteranos, aos praxistas e aos caloiros de Bioquímica por me acolherem tão bem. Assim como à Veterana Lisandra e à Viloa Telma por me aturarem e aos demais praxistas. E um muito obrigada especialmente à minha madrinha, a Elisa. Joana Andrade Estudante da UMa

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Sou rei dos caloiros

Ainda as aulas não tinham começado e eu já estava a ser praxado. Eu e os meus camaradas caloiros, bichos na altura, fomos recebidos pelos nossos trajados, no âmbito de dar a conhecer a muy nobre academia que é a UMa. Para além disso o objectivo era apresentar a praxe aos estudantes recém-chegados à UMa e eu, com receio do que seria a praxe, já temia o pior, pois julguei que, por nos chamarem ‘bicho’ obrigar-nos-iam a rastejar pelo solo da UMa e a fazer mil e uma coisas embaraçosas. Estes receios mostraram-se, desde cedo, infundados e diversão, respeito pela hierarquia e integração seriam as palavras de ordem. Para quem não acredita na praxe ou não a conhece nós éramos apenas gente louca a fazer um espectáculo sem sentido. Mas para nós era muito mais que isso. A praxe tem um propósito, além de integrar, divertir e de ajudar. A praxe une o curso, une as pessoas e eu falo por mim, pela minha experiência. Bendigo todos os dias de praxe que tive, que ficarão na memória por muito tempo e acredito que todos os meus colegas caloiros de todos os outros cursos da UMa pensam igual. A minha primeira recordação da praxe, apesar dela ainda estar bem presente na minha vida, teve a ver com um episódio em que chamei de ‘prassista’ um trajado e alguns episódios que protagonizei nos dias temáticos, nos arraiais e nas quartas-feiras académicas. No meu curso (e puxando a brasa à minha sardinha), foram apresentadas inúmeras ideias divertidas, geralmente temáticas, que marcaram esta experiência. Ideias essas como o Pacman (no qual envolvi-me romântica e eroticamente), os super-heróis, os cowboys e a guerra de cursos foram aumentando de importância até chegar ao tão aguardado dia do juramento, cortejo e baptismo que nunca esquecerei. Pouco a pouco esta experiência começou a ser cada vez mais importante para mim, pois era na praxe que eu encontrava a minha energia e vontade para ir às aulas. Foi nesta experiência que conheci uma série de pessoas espectaculares que levarei para a vida. São essas mesmas pessoas que conhecemos e convivemos aquelas com quem iremos lidar e privar nos próximos anos e, com razão, há necessidade de formar amizades e companheirismos. Nunca me senti só e excluído na praxe, mostrando que esta experiência não era embaraçosa e maldosa, mas sim divertida e única. Posso acrescentar (e mais uma vez puxando a brasa à minha sardinha) que também tive os melhores trajados de que alguma vez poderia esperar. Todos eles, sem excepção, foram cruciais para que eu pudesse desenvolver este gosto pela praxe. Foram companheiros, respeitosos e de quem ouvíamos os melhores conselhos sobre as aulas, professores, sobre a Universidade, sobre os serviços, sobre as bolsas, sobre tudo. Senti-me absurdamente bem. Havia um bem-estar e união entre caloiros e trajados e todos sentiam uma motivação para participar em tudo o que era proposto. Esta determinação permitiu-nos alcançar o título de Curso do Ano, o que para mim foi mais importante do que ser nomeado Rei dos Caloiros, já que é a prova, testemunhada e pronunciada pelos elementos da UMa, da união e sentida e vivida pelo curso de Desporto. Eu, estando no palco do Arraial Coral, num ambiente de suspense, senti uma grande emoção invadir-me, mal vi o nome Desporto a deslizar pelo placar digital. Fiquei louco de alegria e, no momento, nada mais sentia sem ser a vontade de ir para junto dos meus colegas de curso festejar e gritar. Há a noção que a praxe é inútil e sem sentido na vida universitária pois não acrescenta nada ao rendimento académico. Mas há que perceber que a universidade não é só estudos, há todo um mundo por explorar. É nesta fase das nossas vidas que encontramos as pessoas de grande influência e há que saber aproveitar esses momentos. A praxe é, disso, um excelente exemplo. Podia perder horas e horas a falar deste grande marco da minha vida académica e não creio que me calaria tão cedo. Podem dizer que estou a exagerar, mas a praxe foi e será dos elementos mais importantes da minha vida e será para sempre recordada. Para finalizar gostaria de agradecer imenso aos meus colegas caloiros e trajados, que agora considero meus amigos, pela experiência que me proporcionaram. Senti-me verdadeiramente integrado neste grupo formidável onde todos para mim eram gente de valor. São pessoas que só dão bom nome ao curso de Desporto e à UMa. Espero que tenhamos muitas mais experiências pela frente, todos juntos. Espero também poder trajar para o próximo ano e fazer com que os meus bichos sintam o que senti. “AVE, DESPORTO!!” Alexis Santos Estudante da UMa

