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criança

A festa do livro é a festa do AMOR de Leda Pestana e Alberto do Vale

Terça-feira, 22 de novembro, às 19:00, o Museu de Imprensa da Madeira recebe o lançamento da obra AMOR de Leda Pestana e Alberto do Vale. Trata-se da paixão na escrita, no trabalho e em tudo. Sob esse espírito, AMOR chega a todos os leitores, numa “mensagem de celebração à vida e ao amor”, como defende Leda Pestana.

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Curso de Intervenção em Abuso Sexual de Crianças e Jovens

A Associação para o Planeamento da Família (APF), delegação regional da Madeira, está a promover o Curso de Intervenção em Abuso Sexual de Crianças e Jovens, a decorrer nos dias 12, 13 e 14 de outubro, dinamizado por Paulo Pelixo. Quando falamos de uma interação de natureza íntima contra a vontade da pessoa, por exemplo, beijos e carícias, toques indesejados nos órgãos sexuais ou até mesmo comentários ou piadas de cariz sexual que provoquem desconforto ou receio à vítima, estamos a falar de atos que podem ser apontados como violência sexual. Assim, o abuso sexual de crianças e jovens refere-se ao envolvimento destas (ou à sua tentativa) num ato sexual, que muitas vezes não compreendem por completo e para o qual não são capazes de dar, em virtude da idade e maturidade, o seu consentimento informado. Deste modo, este tipo de violência sexual surge num contexto de uma relação de assimetria de poder, de responsabilidade ou de conhecimentos, onde a vítima é usada para estimulação sexual (benefício) do/a agressor/a ou de uma terceira pessoa. O abuso sexual desta população em específico constitui uma problemática muito prevalente e que pode trazer graves e profundas consequências a curto, médio e longo prazo, tanto à criança/jovem, como à família e à comunidade. De acordo com a estimativa do Conselho da Europa, uma em cada cinco crianças já sofreu de algum tipo de abuso sexual ou de violência sexual ainda antes de completar os 18 anos de idade. Analisando esses dados e traduzindo em percentagem, isto resume-se em 20% da população de crianças afetadas por esta problemática em Portugal. Paulo Pelixo, psicólogo e diretor técnico da APF, salienta que este é “um número muito significativo”. Importa referir que em muitos casos, os abusos são cometidos por pessoas próximas à vítima, com quem mantêm uma relação de confiança e familiaridade. Assim sendo, cabe aos pais, às escolas e a toda a comunidade apostarem numa abordagem preventiva, ao fornecer informação adequada às caraterísticas da criança, abordando temáticas importantes referentes à sexualidade e à educação sexual. Desta forma, a criança é elucidada acerca da existência de partes do seu corpo que são privadas e que não podem nem devem ser tocadas por outras pessoas. Tendo em consideração a necessidade desta temática ser abordada junto de profissionais que trabalham com crianças e/ou jovens, a Associação para o Planeamento da Família (APF), delegação regional da Madeira, está a promover o Curso de Intervenção em Abuso Sexual de Crianças e Jovens, a decorrer nos dias 12, 13 e 14 de outubro, dinamizado por Paulo Pelixo, um profissional com uma vasta experiência neste campo. Trata-se de uma ação formativa presencial de 20 horas com certificação e destina-se a profissionais com intervenção na área das crianças, jovens e famílias. Este curso objetiva transmitir aos participantes conteúdos teóricos e práticos, no sentido de auxiliar no reconhecimento de sinais de sofrimento da criança/jovem, indicadores de abuso, que requerem uma intervenção por parte de profissionais qualificados. Caso seja do seu interesse inscrever-se nesta formação, poderá fazê-lo aqui e deverá enviar o respetivo comprovativo de pagamento, até ao dia 6 de outubro, para o e-mail da APF (apfmadeira@sapo.pt). É de ressaltar que as inscrições são limitadas. Cristina Santos Colaboradora APF, delegação Madeira Com fotografia de Ramin Talebi.

