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Crer em Deus

Com o passar do tempo fui ficando muito mais cristão e muito menos católico. Sendo a religião uma coisa do foro pessoal de cada um, a importância coloca-se no acreditar. Sou favorável a uma perspectiva ecuménica das religiões. Não vejo problema nenhum em que as celebrações sejam inter-religiosas, celebrações de unidade entre religiões, o que significa entre pessoas em partilha e neste sentido com profundo significado não-sectário, não-denominacional.

Nesta perspectiva não me faz absolutamente importância nenhuma que se celebre um Santo com uma festa onde a participação inclua pessoas que não professam o mesmo culto, a mesma religião. O Santo não perderá em nada da natureza do seu significado. Penso mesmo que o espaço onde decorrem as cerimónias, deveria ser comum, independentemente da religião. E, porque é Santo António que se celebra, porque não uma Sé de Lisboa a transbordar de católicos, protestantes, muçulmanos, todos com a sua fé na unidade do crer em Deus?

Tudo o que possa ser feito para que se assumam as diferenças em paz e com o respeito que elas merecem, deve ser feito. Só assim o “todos” fará sentido como o resultado, que é, da individualidade de cada um.

* O presente artigo de opinião surgiu do desafio lançado pela editora: Casamento do mesmo sexo na tradição dos Casamentos de Santo António.

Nuno Morna

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