A 25 de abril de 1974, Lisboa acordou em sobressalto com as tropas lideradas por Salgueiro Maia que desceram de Santarém a Lisboa para derrubar uma ditadura com 48 anos. Contrariando as advertências transmitidas pela rádio, o povo saiu à rua para apoiar os militares revoltosos. Na Madeira, a primeira grande manifestação popular seria com o Dia do Trabalhador, o 1.º de Maio, com as ruas e praças do Funchal cheias de gente.
Em 2024, um conjunto de cidadãos madeirenses compondo uma Comissão para a Comemoração dos 50 anos do 25 de Abril na Madeira, que tem dinamizado várias atividades, teve a ideia de trazer o povo madeirense para a rua na data em que tudo começou, no Dia da Liberdade.
Imprensa Académica lançou uma obra inédita sobre o “25 de Abril” na Madeira
Baseada na tese de doutoramento de Bernardo Martins, defendida na Universidade da Madeira, esta é uma análise dos acontecimentos de uma época que mudou o rumo da história, à luz da imprensa regional. “Finalmente, vem a lume uma monografia histórica sobre o 25 de Abril na Madeira”, refere Nelson Veríssimo,
“O primeiro trabalho, cientificamente realizado no âmbito da História, sobre a Revolução do 25 de Abril na Madeira”
A afirmação do historiador Nelson Veríssimo é sobre a obra O “25 DE ABRIL” NA MADEIRA: TENSÕES SOCIAIS E POLÍTICAS EM
Apesar de haver festejos do 25 de Abril, na Madeira, no entender da Comissão, esta efeméride nunca teve, da parte da autoridades, o destaque que lhe é devido. Manuel Esteves, membro da Comissão indicou que a ideia de uma marcha popular é praticada há anos em Portugal continental, mas não na Madeira, pelo que será na comemoração dos seus 50 anos que se pretende mudar a forma de comemorar a Liberdade. “Nunca na Madeira se desenvolveu uma iniciativa deste género”, explicou.
A marcha e a concentração foram abertos a todos, sem associação a uma corrente partidária. A comissão pretendia “uma festa plural”, indicou Manuel Esteves.
A Marcha/Festa da Liberdade, a 25 de abril de 2024, iniciou-se “na entrada principal da Assembleia Legislativa Regional (junto à Capela de Santo António da Mouraria), pelas 15:00 horas” explicou a Comissão, “e terminando na concentração no auditório do Jardim Municipal, com o seu fim programado para as 17:00”.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Chay Tessari.