O setor hoteleiro é conhecido pela sua dinâmica intensa e pelo ritmo exigente, e muitos gestores de hotéis em Portugal iniciaram a sua carreira em cargos operacionais, trabalhando de forma árdua para alcançar posições de liderança. De acordo com uma reportagem do Público, essa trajetória não é simples; requer determinação, sacrifícios pessoais e, muitas vezes, a superação de condições de trabalho desafiadoras.
Esses profissionais iniciam a sua carreira em posições como recepção, limpeza ou cozinha, onde aprendem diretamente sobre a operação de um hotel. Um dos entrevistados na reportagem sublinha que começar “de baixo” permite desenvolver uma compreensão mais profunda das necessidades dos clientes e da equipa, algo essencial para uma gestão eficaz. No entanto, com o tempo, alguns gestores acabam por se distanciar dessas realidades operacionais, focando-se em tarefas administrativas e financeiras, o que pode levar ao afastamento da essência do serviço ao cliente.
A reportagem também aborda o impacto pessoal que esta carreira pode ter. A exigência e o ritmo do trabalho na hotelaria dificultam a conciliação entre vida pessoal e profissional. “Estar disponível 24 horas por dia” é quase uma norma implícita, o que leva muitos gestores a sentirem o peso do esgotamento ao longo dos anos. Ainda assim, a paixão pelo setor parece ser uma força motriz para muitos, que veem nesta profissão uma forma de proporcionar experiências memoráveis aos hóspedes.

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Por outro lado, os desafios não se restringem ao desgaste pessoal. O setor hoteleiro português enfrenta uma elevada rotatividade de funcionários, o que exige dos gestores uma capacidade constante de adaptação e formação de novas equipas. A falta de recursos humanos bem preparados e a pressão para manter altos padrões de qualidade fazem com que a gestão hoteleira seja um exercício diário de resiliência e flexibilidade.
Em última análise, a reportagem do Público ressalta que, apesar dos desafios, a trajetória na hotelaria oferece a estes gestores um sentido de realização profissional. Contudo, fica a reflexão sobre a importância de manter o foco no serviço humano e de lembrar que a essência da hotelaria está em “servir pessoas” – algo que muitos gestores sentem ter perdido com o tempo.
Esta análise levanta questões sobre o futuro do setor e sobre a necessidade de encontrar um equilíbrio entre gestão eficiente e o compromisso com o bem-estar das equipas e dos clientes, essencial para uma hotelaria sustentável e orientada para o cliente.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Rhema Kallianpur.