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A CADMUS apresenta CONTINHOS POPULARES MADEIRENSES de Alfredo Vieira de Freitas e Tiago Pinto

A CADMUS, chancela da ACADÉMICA DA MADEIRA, apresenta nesta quadra, um clássico do património literário da Madeira, CONTINHOS POPULARES MADEIRENSES, de autoria de Alfredo Vieira de Freitas (1908-1992) e Tiago Pinto.
CONTINHOS POPULARES MADEIRENSES, de Alfredo Vieira de Freitas e ilustrado por Tiago Pinto, foi editado pela CADMUS, chancela da ACADÉMICA DA MADEIRA.

Em 2016, Eduardo Jesus, Secretário Regional da Economia e Cultura, e Filipe Sousa, Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, assinaram o contrato de doação à a Direção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira, de documentos oriundos da Biblioteca Padre Alfredo Vieira de Freitas, que estavam em depósito na Casa de Cultura de Santa Cruz – Quinta do Revoredo. Em contacto com as sobrinhas e a sobrinha-neta de Vieira de Freitas, suas herdeiras e com a DRABM, a Académica da Madeira trabalhou no espólio do autor, com especial interesse pelas suas recolhas antológicas.

CONTINHOS POPULARES MADEIRENSES foi editado pela Secretaria Regional de Educação em 1988, em vida do autor. Esta nova edição pela CADMUS, em capa dura, traz-nos os continhos, tal como recolhidos por Alfredo Vieira de Freitas e adaptados à nova grafia, com ilustrações inéditas de Tiago Pinto, antigo estudante da Universidade da Madeira e vencedor dos prémios Novos Talentos FNAC 2023 – Ilustração. “A ilustração dos CONTINHOS POPULARES MADEIRENSES surge de uma proposta da editora Cadmus, quando estava no segundo ano da minha licenciatura”, Tiago Pinto.

Imagem do conto A Gaivota e o Gato no interior de CONTINHOS POPULARES MADEIRENSES de Alfredo Vieira de Freitas e ilustrado por Tiago Pinto

O livro começa com uma nota prévia do autor, em que afirma serem “continhos que ouvimos às nossas avozinhas ou aos nossos vizinhos e companheiros, a pessoas adultas e que vêm correndo de geração em geração”.

“Entre eles, quer-me parecer que há uma versão madeirense da Gata Borralheira, que no mundo já tem cerca de 350 versões”, afirma o autor para quem a “redação destes continhos, que é simples, é do povo madeirense, é dos meus antigos alunos e também é minha”.

Um total de 177 páginas apresenta mais de cinco dezenas de contos populares madeirenses reunidos ao longo dos anos em várias freguesias da Madeira. Cada narrativa apresenta uma ilustração de Tiago Pinto criada em linogravura. “Tendo em conta que os contos que podemos encontrar no livro fazem parte do folclore insular, passados de geração em geração durante muitos anos, pensei que este projeto beneficiaria de uma técnica de reprodução analógica, como a linogravura”, refere o ilustrador.

Com temáticas tão diversas, as imagens mostram-nos elementos da mitologia madeirense até personagens-tipo, vestidas com trajes tradicionais da Madeira. “Na minha prática artística já explorei temáticas como: o quotidiano urbano e rural, memórias, tradições, e objetos que […], acabam por contar ou ter estória”, explica Tiago Pinto. Para “além de ser um bom desafio, tenho uma enorme apreciação pela cultura popular regional e nacional”.

Imagem do conto O Bis bis no interior de CONTINHOS POPULARES MADEIRENSES de Alfredo Vieira de Freitas e ilustrado por Tiago Pinto

Alfredo Vieira de Freitas nasceu em 1908, em Gaula (Santa Cruz), terra veio a falecer, em 1992. Foi um sacerdote católico, professor e autor madeirense. Formado em Humanidades, Filosofia e Teologia, lecionou português e literatura portuguesa. Como escritor, participou em várias publicações periódicas nacionais, além de ter publicado algumas obras de poesia, romance e antologias de tradição popular, como Era uma vez… na Madeira. Lendas, contos e tradições da nossa terra (1964) e Continhos Populares Madeirenses, cuja primeira edição é de 1988.

Tiago Ponto nasceu em Câmara de Lobos, em 2000 e é um artista visual madeirense. Licenciado em Artes Visuais pela Universidade da Madeira, desenvolve trabalhos nas áreas do desenho e da pintura. Participou em algumas exposições coletivas, tais como pirralhos (2022), na Galeria Anona, e o que aconteceu à cenoura? (2022), no Teatro Municipal de Baltazar Dias e em De Nível. Passagens de António Aragão no Museu de Arte Sacra do Funchal (2021), no MASF. Foi premiado em pintura no Criarte’19 e no Criarte’21, e nos Novos Talentos FNAC, na categoria de Ilustração, em 2023.

Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia da obra ilustrada por Tiago Pinto.

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