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Javier González estudou métodos bioquímicos para a remoção de glucose de misturas de açúcares prebióticos

Javier é um jovem estagiário oriundo da Galiza (Espanha) que, ao abrigo do programa Erasmus+ na Universidade da Madeira, trabalhou no Centro de Química da Madeira (CQM), unidade de investigação apoiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Javier González, licenciado em engenharia de Química Industrial pela Escola de Engenharia Industrial da Universidade de Vigo, realizou um estágio Erasmus+ no Centro de Química da Madeira.

Javier González licenciou-se em Engenharia de Química Industrial pela Escola de Engenharia Industrial da Universidade de Vigo, na Galiza (Espanha). Desde novembro, esteve a realizar um estágio Erasmus+ no CQM sob a direção de Paula Castilho, docente da UMa e investigadora daquela unidade de investigação, ao abrigo do projecto de investigação PREMIUM.

No laboratório de Química Orgânica e Produtos Naturais no Campus Universitário da Penteada, Javier estudou métodos bioquímicos para a remoção de glucose de misturas de açúcares prebióticos, aumentando assim a sua atividade.

Estudaste engenharia de química industrial, contudo neste estágio no CQM trabalhaste na área da química alimentar, em meio académico, não industrial. Sentiste que a tua preparação foi suficiente para as tarefas que vieste desempenhar?

Acho que sim. Foi suficiente a minha preparação. Claro que em termos teóricos eu estava atrás de outros investigadores, mas acrescentei ao meu trabalho habilidades e métodos aprendidos durante a minha licenciatura distintos das que podem ter os meus colegas. Também acho que é parte do meu estágio ter que me adaptar, aprendendo a usar equipamentos que antes não conhecia e intercambiando conhecimento e formas de trabalhar com o meu supervisor (Gonçalo).

Qual a importância do teu estudo e do trabalho que foi desenvolvido?

Bem, eu trabalho purificando misturas de açúcares complexos, aumentando o seu potencial prebiótico. Isto é importante devido aos benefícios destes compostos para o nosso sistema digestivo e portanto, para a nossa saúde. Além disso, no NATLAB, o laboratório onde fiz o estágio, sempre se tentam cumprir os objetivos realizando experiências sustentáveis: aproveitando resíduos, minimizando a energia gasta… Portanto no meu trabalho, junto com o trabalho do Gonçalo, conseguimos obter estes compostos tão importantes para a saúde só com resíduos de outros processos industriais e com um gasto de energia mínimo.

Terminando o estágio Erasmus+, qual é a próxima etapa no teu percurso profissional? Em que medida é que a experiência adquirida será importante para o teu futuro?

Depois deste Erasmus eu realizarei um mestrado em matemáticas industriais, na Universidade de Santiago de Compostela. Embora não tenha que ver muito com a química (a área deste estagio), acho que o estágio terá ajudado muito para o bom curso do mestrado. Aqui aprendi coisas que serão úteis em toda a minha futura carreira professional. Para a investigação é preciso ser muito previdente e organizado. Os supervisores ajudam-te em coisas pontuais, mas és tu quem tens que resolver os pequenos problemas surgidos durante as experiências, procurar informação, fazer calenderização, reservar e partilhar equipamentos…

É uma experiencia muito diferente de estudar, já que quando estudas tens muita supervisão e muitos colegas com os quais partilhas o mesmo objetivo. Aqui, cada um tem os seus e, em geral, cada qual tem que conseguir a alcançar os seus no tempo acordado.

Os estágios Erasmus+ estão abertos “a qualquer estudante matriculado numa instituição de ensino superior titular de uma Carta Erasmus+ para o Ensino Superior” e devem ser relevantes “para as necessidades de aprendizagem e de desenvolvimento pessoal relacionadas com o grau do estudante e estar integrado no programa de estudos”.

Podes realizar um estágio Erasmus+ “em qualquer organização […] em qualquer parte do mundo (com exceção das instituições, organismos e agências da UE)”. Consulta o guia do programa Erasmus+ e, se és estudante UMa, contacta a Unidade de Projetos e Cooperação.

O projecto PREMIUM já foi notícia no nosso portal, tanto pelo envio de investigadores da UMa para o estrangeiro, como pelo acolhimento de investigadores de outras instituições. O projecto tem como objectivo o aumento da vida útil de bactérias lácticas pelo uso de oligossacáridos (açúcares) e utilizando metodologias com baixo impacte ambiental.

Entrevista conduzida por Carlos Diogo Pereira
Fotografia de Pedro Pessoa.

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