“Trata-se de mais uma mentira do governo”. Desde outubro, o Programa de Acolhimento e Integração não teve resposta

“Trata-se de mais uma mentira do governo”. Desde outubro, o Programa de Acolhimento e Integração não teve resposta

Este artigo tem mais de 1 ano

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior anunciou, em outubro de 2022, um programa que pretendia "promover o desenvolvimento de atividades culturais e artísticas diversificadas" nas universidades e nos politécnicos. Em abril, o programa continua por realizar, sem qualquer resposta da tutela.

A integração dos estudantes da Universidade da Madeira (UMa) é realizada pela ACADÉMICA DA MADEIRA, durante todo o ano. Em particular, nos meses de setembro e outubro são promovidas mais atividades que pretendem apresentar a instituição aos estudantes que ingressam. São nesses meses que o programa EMBAIXADORES é promovido pela ACADÉMICA DA MADEIRA.

O que os estudantes consideram importante para agenda do próximo governo?

O OBSERVATÓRIO DA VIDA ESTUDANTIL da ACADÉMICA DA MADEIRA está a concluir a recolha de dados sobre as perspetivas dos estudantes para as eleições legislativas de 10 de março. Foram inquiridos centenas de estudantes da Universidade da Madeira durante o mês de fevereiro, num “estudo sem paralelo” na Madeira, conforme indicou o Presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA.

Em outubro de 2022, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) anunciou a criação do Programa de Apoio a Iniciativas de Acolhimento e Integração dos Novos Estudantes. Reconhecido que a entrada na universidade “constitui um momento marcante na vida da generalidade dos estudantes, frequentemente marcado a mudanças significativas”, o programa pretende que “a integração dos novos estudantes ocorra em moldes que apresentem aos novos estudantes as vantagens da formação superior e o desafio da investigação científica, do conhecimento, da cultura e do desporto”.

A Universidade da Madeira recolheu vários contributos, incluindo da ACADÉMICA DA MADEIRA, para construção de uma candidatura ao programa ministerial. Quase seis meses depois do anúncio do programa, faltando algumas semanas para o final das aulas e tendo, por isso, decorrido a quase totalidade do ano letivo, o ministério continua sem divulgar o resultado das candidaturas para que as universidades possam dar início aos projetos apresentados à tutela para financiamento.

O Presidente da Direção da ACADÉMICA DA MADEIRA, Ricardo Freitas Bonifácio, classifica como “vergonhosa a forma como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior tem tratado do assunto”. De acordo com o líder estudantil, “é inaceitável que as universidades continuem sem a devida resposta”. As Associações Académicas “continuam a assumir a responsabilidade por executar as atividades de integração dos estudantes, sem qualquer apoio da tutela”.

um “sentimento de tristeza por uma resposta tão tardia”

No caso da UMa, a ACADÉMICA DA MADEIRA tem executado todas as atividades que integram a candidatura da universidade, não pretendendo prejudicar os estudantes “pela falta de responsabilidade” do ministério, como referiu Ricardo Freitas Bonifácio.

A Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) foi contactada pela UMa, através do seu Conselho de Cultura, recebendo a informação que a “DGES continua a aguardar pela decisão do Júri. Oportunamente comunicaremos às Instituições a decisão sobre as candidaturas”.

Sobre o atraso, a Vice-Reitora da UMa, Custódia Drumond, indicou que a UMa continua a aguardar “pela resposta à nossa candidatura, com o sentimento de tristeza por uma resposta tão tardia”.

Em janeiro, a ACADÉMICA DA MADEIRA publicou os resultados do Inquérito anual aos estudantes da UMa, que foi promovido pelo seu OBSERVATÓRIO DA VIDA ESTUDANTIL. Os resultados reforçam a necessidade de um apoio comunitário aos estudantes, não apenas em questões financeiras. Nos resultados de quase seis centenas de estudantes inquiridos presencialmente, “a necessidade de apoio psicológico demonstrou ser um fator relevante no percurso académico, pois cerca de metade dos alunos inquiridos (46,7%) indicou já tê-la sentido”.

Na UMa, a ACADÉMICA DA MADEIRA desenvolveu o programa EMBAIXADORES que destacou estudantes, dos anos avançados, para funcionar como ponto de contacto entre os estudantes de 1.º ano, o curso e a Universidade. Esses estudantes, apresentam as instalações da Universidade, as suas unidades, os seus serviços e o seu funcionamento. Além disso, as atividades do programa EMBAIXADORES permitem que o embaixador desenvolva competências fundamentais para a vida académica e para a inserção futura no mercado de trabalho enquanto inspira e partilha com os novos alunos as suas experiências na UMa. Mensalmente, a ACADÉMICA DA MADEIRA promove atividades na área da música, da cultura e do desporto, além de várias festividades para convívio dos estudantes.

No final de abril, o grupo de fados da ACADÉMICA DA MADEIRA, os FATUM, voltam ao Teatro Municipal de Baltazar Dias para um concerto que assinala o 35.º aniversário da UMa, numa homenagem dos estudantes.

Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Tiago Bandeira.

Palavras-chave