As parcerias científicas entre Portugal e universidades norte-americanas deverão ser renovadas, com o relatório de avaliação encomendado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) a apontar para um “impacto positivo” destas colaborações, avança o Público. Divulgado esta segunda-feira, o estudo destaca os resultados alcançados ao longo dos últimos 18 anos, como a produção científica e as colaborações internacionais. O documento recomenda ainda que o investimento não só se mantenha, como se reforce, garantindo a sustentabilidade dos programas.
De acordo com o relatório, conduzido pela consultora Technopolis Group Portugal, o orçamento alocado às parcerias deverá equivaler a “3% do orçamento da FCT”, o que corresponderia a cerca de 18 milhões de euros anuais. Atualmente, esse valor é inferior, situando-se nos 12 milhões de euros. “Este valor representa o investimento mínimo necessário para manter o sucesso e a sustentabilidade”, lê-se no documento, citado pelo Público. A recomendação surge num contexto em que o orçamento global da FCT está em queda, com o valor de 607 milhões de euros previsto para o próximo ano a ser o mais baixo desde 2018.
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Criadas em 2006, as parcerias envolvem instituições de renome como a Carnegie Mellon University, o MIT e a Universidade do Texas em Austin. O investimento total, partilhado entre a FCT e os parceiros internacionais, já ultrapassou os 350 milhões de euros. Contudo, os cortes durante a intervenção da troika afetaram a segunda fase do programa, com o relatório a considerar que apenas “as primeiras duas fases foram genericamente eficazes”. Apesar disso, o estudo conclui que a terceira fase (2018-2024) obteve “fortes resultados académicos”, embora identifique falhas em inovação e empreendedorismo.
Segundo o Público, o Governo, agora liderado pela Aliança Democrática, deverá tomar uma decisão final sobre a renovação esta semana. O Ministério da Educação, Ciência e Inovação referiu em comunicado que os resultados do relatório serão tidos em conta “na definição e implementação da nova fase das parcerias com aquelas e outras universidades americanas”. A recomendação inclui ainda a criação de mecanismos mais eficazes de monitorização dos resultados e uma maior aposta em inovação tecnológica e no intercâmbio académico.
Luís Eduardo Nicolau
Com Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Brett Wharton.