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UMajuda pela sexta vez

Seis anos após o seu nascimento volta o UMajuda, um projecto no qual a AAUMa, por via dos estudantes universitários e restante comunidade, organiza uma recolha de fundos e de material escolar que visa ajudar a equipar de melhor forma duas unidades educativas do 1.º ciclo do ensino básico da Região Autónoma da Madeira. Em 2006, este projecto via nascer a sua primeira edição. Primeiramente as acções de solidariedade dividiam-se em duas partes, sendo uma delas a entrega de livros e de material lúdico para escolas básicas, parte essa na qual agora o projecto se centra na sua totalidade. Os membros da comunidade académica já se têm dirigido ao Secretariado da AAUMa para entregarem os donativos, mas ainda é esperada uma maior adesão até porque ainda podem ser realizadas estas entregas. Pretende-se angariar todo o material lúdico/didáctico e livros infantis possíveis, para assim mostrarmos que todos nós estamos dispostos a dar UMajuda. De facto, é de suma importância para todas as pessoas que se envolveram e se envolvem no projecto colaborar com as ditas instituições. Em tempos onde a palavra de ordem é Crise e as dificuldades económicas são cada vez maiores, este projecto ganha um novo fôlego já que, apesar de se manifestar bem mais difícil ajudar, torna-se também cada vez mais imprescindível tentar colaborar. Mais do que uma iniciativa anual, o UMajuda também apresenta a própria Universidade e a vida académica de uma forma diferente. Na generalidade dos casos o espírito académico é interpretado pela sociedade de forma errada, levando muitos a pensar que ser estudante universitário é estudar, ir às festas académicas, divertir-se na praxe e pouco mais. Certamente ao haver uma reportagem pela comunicação social onde se foca que na Universidade da Madeira se desenvolve anualmente este tipo de iniciativas ou mesmo pela passagem da palavra pelas pessoas, apaga-se, de certa forma, com a máxima na qual se acredita que o se ser universitário é viver uma vida de “loucura, álcool e rock and roll”. Vivenciamos então uma situação onde se junta o útil ao agradável. Para além de colaborarmos e lutarmos por uma causa nobre, estamos a ajudar os possíveis universitários do futuro, passamos uma imagem para o exterior que não só mostra o trabalho da AAUMa mas dignifica, principalmente, a própria Universidade. Nesta edição do projecto UMajuda, as escolas que receberão os donativos que se angariarem até ao final do mês de Novembro são a EB1/PE da Lombada da Ponta de Sol e a Escola EB1/PE do Areeiro. Tal como nas edições anteriores, ambos os estabelecimentos de ensino foram indicados pela Direcção Regional de Educação. Junta-te a nós e participa no UMajuda. Sérgio Rodrigues Estudante de Economia

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Quando os grandes eram pequenos

O passado ficou para trás… agora vivemos o presente e tentamos planear o futuro. As saudades de uma infância feliz e despreocupada fazem parte de mim, sem que se tornem uma obsessão. Ao olhar para os anos anteriores, recordo nostalgicamente todos aqueles momentos bem passados com a família e com os amigos que entretanto se foram dissipando. Tenho a impressão de que nunca fui uma criança muito traquina mas esta pode ser apenas uma forma de ver as coisas. É certo que houve momentos em que, inocentemente ou não, assustei os meus pais. A título de exemplo, vou contar-vos um episódio caricato. No final de um almoço de Domingo, num restaurante, levantei-me e fui para a rua. Olhei para uma grande pedra ao lado de uma ribeira e somei um mais um. Decidi então fazer das minhas… Acontece que alguma coisa correu mal e acabei dentro da ribeira. Por ter uma altura considerável, todo o restaurante entrou em alvoroço. Saí dali ileso como se nada tivesse acontecido. Mas existem outros episódios, nem todos tão tumultuosos… Uma série deles que considero engraçada passou-se numa fase em que eu não era lá muito ‘bom garfo’. A verdade é que não gostava da comida que era preparada em minha casa… Já a minha tia, que morava na casa vizinha, era a melhor cozinheira do mundo (e continua a sê-lo). A comida era sempre muito bem-vinda, mesmo quando era sopa de legumes ou de outra coisa qualquer. Mais tarde vim a descobrir que aquela era a comida preparada na minha casa e depois mandada para a casa da minha tia. Fazendo uso a uma expressão popular, todos nós sabemos que ‘a galinha do vizinho é sempre melhor do que a nossa’. Ao longo dos anos pratiquei vários desportos. Pratiquei judo durante muito pouco tempo (não tenho bem a noção de quão pouco) e mudei-me depois para a vela. Confesso que gostei muito desta prática mas também apanhei alguns sustos. Parecia que o piloto do helicóptero que havia perto da Marina esperava que eu saísse para o mar para sobrevoar o meu barco. A combinação barco à vela e helicóptero não é favorável, pelo menos para quem está a velejar. Entretanto experimentei a equitação e decidi que seria o meu novo desporto. Alguns meses depois, recebi o meu primeiro cavalo que se chamava Queluz. Não lhe podia deixar de fazer referência pois constituiu um marco importante na minha vida, visto que me obrigou a crescer e tomar uma responsabilidade à qual eu não estava habituado. Infelizmente, após um brutal acidente, o Queluz faleceu sem que eu tivesse oportunidade de me despedir. Nesse dia, ao chegar do Liceu, a casa estava cheia. A notícia vinha a caminho. Foram dias tenebrosos em que tentava mostrar a todos que estava bem, em vão. Apesar de nunca me ter conformado, tive que seguir em frente e continuar na carreira equestre. Hoje sou um estudante de Bioquímica na Universidade da Madeira, que deixou de ter o tempo queria para caprichos (se quiserem chamar-lhes assim). O tempo para recordar nunca é pouco, por isso continuo a fazê-lo… todos os dias! Pedro Ideia Alumnus

