Vicente Jorge Lopes Gomes da Silva (Funchal, 1945-2020) foi um jornalista, cineasta e político madeirense. Pertencente a uma das mais prestigiadas famílias de fotógrafos nacionais, a casa onde cresceu é atualmente o Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s, que mantém o estúdio dos seus antepassados, fotógrafos oficiais da imperatriz Isabel de Áustria e da Casa Real Portuguesa.

DE MIM PARA TI de João Gonçalves, ilustrado por Joana Fernandes
O livro de poesia DE MIM PARA TI, de João Gonçalves, ilustrado por Joana Fernandes, foi lançado em fevereiro, no Colégio dos Jesuítas do Funchal. Uma edição da CADMUS, parte da oferta editorial da ACADÉMICA DA MADEIRA.

Uma lebre de peito para fora, orelhas para o ar e focinho arrebitado certa vez…
Depois do sucesso da história da Luna, Andreia Baptista e Teresa Vieira lançam uma fábula cheia de interrogações, objeções, emoções e
Chamado “Vicente” como os avós e “Jorge” como o pai, o jovem cedo desenvolveu uma paixão pelo cinema, começando por escrever críticas para o Jornal da Madeira nos tempos do Liceu. Pelos modos irreverentes e até por se mostrar contra a ditadura, no fim da adolescência foi enviado pelos pais para fora de Portugal, evitando perseguição política. Viveu e trabalhou no Reino Unido e em França e foi, aliás, em Paris que travou amizade com a escritora e ativista política Maria Lamas, ela própria perseguida pelo Regime.
Em 1966, de regresso à Madeira, tornou-se redator-chefe do Comércio do Funchal, a quem chamavam “o cor-de-rosa”, devido à cor do papel de impressão, ligado à oposição à ditadura. Esta publicação chegou a ter uma tiragem de 15.000 exemplares sob a sua liderança, estando presente nas bancas de várias cidades portuguesas, muito além do território madeirense. Em 2017, o Museu de Imprensa da Madeira realizou uma exposição, inaugurada a 20 de janeiro pelo próprio jornalista.
O menino Vicente tornou-se jovem e foi correr mundo. O jovem tornou-se adulto e fez-se jornalista
Integrou várias outras publicações portuguesas, mas foi a sua passagem pelo Expresso e pelo Público que o tornaram conhecido da maior parte dos portugueses. No primeiro, Vicente Jorge Silva liderou a redação e foi um dos responsáveis pela criação da sua Revista. Esteve, posteriormente, envolvido na fundação do Público de que foi o primeiro diretor e onde, em 1994, cunhou a expressão “geração rasca” a propósito do comportamento de alguns estudantes em manifestação contra as medidas tomadas pelo governo de Aníbal Cavaco Silva.
A par do jornalismo, dedicou-se à sua paixão de juventude, assinando alguns filmes, curtas e longas-metragens, entre os quais Porto Santo (1997), com Ana Zanatti, Beatriz Batarda, José Eduardo e João Didelet, entre outros. Esta longa-metragem filmada na ilha dourada integrou o Festival Internacional de Genebra.

A CADMUS apresenta CONTINHOS POPULARES MADEIRENSES de Alfredo Vieira de Freitas e Tiago Pinto
A CADMUS, chancela da ACADÉMICA DA MADEIRA, apresenta nesta quadra, um clássico do património literário da Madeira, CONTINHOS POPULARES MADEIRENSES, de autoria de Alfredo Vieira de Freitas (1908-1992) e Tiago Pinto.

Leda Pestana e Alberto do Vale marcaram presença em Bolonha
Leda Pestana e Alberto do Vale, autores de AMOR, publicado pela CADMUS, lançando em novembro de 2022 e integrado na 49.ª
As eleições legislativas, de 2002, iniciariam o governo de Durão Barroso. Vicente Jorge Silva foi, então, eleito pelo Partido Socialista, como 9.º deputado pelo círculo de Lisboa na Assembleia da República, acabando por renunciar a meio do mandato.
Após uma vida dedicada à comunicação e à luta pela liberdade de expressão, Vicente Jorge Silva faleceu com 74 anos de idade na cidade que o viu nascer.
A obra pode ser adquirida nas principais livrarias do país.
Timóteo Ferreira
ET AL.
Com fotografia DR.