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Escalas como instrumentos de medida

Os principais métodos de recolha de dados são as observações, as entrevistas, os questionários, as escalas, a técnica de Delphi, as videogravações, as check-lists, as descrições, etc.

Instrumentos de medida ou técnicas de recolha de dados são os meios técnicos que se utilizam para registar as observações ou facilitar o tratamento experimental (Sousa, 2005).

O investigador dispõe de uma grande variedade de métodos de recolha de dados. São de considerar alguns fatores na escolha de um instrumento de medida, em particular o nível de investigação e a acessibilidade dos instrumentos. Os principais métodos de recolha de dados são as observações, as entrevistas, os questionários, as escalas, a técnica de Delphi, as videogravações, as check-lists, as descrições, etc.

As escalas são instrumentos de medida mais precisos que os questionários. De acordo com Fortin (2009)

As escalas de medida são formas de autoavaliação que são constituídas por vários enunciados ou itens, lógica e empiricamente ligados entre si e que são destinados a medir um conceito ou uma característica do indivíduo (p. 388).

Ao contrário dos questionários e das entrevistas, que servem para recolher uma informação factual, a escala de medida emprega-se sobretudo para avaliar variáveis psicossociais. A escala indica o grau segundo o qual os indivíduos manifestam uma dada característica. Serve, por exemplo, para determinar entre os participantes num estudo, os que apresentam tal atitude, tal motivação ou tal traço de personalidade.

A escala de medida pode ser constituída por uma série de etapas ou comportar graus ou gradações. Os scores da escala permitem comparações entre os indivíduos em relação à característica medida. Uma escala comporta os seguintes elementos:

a) Um enunciado pivô em relação a atitudes ou o fenómeno a avaliar (por exemplo, o estilo de liderança predominante);
b) Uma série de algarismos que indicam graus na escala: «1, 2 … 5»;
c) Categorias ou ancoragens que definem os graus ou escalões (por exemplo «1 = totalmente de acordo; 5 = totalmente em desacordo».

As principais escalas utilizadas na investigação são a escala de Likert, a escala de diferenciação semântica e a escala visual analógica. A escala de Likert (método desenvolvido por Rensis Likert no início dos anos 30) é a mais usada para avaliar atitudes. Comporta uma série de enunciados que exprimem um ponto de vista sobre um tema. Os participantes indicam o seu grau de acordo ou de desacordo numa escala de intensidade com os diferentes enunciados. Por exemplo, “concordo bastante”, “concordo”, “indeciso”, “discordo”, “discordo bastante”, ou “nunca”, “quase nunca”, “indeciso”, “quase sempre”, ou “sempre”.

A escala de Likert, para Fortin (1999) citado por Vilelas (2009), consiste na apresentação de uma série de proposições, devendo o inquirido, em relação a cada uma delas, indicar uma de cinco posições: concordo totalmente, concordo, sem opinião, discordo, discordo totalmente. De seguida, às respostas são adicionados scores individuais na escala. Atribui-se o score mais elevado +2 às respostas concordo totalmente, enquanto o score -2 será atribuído à resposta discordo totalmente.

Referências e sugestões de leitura

Fortin, M. (2009). Fundamentos e etapas do processo de investigação. Loures: Lusodidacta (pp. 388-394).

Freixo, M. (2010). Metodologia científica: Fundamentos, métodos e técnicas (2.ª ed.). Lisboa: Instituto Piaget (pp. 205-213).

Hill, M. & Hill, A. (2002). Investigação por questionário. Lisboa: Edições Sílabo (pp. 105-117).

Sousa, A. (2005). Investigação em educação. Lisboa: Livros Horizonte (pp. 181-198).

Vilelas, J. (2009). Investigação: O processo de construção do conhecimento. Lisboa: Edições Sílabo.

António V. Bento
Docente da UMa

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