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Quando os grandes eram pequenos

Tinha 10 anos quando fui para o Porto Santo, mas até lá, a minha vida nesta nossa Madeira foi bem recheada. Os 8 anos na Ilha Dourada valeram-me o eterno apelido de “profeta”, mas mais do que isso, contribuíram grandemente para a pessoa que hoje sou. Por entre raízes madeirenses e africanas fui aprimorando o meu gosto pela comunicação desde cedo. A minha avó lembra-se sempre dos momentos em que eu lhe fazia entrevistas na cozinha, por entre panelas e pratos, a mexer efusivamente as mãos. O meu avô, que toda a vida foi encadernador, viu-me crescer a revirar os seus papéis e a contactar com os livros desde cedo. A minha mãe conta e, ainda hoje confirma, que a personalidade forte (como eu gosto de chamar) ou o mau feitio (como outros lhe apelidam) nasceu comigo. O meu pai, a quem devo o tom “café com leite”, viu a sua sorte (ou azar, depende da perspectiva) duplicar quando a minha irmã Marta nasceu, há cinco anos, e quiçá verá a mesma triplicar, quando em Dezembro mais uma menina vier ao mundo. Os mesmos traços, a mesma perícia em refilar, as mesmas atitudes e manias! Da menina calma deitada na alcofa passei para a refilona de serviço lá em casa. Fui ao Porto Santo, pela primeira vez, aos três meses… e fiquei numa tenda! O trauma deve ter ficado daí, pois acampar é algo que, hoje, não me seduz. Até ir viver para lá, devo ter ido uma dezena de vezes ao areal, normalmente nas férias, imbuídas de um sol imenso, banhadas por águas límpidas e refrescantes e abrilhantadas por uma boa lambeca. Também desde os dois ou três anos fui com os meus avós e com a minha mãe ao continente, e dessas primeiras viagens tenho a vaga recordação de estar em Fátima com uma vela na mão, fato de treino cor–de–rosa, com a chuva a cair-me no rosto, ou então, de andar no metro e comer pastéis de nata, em Belém! Fiquei com a minha avó até aos 4 anos e quando entrei na pré–primária, o país inteiro deve ter percebido, pelos meus berros e choros tradicionais pela manhã. Recusava-me a fazer a sesta, ficava a ver as minhas educadoras pintar as unhas, mas, tempos depois, passei a ser a defensora dos meus colegas e a voz activa da turma. Muitas traquinices ficam desses tempos: as minhas infindáveis quedas, a minha apatia pela educação física e pela sopa de ervilhas, os meus argumentos para defender que a matemática era o ponto errado da minha vida. (A verdade é que a minha relação com os números nunca foi pacífica.) Recordo-me, também, de gostar de sapatos de salto alto e de batons, muitos! E de vestir o vestido de noiva da minha avó, imaculadamente guardado, até eu o ter descoberto. Nos estudos, sempre fui uma menina aplicada, dizem! Completei a escola primária ainda na Madeira, e o secundário, no Porto Santo. Musicaep (como se denominava na altura), Desporto Escolar, concursos literários, apresentação de festas, actividades na natureza, participação na revista da escola e no clube de rádio, música, entre muitas coisas fizeram parte do meu percurso escolar. Tudo isto marcado pela minha atitude e teimosia, que me conceberam episódios bem cómicos. (Mas como diz a Guilherme, isso agora não interessa nada!) Há sempre muito para dizer sobre a infância de alguém. Dos tempos da primária restam poucos conhecidos, com quem ainda mantenho contacto. Do secundário, filtraram-se os amigos para a vida. Os verdadeiros, de quem a distância e o mar não me conseguiram separar. Aqueles que, desde que entrámos na vida académica, voltam à velha base, todas as férias, para matar as saudades, relembrar velhos momentos e compor histórias para o futuro. São eles e a minha família, a minha verdadeira paixão. Do Porto Santo, fica-me na memória, o ninho pequeno, tão pequeno que no início me fazia confusão, onde tive de aprender a viver, a aproveitar o pouco mas essencial que aquela terra nos pode dar. Também, durante aqueles 8 anos, esta ilha foi o ponto de partida para as minhas grandes e marcantes viagens: Bélgica e Chipre, o frio e o calor, os opostos de histórias e vivências, que trouxe comigo guardados nas malas. Guardam-se-me, igualmente, a entrada tímida nas lides partidárias, que continuo, com toda a garra que posso, noutros palcos, porventura mais activos, mais sedutores e extasiantes, dos quais me orgulho, apesar de todos os apesares. Entrar na universidade, e numa área de estudo pela qual me fui apaixonando (a Psicologia), foi o melhor que me podia ter acontecido. A UMa marcou a minha vida e terá sempre um papel fulcral no meu futuro. Sobre a minha mui nobre academia sempre disse que primeiro estranha-se e depois entranha-se. Que, sem darmos conta, esta passa a ser a nossa segunda casa, ou talvez a primeira, onde “se vive enquanto se estuda” (Beja, 2011), onde se praxa, se amadurece, se chora e se ri, aquela casa que nos dá o passaporte para o mundo lá fora, onde se conhecem grandes pessoas, amigos, exímios professores, todos estes, mestres e inspirações desta jornada, a quem, todos os dias, devo um obrigado por existirem. Também nesta casa, descobri uma outra família, a da AAUMa, que me lançou para as parcerias da rádio, para o JA e para o meu estimado “Pátio dos Estudantes”. Desde as reportagens e entrevistas, até ao Carpe Diem, e aos estúdios da RTP, tudo tem passado num ápice e de todo esse todo, tenho bebido as melhores experiências, a mais bela inspiração, o esforço e o empenho de uma equipa que me recebeu e ensinou da melhor forma. Sou eu. Às vezes perguntam-me de onde vem a inspiração, até a racionalidade com que conduzo aspectos da minha vida e a dicotómica emocionalidade que paira sobre mim. Não tenho resposta. Talvez porque a verdadeira essência da felicidade está na vida, a fulcral inspiração sou eu e tu que lês, tu que ouves, tu que sorris, tu que

