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Observação Científica como Técnica de Recolha de Dados

A observação corresponde à ação de observar. É uma ponderação cuidadosa acerca de uma situação, de forma a ficar mais esclarecido em relação à mesma. Pode ter também uma apreciação ou pesquisa (Costa & Melo, 1984).

A observação, sob um ponto de vista científico, é uma técnica de recolha de dados. Nas palavras de Carmo e Ferreira (1984), “observar é selecionar informação pertinente, através dos órgãos sensoriais e com recurso à teoria e metodologia científica, a fim de poder descrever, interpretar e agir sobre a realidade em questão” (p. 97).

De acordo com os meios utilizados, pode-se classificar a observação em estruturada e não estruturada. A observação estruturada caracteriza-se por ser minuciosamente planeada, com critérios pré-estabelecidos. O observador tem de mantar-se o mais objetivo possível, procurando eliminar a influência que pode ter no meio, e limita-se a descrever. Descreve de forma precisa acerca de cada facto (Cunha, 1982).

A observação não estruturada, como o nome indica não é planeada, é espontânea, simples e informal. O observador atua como um mero observador. É ideal para conhecer uma situação de natureza pública como hábitos de compra, de calçado, entre outros (Idem).

Consoante a participação do observador, a observação pode ser considerada participante ou não participante.

Na observação participante, o observador atua de forma ativa envolvendo-se no fenómeno. Este envolvimento pode ocorrer de forma natural, já pertence à comunidade, ou de forma artificial, o observador integra o grupo de análise (Serva & Júnior, 1995).

Segundo Cunha (1982), a observação não participante é considerada passiva, ou seja, o indivíduo não está incluído na comunidade e apenas observa de forma neutra. É alheio aos dados recolhidos, um mero espectador.

Finalmente, a observação é uma técnica de recolha de dados indispensável em qualquer tipo de investigação sendo a observação participante mais usada nas investigações de carácter etnográfico.

Referências e sugestões de leitura
Bogdan, R. & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora (pp. 90-92).
Carmo, H. & Ferreira, M (1998). Metodologia da investigação: Guia para a auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade aberta (pp. 89-116).
Costa, J. & Melo, A. (Org). (1984). Dicionário da língua portuguesa (5ª edição). Porto: Porto Editora.
Cunha, M. (1982). Metodologias para estudo dos usuários de informação científica e tecnológica, R. Bibliotecon. 10 (2), pp. 5-19.
Fortin, M. (1999). O processo de investigação: da conceção à realização. Loures: Lusociência (pp. 241-245).
Lapassade, G. (2005). As microssociologias. Brasília: Liber Livro Editora Ltda. (pp. 69-90).
Serva, M. & Júnior, P. (1995). Observação participante e pesquisa em administração – Uma postura antropológica. Revista de Administração de Empresas, 35 (1), pp. 64-79.
Sousa, A. (2005). Investigação em educação. Lisboa: Livros Horizonte (pp. 109-137).

António V. Bento
Professor da UMa

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