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Julgamento de ex-militares da FAP acusados de praxes violentas retomado

Julgamento de ex-militares da FAP acusados de praxes violentas retomado

O julgamento de dez ex-militares da Força Aérea Portuguesa, acusados de submeterem dois soldados a práticas humilhantes descritas como praxes violentas entre 2018 e 2019, será retomado em março de 2025 no Porto, após investigações que revelaram atos como o consumo forçado de ração canina e transporte em gaiolas para cães.

O julgamento de dez antigos militares da Força Aérea Portuguesa (FAP), acusados de praxes violentas, deverá ser retomado no Tribunal de São João Novo, no Porto, a 11 de março de 2025. Os factos remontam ao período entre maio de 2018 e setembro de 2019, envolvendo dois soldados na Base Aérea N.º 5, em Monte Real, Leiria. Estes militares, pertencentes à Esquadra de Proteção e Segurança, eram especializados na secção Cinófila e Equipas de Intervenção.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), os arguidos submeteram as vítimas a práticas descritas como “processo de integração/ensinamento”. Entre os atos reportados, inclui-se a ordem para que os soldados consumissem ração e líquidos para canídeos em posição canina e diretamente de gamelas e bebedouros. Em algumas ocasiões, os ofendidos foram ainda obrigados a rastejar na pista de obstáculos destinada aos cães e a entrar em gaiolas de transporte animal, sendo transportados por terrenos acidentados.

A defesa dos acusados tentou, sem sucesso, afastar o coletivo de juízes, composto por duas juízas e uma juíza militar, alegando nulidades insanáveis no processo. Contudo, o Tribunal da Relação do Porto considerou que não havia fundamento para recusar o coletivo, reafirmando a sua imparcialidade. Em outubro de 2020, após um processo interno, todos os militares envolvidos foram expulsos da FAP.

O caso, investigado pela Polícia Judiciária Militar sob a supervisão do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, revela episódios que suscitam preocupações sobre práticas no âmbito militar. As próximas sessões do julgamento estão agendadas para março e abril, com o desfecho a ser aguardado com expectativa.

Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Etto.

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