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Preservando o património cultural português no cinema

“Criada em 1996, a Companhia de Teatro do Chapitô tem desenvolvido o seu trabalho, muitas vezes, sem a atenção devida dos seus pares. É a companhia de teatro portuguesa mais premiada internacionalmente. Andámos também para trás e para a história desses 25 anos através das imagens de arquivo, e são muitas, que a companhia foi registando ao longo do tempo.”

“No cinema português contam-se pelos dedos, as obras cinematográficas que se arriscam a fazer uma abordagem concreta, das outras artes do espetáculo ou melhor das artes de palco, sejam o teatro, a dança ou a ópera.”.

Para além de Marco Martins, em Um Corpo que Dança, Ramón de los Santos e Elisa Bogalheiro aventuram-se nesse raro, mas valioso cânone. Os Grandes Criadores (2022) revela-se um enorme desafio ao património cultural português, explorando a história e a agenda que a Companhia de Teatro do Chapitô promoveu nos seus longos anos.

Os Grandes Criadores é a sugestão do Screenings Funchal, numa parceria com os Cinemas NOS e com o apoio da ACADÉMICA DA MADEIRA, para sexta e sábado, 29 e 30 de julho. O cliente NOS, portador do seu cartão, se acompanhado, tem 2 bilhetes pelo preço de 1. Se for sozinho, ao comprar 1 bilhete de cinema, tem a oferta de 1 menu pequeno de pipocas e bebida. Não há, portanto, desculpa para não aproveitar mais um momento de grande cinema que o Screenings Funchal proporciona.

Revelador para o público, este documentário atual vislumbra o sucesso, e não mais que uma simples crítica, de um grupo teatral considerado ousado e extravagante aos olhos do panorama teatral português. Criado em 1996, proporcionava momentos de comédia, nomeadamente o escárnio e “mal-dizer” tornando conhecido este registo generológico.

Debruçamo-nos sobre problemáticas como a autonomia do grupo teatral, a aceitação não só do público, mas dos media, a questão institucional e técnica da nova companhia.

Os Grandes Criadores, surge então de uma vontade de reconhecer o longo processo de legitimação numa sociedade pouco habituada ao “saído da caixa”. Em entrevista concedida ao Diário de Notícias, Elisa Bogalheiro diz-nos que “[m]uito do que se vê em Os Grandes Criadores passa pelos momentos de ensaio onde uma gramática física começa a ganhar forma ao sabor de uma disciplina descontraída, em constante procura da pontuação adequada para o riso. Pode ser a energia aplicada num passo ou o tempo de reação ao outro ator. “Interessava-nos captar certos gestos e maneirismos que se transformam depois em arquétipos de significados globais. E aí o documentário tem também esse lado de poder servir como um portal de descoberta da Companhia, para quem não conhece. Porque o trabalho deles continua a ser muito “novo”, na maneira como conseguem falar de temas muito díspares, sempre atuais, através de gestos quotidianos, que todos nós repetimos, mas não damos muita importância”.

Revivermos a história de Portugal, é saborearmos os altos e baixos de uma nação em constante mudança. Todos os seus meios de manifestação são desafiados por aqueles que os apreciam. O sucesso de um lugar faz-se com público, consigo, e, por isso não espere para acompanhar a antevisão deste documentário. Acha que não é suficiente? Então siga aqui todas as informações e acompanhe-nos nesta sessão.

Luís Ferro
ET AL.
Com fotografia de Felix Mooneeram.

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