Uma conversa sobre tecnologia e inovação

Uma conversa sobre tecnologia e inovação

Quarta-feira, às 19:00, há emissão em direto do PEÇO A PALAVRA. Bárbara Leão Carvalho, ecologista e empreendedora social, e Miguel Muñoz Duarte, professor de empreendedorismo da NOVA SBE, são os convidados desta emissão.
Gonçalo Nuno Martins do painel do PEÇO A PALAVRA de 28 de agosto de 2024, um programa da TSF Madeira 100FM e da ACADÉMICA DA MADEIRA.

O episódio do PEÇO A PALAVRA desta quarta-feira, emitido em direto às 19:00, trata sobre um imperativo nacional, a tecnologia e a inovação através do empreendedorismo. Nas semanas em que o país discute, em profundidade, o Orçamento do Estado para 2025, é consensual a necessidade que Portugal tem, para alavancar a sua economia, de apostar na modernização do seu tecido empresarial, sendo que as universidades são pólos de excelência para a promoção do conhecimento subjacente a essa obrigação.

Nesta emissão do programa, Ricardo Miguel Oliveira, jornalista e diretor geral editorial do DIÁRIO, estará acompanhado, no painel do PEÇO A PALAVRA, por Ismael da Gama, finalista da licenciatura de Engenharia Informática na UMa e coordenador da unidade de Política do Ensino Superior na Associação Académica, além de embaixador da Startup Portugal na Madeira. O segundo integrante do painel é Gonçalo Martins, estudante de doutoramento em Química na UMa e revisor de textos na Imprensa Académica e na Cadmus, chancelas editoriais da ACADÉMICA DA MADEIRA.

Os convidados desta emissão estão na Madeira para participar na conferência “Tecnologia e Inovação: Oportunidades de impacto e capacitação”. Bárbara Leão Carvalho é ecologista e empreendedora social, gestora de investimento de impacto da 3XPGlobal, e tem 25 milhões de euros para investir em projetos de impacto social e ambiental entre Portugal e Espanha. É doutorada em marketing com tese em consumo consciente. Miguel Muñoz Duarte é professor de empreendedorismo da NOVA SBE e diretor executivo do centro de empreendedorismo e inovação. Ambos integram o painel da conferência organizada pela Startup Madeira, que acontece a 12 de setembro, no Museu Casa da Luz, a partir das 9:00. O evento reúne especialistas, empreendedores e entidades para explorar o papel crucial da tecnologia e da inovação no desenvolvimento de soluções de impacto.

Estudar no estrangeiro?

Hoje, quarta-feira, é dia de emissão em direto do PEÇO A PALAVRA. Numa região com movimento migratório secular, como a Madeira, vamos conversar sobre uma emigração que é muito diferente da que conhecemos no passado: estudar no estrangeiro.

Ainda no final do século passado, uma reunião do Conselho Europeu, em março de 2000, fixou o que ficou conhecido como a estratégia de Lisboa, para que a União Europeia fosse “mais competitiva e dinâmica economia do conhecimento em todo o mundo, capaz de um desenvolvimento sustentável com mais e melhores postos de trabalho e uma maior coesão social”, sendo que o investimento em educação e também em inovação iriam ser os protagonistas desse ímpeto continental que, há muito, é interpretado como uma obrigação dos Estados para a garantia da sua sobrevivência num mundo globalizado em que esses são aspetos fundamentais.

A conversa sobre tecnologia e inovação, que serve como introdução à conferência desta semana, é uma oportunidade para conhecer os projetos, as soluções e as tendências de setores que lideram o empreendedorismo em Portugal, explorando de que forma a tecnologia “pode criar um impacto positivo a nível económico, social, ambiental e cultural”.

Os especialistas entendem que, para impulsionar o crescimento económico e fomentar a criação de novos empregos, é essencial adotar políticas e instrumentos que incentivem o espírito empresarial e desenvolvam um ambiente favorável aos negócios. A economia portuguesa fechou 2023 com um crescimento de 2,3% do PIB, num aumento de 6,8% face ao ano anterior. Para 2025, o governo prevê um crescimento apoiado no aumento da receita fiscal, da ordem dos 4%, correspondendo a um aumento absoluto de perto de 2,5 mil milhões de euros em impostos arrecadados.

Nos últimos dias, um comunicado do Ministério das Finanças esclareceu as previsões do Governo entregues na Assembleia da República no Quadro Plurianual das Despesas Públicas, apontando que o “crescimento da despesa pública nas Administrações Públicas deverá, em sede orçamental, crescer num valor próximo” de 4,1%. Para 2025, as prioridades do executivo apontam para maiores despesas nas áreas do trabalho, da segurança social, da administração interna e da saúde. Serão estes os ministérios com a maior percentagem da despesa no próximo ano, que aumenta 10,8%, excluindo a gestão da dívida pública.

O “programa Startup Portugal, lançado em 2016, apresentou uma estratégia nacional para o empreendedorismo, com o objetivo de reforçar o ecossistema e a capacidade de financiamento das empresas tecnológicas, e fomentar a competitividade da economia, pela atração de investimento estrangeiro na área tecnológica, renovação do tecido económico e criação de mais emprego qualificado”. Nesse período, o governo apontava que o “número de startups e de incubadoras aumentou significativamente, as empresas tecnológicas cresceram, aparecendo os primeiros unicórnios portugueses”, como a Farfetch e a Outsystems, além de dezenas de novas empresas tecnológicas a conseguir investimentos na ordem dos milhões de euros e a gerar milhares de empregos.

Anos depois, o colapso e a salvação da Farfetch evidenciavam o que os especialistas pregavam sobre a necessidade de um crescimento sustentável. O empreendedorismo debate-se com a necessidade de assegurar a viabilidade e sustentabilidade das propostas que crescem nos setores da economia. Dados do Instituto Nacional de Estatística, relativos a 2022, indicam que mais de “duas em cada dez novas empresas desaparecem antes de completar o primeiro ano e mais de metade não consegue vingar nos primeiros três anos de vida”. Em Portugal, a economia continua a ser dominada por microempresas. Apenas 0,1% das empresas portuguesas são grandes empresas (com mais de 250 trabalhadores e um volume de negócios acima dos 50 milhões de euros por ano), as médias representam 0,5% (entre 50 e 249 trabalhadores) e as pequenas correspondem a 3,3% (de 11 a 49 trabalhadores). Muitas vezes esquecidas no discurso político, que se foca nas PME, as microempresas representam 96% do tecido empresarial, existindo mais de um milhão delas em Portugal, e não têm meios para alcançar as ferramentas necessárias para aplicar políticas de inovação e desenvolvimento, num quadro empreendedor.

O PEÇO A PALAVRA discute estes temas, enquanto espaço em que o Ensino Superior, a Ciência e a Tecnologia estão em debate, porque os estudantes pediram a palavra. O seu nome tem origem na intervenção que tornou célebre o jovem líder estudantil em Coimbra Alberto Martins e espoletou a Crise Académica de 69. Trata-se de uma produção da TSF Madeira 100FM com a ACADÉMICA DA MADEIRA, transmitida em direto, quinzenalmente às quartas-feiras e disponível em podcast, nas principais plataformas do mercado.

Luís Eduardo Nicolau
com Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia da ACADÉMICA DA MADEIRA.

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