Meses antes Santos Júnior, Ministro do Interior, havia ameaçado as AE’s com a PIDE em caso de insurreição. Entre 3 e 4 de Fevereiro, na Associação de Económicas de Lisboa criou-se o Secretariado Nacional para representar os universitários portugueses e marcou-se o I Encontro Nacional, em Coimbra.
A 28 de Fevereiro o Via Latina anunciou o programa do Encontro, entre 9 e 11 de Março, mas o movimento foi proibido, a 2 de Março, por notificação da Direcção da Académica de Coimbra pelo Comando da PSP. A Direcção chegou a pedir uma audiência a Lopes de Almeida, Ministro da Educação, seguindo para Lisboa para juntar-se à Reuniões-Inter-Associações, face à gravidade da situação. O Ministro recusou a audiência e a reunião foi tensa e cheia de ameaças.
A 9 de Março, Lisboa e Coimbra viram a polícia a barrar autocarros cheios de estudantes que se deslocavam ao I Encontro Nacional. A contenda foi particularmente forte em Coimbra e a Crise teve início, com as autoridades a encerrarem a sede da Académica de Coimbra. Nos meses seguintes, vários estudantes foram expulsos das universidades e outros tantos acabarem encarcerados.
Que estudante hoje faria este tipo de sacrifício por um bem maior? Algo se perdeu com o tempo…
Carlos Diogo Pereira
Alumnus da UMa