O que os estudantes consideram importante para agenda do próximo governo?

O que os estudantes consideram importante para agenda do próximo governo?

O OBSERVATÓRIO DA VIDA ESTUDANTIL da ACADÉMICA DA MADEIRA está a concluir a recolha de dados sobre as perspetivas dos estudantes para as eleições legislativas de 10 de março. Foram inquiridos centenas de estudantes da Universidade da Madeira durante o mês de fevereiro, num "estudo sem paralelo" na Madeira, conforme indicou o Presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA.
Palácio de São Bento, Lisboa.

“Trata-se de um estudo sem paralelo entre os universitários madeirenses”. Foi desta forma que Ricardo Freitas Bonifácio, Presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA, destacou o estudo que está a ser feito pelo OBSERVATÓRIO DA VIDA ESTUDANTIL da ACADÉMICA DA MADEIRA. O líder estudantil referiu a importância de inquirir os estudantes sobre as suas perceções da política do Ensino Superior, as suas perspetivas profissionais e as propostas que consideram urgentes para a Universidade da Madeira (UMa).

Para o Presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA as políticas que a estrutura associativa defende passam pela análise do que os estudantes, na atualidade, consideram como premente. A defesa de melhores condições nas infraestruturas da UMa, as preocupações em matérias como o ambiente, a justiça social e a participação cívica são tratados no inquérito por questionário que recolheu centenas de respostas presenciais.

80,3% dos estudantes sentem que “as suas opiniões nunca foram restringidas, desconsideradas ou censuradas na UMa”

A ACADÉMICA DA MADEIRA, em parceria com a European Students’ Union, inquiriu os estudantes sobre o conceito de liberdade académica. Apesar de 73,7% dos inquiridos entender que a liberdade académica como suficientemente protegida, mais de 25% dos inquiridos considera o contrário. A maioria dos estudantes inquiridos percepciona um nível de liberdade de expressão alto na UMa, embora não creem haver grande diversidade de opiniões na comunidade académica.

Em 2022, a Fundação Calouste Gulbenkian divulgou um vasto estudo sobre a Participação Política da Juventude em Portugal: “Qual a participação dos jovens no futuro da democracia? Que estratégias usam os partidos políticos para mobilizar os jovens? Que outras formas de ativismo cívico e político existem em Portugal?”. De acordo com as conclusões do estudo, “os rumores sobre a morte da política entre os jovens têm sido francamente exagerados”.

O Fórum Gulbenkian Futuro, em parceira com o Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa, concluiu haver “alguma vitalidade da participação cívica e política de jovens portugueses – mesmo se essa vitalidade também é marcada pela desilusão e pelo afastamento crítico de formas mais convencionais de participação, sendo o voto o seu sinal mais preocupante para a qualidade de uma democracia representativa como é a nossa”.

Ricardo Freitas Bonifácio destacou que o interesse pela participação cívica ficou vincado, no caso da UMa, pela forte participação que os estudantes tiveram no estudo do OBSERVATÓRIO DA VIDA ESTUDANTIL. Segundo o dirigente académico, “com quase mil respostas recolhidas, raras vezes, de acordo com os entrevistadores, um estudante não pretendeu participar no estudo, sendo que a larga maioria mostrou interesse e relatou pertinência sobre o estudo”.

A ACADÉMICA DA MADEIRA irá partilhar os dados com os líderes partidários, com os atuais governantes e com a reitoria da UMa. Além disso, a publicação do estudo permite que a comunidade científica possa utilizar os dados para integração em estudos paralelos ou para promoção de análises mais profundas em dissertações ou teses.

Luís Eduardo Nicolau
ET AL.
Com fotografia de iStock.

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