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Há muito que se fala em modelo de desenvolvimento do Desporto Regional através do Plano Regional de Apoio ao Desporto (PRAD) que a Direcção Regional da Juventude e Desporto implementou. Após quase dois anos sobre a extinção do Instituto do Desporto da Região Autónoma da Madeira (IDRAM), a actividade desportiva na Região não mostra melhoras, quer financeira quer desportivamente. No que toca a dinheiros, a crise é resposta a tudo e portanto, estamos conversados. No plano desportivo, os vários quadros competitivos das diversas associações regionais de modalidades falam por si. A inércia de alguns agentes desportivos tem sido a nota dominante para a estagnação e diminuição de propostas válidas para o relançamento do desporto federado na região. Acredito que os obstáculos são muitos para que a reestruturação do modelo desportivo da região. Quebrar com o passado nunca é fácil, sobretudo quando se tem tudo e de repente, ficamos sem nada. Mas o caminho mais óbvio e simples será sempre esperar pelo desbloqueio de verbas estatais ou regionais para apresentar projectos de futuro.

A luta intrínseca parece-me a batalha maior a vencer. Ideologias estereotipadas ainda ofuscam muitos pretendentes e amedrontam outros. A fixação por determinados objectivos são por vezes um travão para melhores projectos e ideias que pretendam revitalizar a actividade desportiva. Aliás, parece que o caminho escolhido pelos agentes desportivos madeirenses propicia dúvidas e desconfianças quanto ao seu verdadeiro papel na sociedade. É necessário outra visão e outra projecção num problema que é cada vez mais de todos os agentes desportivos.

Felizmente, ainda existe quem queira “remar contra a maré” e quase “contra tudo e contra todos”, vai tentando implementar a sua filosofia. Aqui, a luta é muitas vezes contra esta sociedade capitalista em que tudo se transforma para gerar lucros e proveitos. Um compromisso que é levado ao extremo e onde as escolhas são feitas em detrimento de valores e princípios adquiridos. Este conflito de interesses cria barreiras difíceis de transpor e dificultam o sucesso desta luta entre “David e Golias”. A nossa história é escrita de actos e feitos que ninguém consegue apagar e as nossas intenções e pretensões acompanham cada momento em conformidade. Perante tal cenário, são poucos os que alcançam o sucesso e desenvolvem as suas actividades em prol de um Desporto mais “saudável”.

O Desporto procura novamente o seu espaço numa comunidade madeirense cada vez mais resignada. A procura da vingança contra o sistema que nos levou ao estado actual da nossa sociedade, leva a crítica e o mal dizer ao extremo. O Desporto tem sido muito maltratado servindo de “bode expiatório” para justificar os erros de políticas irreais e insustentáveis do passado. O Desporto na Madeira ainda não encontrou o seu “habitat natural” e longe vão os tempos onde prosperavam artifícios do seu bem-estar. É tempo de definir o futuro.

Arlindo Silva
ACADÉMICA DA MADEIRA

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