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6.ª Edição do UMajuda

A Associação Académica da Universidade da Madeira tem vindo, nos últimos 5 anos, a desenvolver um projecto de solidariedade social que abrange principalmente os mais novos, e este ano não foi excepção. A AAUMa procedeu, a 7 de Dezembro, à entrega do material que havia recolhido desde o passado mês de Outubro. O UMajuda, que consiste na recolha de material didáctico de toda a comunidade académica e demais sociedade civil interessada, possibilita à Associação Académica da UMa a oportunidade de presentear duas escolas básicas com pré-escolar da Região Autónoma da Madeira, nomeadas pela Direcção Regional da Educação. Este ano, após a recolha de muito material didáctico, livros infantis, brinquedos e material desportivo, a Académica da UMa procedeu à entrega destes itens na escola EB1/PE do Areeiro, em São Martinho, logo ao início da manhã. Neste estabelecimento de ensino a recepção foi calorosa e entusiástica, e as crianças aguardavam a chegada dos elementos do projecto com um momento musical preparado. Após a actuação dos pequenos cantores, foi a vez da Tuna Universitária da Madeira animar o dia dos mais pequenos, onde lhes possibilitaram a oportunidade de conhecer alguns temas mais conhecidos desta Tuna Universitária. A visita à escola EB1/PE do Areeiro terminou com um pequeno convívio, oferecido por este estabelecimento de ensino. Ao final da manhã, pelas 11 horas, a comitiva da AAUMa rumou em direcção à Ponta do Sol para proceder à entrega do material recolhido na escola EB1/PE da Lombada. Uma vez mais, os mais pequenos aguardavam com ansiedade a chegada da equipa da AAUMa que os presenteou com dezenas de artigos recolhidos no secretariado desta instituição, no Campus da Penteada, e lhes proporcionou um momento certamente inolvidável. Para terminar, a TUMa também actuou na EB1/PE da Lombada deixando as crianças perplexas com as suas danças e músicas. A AAUMa gostaria de agradecer a todos os que, quer dentro da Comunidade Académica quer fora dela, participaram activamente e perseverantemente para que este projecto fosse, uma vez mais, uma realidade, nomeadamente caloiros e praxistas de 2011, funcionários docentes e não docentes da UMa, a SIXT Rent-a-car, Fundação Livraria Esperança, Snack-Bar A Americana e à Tuna Universitária da Madeira. David Gonçalves Departamento de Comunicação e Markting da AAUMa

