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2012 será mesmo o fim?

São questões, receios, livros, filmes, teorias e mitos sem conta, aqueles que estão ligados ao suposto fim do mundo, agendado, por muitos, para o corrente ano.

A civilização Maia, responsável pela teoria do fim do mundo em 2012, e os seus primórdios remontam aos anos 3000 a. C. Esta sociedade encontrava-se hierarquizada social e politicamente e tinha a agricultura como o principal meio de subsistência aliado ao comércio entre cidades vizinhas. A arquitectura, artes plásticas, artesanato, a área das ciências e a literatura maias deixaram marcas até hoje. Este povo espelhou-se artista e perfeccionista, destacando-se a sua escultura e a sua escrita. A escrita hieroglífica, elaborada e misteriosa, compôs textos de índole cronológica e astronómica, que evidenciava um sistema numérico e de cálculos próprios.

As informações inerentes aos calendários maias, ou sincronários (apontado como o termo mais correcto), diferem. Afirma-se que este povo dominava este campo devido ao uso da matemática denominada de “quarta dimensão”, entendida mediante valores qualitativos e com poder magnético. A forma como previam alguns ciclos e acontecimentos faz com que se reitere que a civilização maia era vanguardista e, diz-se virtualmente, muito mais avançada que a cultura actual, diferenciando-se somente pelo facto de ter “vivido” numa época longínqua, com parcos recursos de comunicação e informação.

Nos anos 80, Johan Calleman, biólogo sueco, através do estudo de pedras, concluiu que estas tinham marcadas diversas datas que correspondiam a ciclos evolutivos da história da Terra. Assim, depois de isolar nove datas e realizar diversos cálculos, depreendeu que o chamado ciclo da criação culmina em 2012. J. Jenkins, autor do Maya Cosmogenese 2012, aponta 12.º mês de 2012 como o espaço e o tempo em que ocorrerá um alinhamento astronómico raro, que acontece a cada 26 000 anos. Uns afirmam que nada mais será que uma espécie de entrada num novo milénio, numa reestruturação do calendário. Outros dizem que se tratará de um recomeço, uma era de luz e mudança, para novos tempos.

É uma panóplia enorme de teorias, que se desenrola desde há muitos anos. Quem não se recorda do suposto fim do mundo em 2000? Ou dos eclipses que iam acabar com a sociedade?

Independentemente do dia ou ano agendado para que tudo se acabe ou transforme, não se esqueça de viver. Pode optar por rezar, estudar e procurar mais teorias, ver vídeos, inundar-se de textos misteriosos ou, simplesmente, ignorar. Talvez a transformação chegue com as medidas do FMI ou com as “trocas baldrocas” do Euro. Talvez não seja nada. Talvez seja tudo. Hoje ou no futuro, preocupe-se em ser feliz. Consigo e com os outros, nesta sociedade actual, cada vez mais egoísta e individualizada, pouco confortável para prever qualquer futuro.

Vera Duarte
Alumnus

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