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Sou rainha dos caloiros

“Bem-vinda à Universidade da Madeira!” foram as primeiras palavras que ouvi quando aqui cheguei, seguidas por “Olhos nos cascos reles bicho!”. Palavras que nunca pensei vir a gostar tanto, porque foram estas que me receberam e deram início a uma das melhores experiências, se não a melhor, da minha vida académica! No início não via a praxe com bons olhos e achava que esta resumia-se a receber ordens, a gritar e a encher. Só mais tarde, apenas dias depois apercebi-me que seria normal assim pensar porque a experiência e o que aprendemos com ela é algo que só se entende participando. Diverti-me muito mas acima de tudo aprendi! Aprendi a ter respeito pelos meus colegas e por todos os trajados, mesmo aqueles com os quais não tinha muita afinidade, porque a verdade é que, independentemente dos cursos e até às vezes das personalidades, na praxe todos nós defendemos o mesmo, defendemos a nossa mui nobre academia, e como tal devemos comportarmo-nos não só com respeito pelo outro, mas também com muito respeito pelos nossos valores, porque tal como foi dito no dia do Baptismo, nós estudantes temos a obrigação de mostrar à sociedade que está errada quando pensa em estudantes da Universidade: não somos libertinos, boémios sem responsabilidade, somos divertidos, sabemos viver mas também sabemos ser cidadãos conscientes e activos na comunidade. A praxe funciona muito como meio de integração na vida académica, porque é uma experiência que nos une, visto que passamos por bons e menos bons momentos sempre juntos, e acabamos por nos defender uns aos outros, criando laços que nos ligam para a vida académica e pessoal. Todos os dias enfrentamos novos desafios, assumimos a responsabilidade de cumprir tarefas que servem para defender o nosso curso, mas também para nos conhecermos melhor, o que faz com que tenhamos mais confiança uns nos outros. Na praxe podemos, acima de tudo, ser genuínos, porque ninguém é posto de parte ou olhado de lado. Fazemos parte de algo e sentimo-nos aceites pelos outros! Posso sinceramente dizer que na praxe senti-me como um ‘peixe na água’. Se me pedissem para escolher um dia favorito de praxe, acho que seria uma tarefa difícil, porque gostei de todos os dias, mas os momentos mais inesquecíveis que vivi na praxe foram sem dúvida o dia do Baptismo, a primeira quarta-feira académica e o dia da Procissão das Velas. No dia do Baptismo tive a honra de fazer o Juramento do Caloiro, numa mistura de sensações, de adrenalina, de emoção e de muito orgulho! A primeira quarta-feira académica e a felicidade de ouvir, sentir e viver o Grito Académico pela primeira vez foi inexplicável e inesquecível. No dia da Procissão das Velas, além de a poder partilhar com cerca de 250 pessoas, número nunca antes alcançado, disseram os trajados, o Grito Académico foi diferente. Pela primeira vez o ‘bicho’ foi substituído pelo ‘caloiro’ e a emoção foi mais forte, apesar do ‘nada’ ser-nos destinado de igual forma. Tenho a certeza que aqueles que viveram esta experiência comigo vão sempre ficar guardados na minha memória, porque partilharam uma parte importante da minha vida. Fiquei extremamente feliz por ter sido a rainha dos caloiros, não por mim, mas sim pelo meu curso e pelos que dele fazem parte. Considero que foi uma maneira de Enfermagem a mais reconhecida da praxe e considero, ainda, que o título deveria ser atribuído a todas as caloiras que viveram a praxe com alegria, boa disposição e respeito, porque a verdade é que somos, na grande maioria, reis e rainhas da UMa. Agora, apenas algumas semanas após o dia do Baptismo, já sinto a falta da praxe e acho que esta sensação ainda se vai prolongar durante muito mais tempo. Apesar da praxe ser eterna só se é bicho uma vez, e tal como nos foi dito por vários trajados, esta é a melhor parte da nossa vida académica. Ester Caldeira Estudante da UMa

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OS NOSSOS PARCEIROS