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Autismo lidando com o preconceito

A Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo da Madeira tem como objetivo promover a qualidade de vida das pessoas colaborando com outras instituições, portuguesas ou estrangeiras, e com organizações ou instituições internacionais, na defesa dos direitos das pessoas com Autismo, Asperger e Perturbações do Desenvolvimento estando associado à Federação Portuguesa de Autismo. Através das suas diversas atividades e iniciativas a Appda-Madeira almeja sensibilizar o público em geral para a realidade do autismo, assim como vir a capacitar pessoas da nossa sociedade para auxiliar na realização dos seus objetivos. Neste momento temos em curso a criação de um Centro de Apoio, onde pensamos vir a congregar diversas áreas, como a Psicologia, o Serviço social, a Terapia da fala, a Psicomotricidade, a Musicoterapia, a Hipoterapia, de modo a facilitar o acesso a todas as crianças e jovens e especializar os técnicos envolvidos. Ainda que cada caso seja um caso, todas as crianças e jovens deste espectro, têm necessidades semelhantes e específicas da problemática, pelo que só através do associativismo conseguiremos juntar recursos para garantir o acesso à panóplia de terapias que os ajudam e logicamente garantir o seu futuro, independentemente dos recursos dos pais. Para que, quem lê estas linhas, possa sentir o que é viver com o autismo, deixamos aqui um testemunho de um pai: “Para quem não sabe o que é o autismo – um distúrbio comportamental de espectro muito variado – podemos dizer que, trocando em miúdos, trata-se de um certo grau de dificuldade nata que um indivíduo possa ter no relacionamento emocional com outras pessoas, assim como de interagir socialmente, dificultando, consequentemente, o aprendizado que poderia ser adquirido com o meio social em que vive e que pode prejudicar seu desenvolvimento pessoal. Isso não significa que essas pessoas não tenham capacidades inatas ou que não as possam desenvolver tão-somente, não conseguem exteriorizar e desenvolver essas mesmas capacidades, que se encontram presas dentro dos seus cérebros devido a uma falha fisiológica da natureza. De certo modo, é como se fossem como uma lâmpada cuja luz não pode ser vista por se encontrar debaixo de uma redoma opaca. A luz está lá, mas carece de alguma ajuda para que se limpe a sujidade da redoma, ou a retire de cima, a fim de que ela possa brilhar. Algumas dessas pessoas são mesmo muito inteligentes, embora em apenas determinadas áreas de atividade e há quem diga que deveríamos, aí, concentrar o foco da nossa ajuda para o seu desenvolvimento, desprezando as áreas em que os autistas têm dificuldades, o que varia de pessoa para pessoa. Voltando à analogia da lâmpada, nós que somos neuro-típicos (os ditos normais), em contraposição com os autistas que são neuro-atípicos, deveríamos ser aqueles a limpar ou levantar a redoma de cima, procurando entender como funciona a mente dessas pessoas e de como poderíamos nos comunicar com elas, da mesma forma como nos comunicamos com um cego utilizando o método “Braille”, ou a linguagem gestual com os surdos. Uma vez conseguido isso, veremos como esses indivíduos têm muito para dar, ou melhor, para nos dar. Bastava que lhes dessemos uma oportunidade e saíssemos dos dentro de nossos próprios armários de egoísmo e preconceito e constataríamos que a maior barreira para o desenvolvimento dessas pessoas, para além das atuais limitações da ciência a esse respeito, é a própria sociedade, ou seja, é a nossa falta de comprometimento, o nosso egocentrismo. Afinal não seria isso uma limitação maior ainda do que o autismo em si, uma vez que nos impede de crescer plenamente enquanto seres pensantes e espirituais? Se entendermos a sociedade como um organismo, um corpo, o mesmo não se poderá considerar saudável se todos os seus membros não estiverem igualmente saudáveis. Somos todos “flores de um mesmo jardim, folhas de um mesmo ramo, ondas de um mesmo mar.”*. O Jardineiro Supremo é um só e Ele com certeza não ama as flores de grande exuberância mais do que ama “aquela florinha, que, a muito custo, se esforça por brotar sorridente na fenda da calçada”**. Cabe a nós tentar imitá-Lo e, com grande carinho e paciência, trazê-la para dentro do jardim, junto com as demais flores.” Cori correa *dos Ensinamentos Bahá’ís. ** Frase de D. Hélder Câmara, antigo arcebispo de Recife e Olinda. A Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo da Madeira

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OS NOSSOS PARCEIROS